Vocês observam um pôr do
sol encantador, uma bela árvore num campo, e logo que olham alegram-se
completamente, inteiramente, no entanto retornam a isso com o desejo de
deleitar-se de novo. O que acontece quando voltam com o desejo de alegrar-se
novamente? Não há alegria nenhuma, porque é a memória do pôr do sol de ontem
que está agora fazendo vocês voltarem, que os está impelindo, incitando-os a
alegrarem-se. Ontem não havia memória alguma, só uma apreciação espontânea, uma
resposta direta, no entanto hoje estão desejosos de recobrar a experiência de
ontem, ou seja, a memória está interferindo entre vocês e o pôr do sol.
Portanto, não há nenhuma alegria, nenhum esplendor, nenhuma plenitude de
beleza. Novamente, vocês têm um amigo que lhes disse alguma coisa ontem, um
insulto ou uma cortesia, vocês retêm essa memória, e com essa memória vocês
encontram seu amigo hoje. Realmente não encontram seu amigo – carregam a
memória de ontem, que intervém; assim, continuamos cercando a nós próprios e as
nossas ações com memória, portanto, não há nenhuma inovação, nenhum frescor.
Essa é a razão pela qual a memória torna a vida cansada, enfadonha e vazia.
Jiddhu Krishnamurti
Nenhum comentário:
Postar um comentário