Enquanto permanecemos trancados na aparente experiência de
sermos indivíduos separados numa existência com a qual temos de negociar,
vivemos num estado de sonho. Nesse estado de sonho, tudo que fazemos é
governado pela lei dos opostos, na qual
todo ato supostamente positivo é exata e igualmente equilibrado pelo seu
oposto. Portanto, todas as nossas tentativas individuais de fazer nossas vidas
funcionarem, de atingirmos a perfeição ou alcançarmos a libertação pessoal, se
neutralizam.
Descobrimos, através da reflexão profunda e da compreensão,
que, enquanto continuamos neste sonho, estamos, em realidade, vivendo num
círculo. Estamos numa roda em que tudo se repete continuamente várias e várias
vezes em imagens diferentes.
Em termos de liberação real, nada está acontecendo. O que
aparentemente criamos é aparentemente destruído. E o que aparentemente
destruímos é aparentemente recriado.
Saindo de nossa natureza original e eterna e entrando na
consciência identificada, criamos esta circunstância a fim de descobrirmos que
o sonho que estamos vivendo não tem nenhum outro propósito a não ser acordarmos
dele. Esse despertar emerge do sonho, do tempo, e está completamente além do
alcance de esforço individual, caminho, processo ou crença.
Tony Parsons