Você é completo aqui e agora

Se você busca a realidade, você tem que se libertar de todos os ambientes de todas as culturas, de todos os padrões de pensamento e sentimento. Até mesmo a ideia de ser homem ou mulher, ou até humano, deve ser descartada. O oceano da vida contém a tudo, e não apenas os humanos. Portanto, antes de mais nada, abandone toda e qualquer identificação, pare de pensar em si mesmo como fulano de tal, isso ou aquilo, tal ou qual. Abandone toda preocupação consigo mesmo, não pense no seu bem-estar, material ou espiritual, deixe de lado todos os desejos, grosseiros ou sutis, pare de pensar em sucesso de qualquer espécie. Você é completo aqui e agora, você não precisa de absolutamente nada.

Sri Nisargadatta Maharaj

(em “Eu Sou Aquilo” pág 292 - Tradução para o português de Patrícia de Queiroz Carvalho Zimbres. Editora Satsang)

Disponibilidade para a Verdade

A disponibilidade para a Verdade não encontra-se em algum lugar específico. Ela está em todos os lugares e abarca a tudo. Nela pode haver pensamento, ou não. Podem ocorrer sentimentos, ou não. Pode haver sons. Pode haver silêncio. Nada perturba essa disponibilidade. Nada perturba a tua natureza verdadeira. Só nos perturbamos quando nos enclausuramos em determinado ponto de vista, em algum conceito sobre quem somos ou no que acreditamos, ou sobre o que sentimos que deveríamos ser. Enfim, quando nos opomos ao que está acontecendo.

Mas quando somos nossa verdadeira natureza, que é abertura plena, vemos que na verdade não estamos em oposição a nada, o que quer que ocorra está perfeitamente certo, e assim somos capazes de responder à vida de forma espontânea e sábia.

Adyashanti
(em “Emptiness Dancing”)

Eternamente desperto

Você não desperta. O já eternamente desperto é que reconhece a si próprio. E esse eternamente desperto é você.

Adyashanti

(em “Emptiness Dancing”)

Uma mente quieta é tudo o que você precisa

Uma mente quieta é tudo o que você precisa. Tudo o mais acontecerá da forma certa, assim que sua mente se aquietar. Assim como nascer do sol torna o mundo ativo, a consciência de si mesmo provoca mudanças na mente. À luz da autoconsciência calma e constante, energias internas despertam e operam milagres, sem qualquer esforço da sua parte.

Entenda que você está destinado à iluminação. Coopere com seu destino, não vá contra ele, não o frustre. Deixe que ele se cumpra. Tudo o que você tem a fazer é dar atenção aos obstáculos criados pela tolice da mente.

Sri Nisargadatta Maharaj

(em “Eu Sou Aquilo” pág 287 - Tradução para o português de Patrícia de Queiroz Carvalho Zimbres. Editora Satsang)

Abrir-se para a Verdade

Quando você dá a si próprio esse  belo presente de não tentar encaixar-se em algum conceito ou sentimento particular, sua abertura para a Verdade expande-se até que sua identidade torna-se cada vez mais a própria abertura em si e não mais um conceito qualquer na mente, ou algum sentimento específico. Não se trata de abandonar seus sentimentos, mas de não mais emaranhar-se neles.

Adyashanti

(em “Emptiness Dancing”)

Denegrindo o presente

Eu me tornei monge 24 anos atrás. Estava com 21 anos. Me sentia incrivelmente atormentado pelo estresse, pela infelicidade, pela dor física e emocional. Por isso vim ao monastério aprender a meditar. Para livrar-me da dor.

E aconteceu que, para livrar-me da dor, comecei a tornar-me uma espécie de viciado em meditação. Participava das sessões mas me sentia cada vez mais deprimido. Sentia um imenso peso no coração, como se estivesse sem ar. Um profundo desânimo, uma imensa tristeza.

Dirigi-me ao instrutor, um lama tibetano, e disse, “Estou me esforçando muito, e no entanto sinto-me ainda mais deprimido”. E ele disse: “A meditação não está te deixando deprimido. É que você está meditando como quem usa drogas. Você quer sentir algum tipo de êxtase, quer sentir experiências agradáveis. Está procurando ansiosamente, forçando, tentando sentir alguma coisa especial.”

Reconheci que ele tinha razão e isso mudou completamente minha atitude em relação à meditação. Compreendi que estamos sempre buscando alguma coisa a mais em nossas vidas, e que nossa cultura incentiva o exagero dos sentidos: sentir-se bem, sentir-se agitado, sentir-se ocupado. Vi que ao ansiar por essas coisas, estamos na verdade dizendo a nós mesmos que não temos nada disso. Ao procurar felicidade e satisfação criamos carência, sensação de incompletude, de que nos faltam essas coisas.  Por acreditar que a felicidade não está aqui, que ela encontra-se em outro lugar, denegrimos o nosso presente.  E é assim que vivemos, acreditando que a felicidade está em algum outro lugar que não aqui. “Se eu for magro, se eu for bonito, se eu for rico... só assim serei feliz!”

Penso que conseguiremos progredir se aprendermos a abandonar esses desejos e descobrirmos que a felicidade e o contentamento estão exatamente aqui e agora.

Lama Gelong Thubten

Não saber mais quem é

À medida que a experiência do Desconhecido se aprofunda, as suas fronteiras começam a se dissolver. Você percebe, não apenas intelectualmente, mas em um nível profundo, que não tem ideia de quem ou o quê você é. Há alguns minutos você sabia quem era - você tinha uma história e uma personalidade - mas a partir deste lugar de não saber, você questiona tudo isso.

Adyashanti

Ítaca

Ítaca 

Sempre tenha ìtaca em sua mente.

Chegar lá é o seu destino.

Mas não apresse a viagem.

É melhor que ela dure muitos anos.

E quando você chegar à ilha você estará velho,

rico com tudo que ganhou no caminho,

sem esperar que Ítaca lhe ofereça riquezas.

Ítaca lhe deu uma linda viagem.

Sem ela você jamais teria saído a caminho.

Nada mais ela tem a lhe dar.

E, se você estiver pobre quando a encontrar, Ítaca

         não o terá decepcionado.

O sábio que você se tornou, depois de tantas experiências,

         terá compreendido o que Ítaca significa.

(C. P. Cavafy)

!

Um novo dia.

E mais uma grande interrogação começa.

Todos os dias são interrogações.

Todos os momentos.

Mas só são interrogações

porque esqueço que não há depois

pelo qual interrogar.

Cada momento é uma exclamação!

eu

A vida é uma música

Nós pensamos que a vida, por analogia, era uma jornada, uma peregrinação, que teria um sério objetivo no final. E o objetivo era chegar nesse final. Sucesso, ou o que quer que seja, talvez o paraíso depois que estivesse morto. Mas perdemos o espírito durante todo o caminho.

Era uma música, e nós deveríamos ter cantado, ou dançado, enquanto a música estava sendo tocada.

Alan Watts

O tempo para despertar é agora

O despertar para a verdade do seu ser não será alcançado no futuro. Não é algo para o qual você se prepara, algo que conquiste ou que mereça. Despertar é uma mudança radical em sua identidade. Você pensa ser você, mas não é. Você é o eterno ser. O tempo para despertar é agora. Não amanhã. Agora.

Adyashanti

(em “Emptiness Dancing”)

Descansar no Desconhecido

O Desconhecido é mais amplo, mais aberto, mais pacífico e mais libertador do que você jamais imaginou que seria. Se não o experimenta desta forma, significa que você não está descansando lá; você ainda está tentando saber.

Isso fará com que você sofra, porque está escolhendo segurança ao invés da Liberdade. Quando você descansa profundamente no Desconhecido sem tentar escapar, a sua experiência torna-se muito ampla.

Adyashanti

Abertura

Quando você dá a si próprio a dádiva de não tentar encaixar-se em algum conceito ou sentimento particular, a abertura expande-se até que sua identidade torna-se cada vez mais a própria abertura em si e não mais um conceito qualquer na mente, ou algum sentimento específico. Não se trata de abandonar seus sentimentos, mas de não emaranhar-se neles.

Adyashanti

(em “Emptiness Dancing”)

Descartar o "gosto' e o "não gosto"

Mesmo antes de alcançar o Caminho, os praticantes devem manter atitudes de quem já é iluminado. Isso é, devem descartar a postura “gosto” e “não gosto”. Desde que pratiquem diligentemente, essa prática já é a totalidade. Pois no fim das contas aquilo que vocês gostam e aquilo que desgostam não estão separados uns dos outros.

Sheng Yen

Cada ação torna-se sagrada

Cada tigela que lavo, cada poema que componho, cada vez que faço soar o sino, é sempre um milagre e todos têm o mesmo valor. Um dia, enquanto lavava uma tigela, senti que meus movimentos eram sagrados e respeitosos, como se eu estivesse dando banho num Buda recém-nascido. E aquele Buda recém-nascido certamente sentiria-se feliz por mim, e nem um pouco insultado ao ser comparado com uma tigela.

Cada pensamento, cada ação torna-se sagrada na luz do sol da consciência. Nesta luz, não existe diferenças entre o sagrado e o profano.

Thich Nhat Hanh

A sabedoria está aqui

- Onde devo procurar a sabedoria?

- Aqui.

- E quando ela aparecerá?

- Está acontecendo exatamente agora.

- Por que não a sinto?

- Porque você não olha.

- O que eu deveria procurar?

- Nada. Apenas olhar.

- Para onde?

- Para qualquer coisa no qual seus olhos se deparem.

- Devo olhar de alguma maneira especial?

- Não. Olhe da maneira comum.

- Mas eu já não olho dessa maneira?

- Não.

- E por que não?

- Porque seu olhar precisa estar integralmente aqui. Na maioria do tempo você encontra-se em qualquer outro lugar.

Anthony de Mello

(em “One Minute Wisdom”)

Neste momento, há sempre liberdade e há sempre paz

Neste momento, há sempre liberdade e há sempre paz. Este momento, em que você experimenta quietude, é todo momento. Não deixe que a mente o seduza para o passado ou futuro. Permaneça no momento e tenha a ousadia de considerar que você pode ser livre agora.

Adyashanti

Com a mente serena

Se ao lavar a louça ficamos remoendo sobre aqueles que não estão ajudando, não apreciaremos o ato de lavar a louça. Poderemos ter a louça limpa depois, mas nossa felicidade será menor que uma colher de chá. Se, ao contrário, lavamos a louça com a mente serena, nossa felicidade será ilimitada. Isso já a libertação em si. As palavras do Sutra do Diamante dizem respeito à nossa vida cotidiana.

Thich Nhat Hanh

(mencionado por Red Pine em “The Diamond Sutra”)

Rastros

Uma pessoa que se apega a algo é como um pássaro que caminha na areia.

Uma pessoa que não se apega a nada é como um pássaro que voa no céu.

A primeira deixa rastros, a segunda não.

Hsu-fa
(mencionado por Red Pine em “The Diamond Sutra”)

Como a graça pode acontecer

Lembro de ouvir uma palestra de um professor tibetano muito famoso, que passou muitos anos em uma pequena cabana de pedra no Himalaia. Ele estava paralisado, não podia usar suas pernas. Contou que uma grande pedra caiu sobre elas e as quebrou, e por isso ele passou muitos anos nessa cabana de pedra, pois realmente não havia mais nada que ele pudesse fazer. É difícil para alguém com pernas quebradas movimentar-se no Himalaia.

Ele disse: "Estar preso naquela pequena cabana por tantos anos foi a melhor coisa que já aconteceu comigo. Foi uma imensa graça, porque se não fosse por isso, eu nunca teria me voltado para meu interior, e jamais teria encontrado a liberdade que estava lá. Então, eu olho para trás e vejo a perda dos movimentos das minhas pernas como um dos eventos mais profundos e afortunados de toda a minha vida.”

Normalmente, a maioria de nós não acharia que perder o uso de nossas pernas seria uma graça. Temos certas ideias sobre como queremos que a graça aconteça. Mas a graça é simplesmente aquilo que abre nossos corações, aquilo que chega e amplia nossas percepções sobre a vida.

Adyashanti

A cada momento

A cada momento a vida oferece uma lição Zen.

Eu também devo ser uma lição Zen.

A cada momento.

eu