terça-feira, 31 de julho de 2018

Apenas abra seus braços e deixe-se ir



Bastar não ter idéias sobre as coisas ou situações para viver completamente feliz. A fórmula é aceitar as coisas como elas são, e não como gostaríamos que fossem. Não nade contra a corrente da vida, mas a favor delas. Você nem precisa nadar. Apenas abra seus braços e deixe-se ir. Qualquer margem para a qual essa corrente te leva é boa para você: essa é a fé. Você é seu principal obstáculo. Pare de se atrapalhar. Tire tudo do caminho e simplesmente comece a descobrir o mundo.


Pablo D’Ors
(em “Biografía del Silencio”)

segunda-feira, 30 de julho de 2018

Você é mais do que a sua tristeza



O sofrimento não é tudo. A vida são ambas, terrível e maravilhosa... Como posso sorrir quando estou cheio de tanta tristeza? É natural - você precisa sorrir para a sua tristeza porque você é mais do que a sua tristeza.


Thich Nhat Hanh



domingo, 29 de julho de 2018

Entrega


Tanto a arte como a meditação nascem sempre da entrega, nunca do esforço. O mesmo ocorre com o amor. O esforço põe em funcionamento a vontade e a razão. A entrega, ao contrário, a liberdade e a intuição.


Pablo D’Ors
(em “Biografía del Silencio”)



sexta-feira, 27 de julho de 2018

quinta-feira, 26 de julho de 2018

O amor é confiança


Quanto mais confiança um ser humano tiver em outro, melhor ele poderá amá-lo; quanto mais o criador entregar-se a sua obra, mais ela corresponderá a ele. O amor - como arte ou meditação - é pura e simplesmente confiança. E prática, claro, porque a confiança também é exercitada. A meditação é uma disciplina que aumentar a confiança. A pessoa senta e o que faz? Confia. Meditação é uma prática de espera. Mas o que realmente se espera? Nada e tudo. Se algo concreto fosse esperado essa espera não teria valor, porque seria encorajada pelo desejo de algo que está faltando. Quando é não-utilitária, livre, essa expectativa ou confiança torna-se algo genuinamente espiritual.


Pablo D’Ors
(em “Biografía del Silencio”)



quarta-feira, 25 de julho de 2018

Para que as coisas se revelem



Para que as coisas se revelem a nós, precisamos estar prontos para abandonar os nossos prévios pontos de vista sobre elas.


Thich Nhat Hanh



terça-feira, 24 de julho de 2018

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Adyashanti não despertou



Q: Eu quero o que você queria.

Adya: O que eu queria?

Q: Você queria tornar-se iluminado..

Adya: Eu queria me tornar iluminado. Está bem. Não deu certo.

Q: Você ao menos despertou?

Adya: Não. O Despertar despertou. A iluminação se ilumina. O eu, aquele carinha, o pequeno Steven Larry Gray, que meditava no quintal de seus pais por horas e horas por dia, todos os dias, de manhã e à noite, e não fazia nada além da boa prática budista, diligentemente, terrivelmente, terrivelmente disciplinado, ele não se iluminou. Ele nunca fez isso. Ele nunca cruzou o rio do nirvana, isso nunca aconteceu com ele.

O que ele fez foi, por qualquer motivo, talvez a busca fosse necessária, ficar exausto. Ele só conseguiu esgotar-se completamente. O rapazinho que estava tentando despertar e iluminar-se ficou tão exausto, tão incomodado por não conseguir, por não conseguir mais tentar convencer-se de que conseguiria. Isso significa a completa e absoluta destruição da negação. Porque a negação é "eu posso". E sua experiência continua mostrando "você não pode".

E assim eu fiquei tão exausto psiquicamente, internamente, emocionalmente, espiritualmente, que não consegui continuar assim. E eu tive que ver a verdade. Eu estava disponível para ver a verdade apenas porque estava exausto. Eu não consigo fazer isso. E nesse "eu não consigo fazer isso", e não como uma estratégia espiritual, o vazio despertou além do buscador. O buscador não despertou. A Consciência acordou do buscador, da personalidade, do “eu” que estava se esforçando tanto.


Adyashanti
(em “Big Sword Swinging")





domingo, 22 de julho de 2018

Chá



Beba o seu chá de forma lenta e reverente, como se fosse o eixo sobre o qual o mundo da Terra gira - lentamente, uniformemente, sem se apressar com o futuro.


Thich Nhat Hanh



sábado, 21 de julho de 2018

Sem mais choro, sem mais reclamação



Sem mais choro, sem mais reclamação
Este é o último poema que mostra tristeza
Quando você abandonar a reclamação, sua alma será refrescada.
Quando você parar de chorar, seus olhos ficarão claros novamente.


Nguyen Binh (sábio vietnamita do século XVI)



sexta-feira, 20 de julho de 2018

O único momento



Inspirando, acalmo o corpo e a mente. Expirando, eu sorrio. Vivendo no momento presente, eu sei que esse é o único momento.


Thich Nhat Hanh



quinta-feira, 19 de julho de 2018

Krishnamurti: Os anos do Despertar



“Em  minha  vida,  até  este  momento, tudo  tem  chegado  na  hora  certa. Minha  mente  está  serena, porém  concentrada,  e  eu  a  observo  como  o  gato  observa  o  camundongo.”

Tudo  faz  crer  que  foi  mais  ou  menos nessa  ocasião,  quando  alcançara  uma  nova  fase  de  consciência,  que  ele perdeu  quase  que  de  todo  a  memória  do  passado.  Isso  se  coadunava com  os  seus  ensinamentos,  segundo  os  quais  a  memória  era  um  peso morto  que  não  devia  ser  carregado  de  um  dia  para  o  outro,  a  não ser  com  finalidades  práticas;  a  morte  a  cada  dia  era  um constante renascer.

Lady Emily,  contudo,  e  outras  pessoas  como  ela  achavam  que  os seus ensinamentos  tinham  ficado  tão  abstratos  que    não podiam  servir de  auxílio  real  aos que eram obrigados  a viver  num  mundo  competitivo com  responsabilidades  de  família —  e  achavam  por  isso  que ele  estava, na  realidade,  fugindo  da  vida  como  esta  realmente  era.  Muitas  pessoas que  não  conseguiram  compreendê-lo  sentiram,  e  continuam  sentindo, o  mesmo.  Ele  tentou  convencer Lady Emily  em  algumas  cartas  que são  hoje  tão  válidas  quanto  o  eram  então:

Lamento  muito  que  você  se  sinta  dessa  maneira  a  respeito  do  que eu  digo.   O  êxtase  que  sinto  é  o  resultado  deste  mundo.   Eu  queria compreender,  queria  vencer  o  sofrimento,  a  dor  do  apego  e  do  desapego, da  morte,  da  continuidade  da  vida,  de  tudo  aquilo  por  que  o  homem passa,  todos  os  dias.  Eu  o  queria  compreender  e  vencer.  Compreendi  e venci.  Portanto,  meu  êxtase  é  real  e  infinito,  não  é  uma  fuga.  Conheço a  saída  desta  aflição  incessante  e  quero  ajudar  as  pessoas  a  safar-se  desse pântano  de  dor.  Não,  isto  não  é  uma  fuga.  [30  de  dezembro  de  1931.]



(citado por Mary Lutyens sobre Krishnamurti, em “Krishnamurti: Os Anos do Despertar”)


quarta-feira, 18 de julho de 2018



Muitas pessoas pensam que a emoção é a felicidade... Mas quando você está excitado, você não é pacífico. A verdadeira felicidade é baseada na paz.


Thich Nhat Hanh


terça-feira, 17 de julho de 2018

Artifício da mente



Nada mais é do que um artifício da mente
Esse nascimento em um vir-a-ser ilusório,
Em um mundo de ação boa ou ruim
Seguido de um renascimento bom ou ruim.


Nagarjuna

segunda-feira, 16 de julho de 2018

O fluxo é vacuidade



Conhecendo a relatividade de tudo,
A verdade última é vista sempre;
Descartando a ideia de começo, meio e fim,
O fluxo é visto como vacuidade.


Nagarjuna


domingo, 15 de julho de 2018

Hoje ao acordar, eu sorrio



Hoje ao acordar, eu sorrio. Vinte e quatro novas horas estão agora diante de mim. Eu prometo viver completamente em cada momento, e olhar para todos os seres com olhos de compaixão.


Thich Nhat Hanh



sábado, 14 de julho de 2018

Tudo é um milagre



As pessoas geralmente consideram caminhar na água ou no ar puro um milagre. Mas acho que o verdadeiro milagre não é caminhar nem na água nem no ar, mas caminhar na terra. Todos os dias estamos envolvidos em um milagre que nem sequer reconhecemos: o céu azul, as nuvens brancas, as folhas verdes, os olhos negros e curiosos de uma criança - os nossos próprios olhos. Tudo é um milagre.


Thich Nhat Hanh



sexta-feira, 13 de julho de 2018

Cada momento, um milagre



Ao desejar boa-noite aos meus filhos, gosto de me lembrar que abraço seres que um dia vão morrer. Assim me lembro do presente excepcional que me é dado e saboreio a alegria de passar tempo na companhia deles. Tento também reverter meu olhar para considerar cada encontro, por mais banal que pareça, como um milagre, um lugar de ensinamento. E nunca deixo de me maravilhar diante da riqueza dos seres humanos. No metrô, penso que nunca mais vou cruzar com esse mendigo que está ao lado desse executivo. Esse instante nunca mais se produzirá. Fechar os olhos às dádivas do cotidiano é passar ao lado da alegria e viver pela metade.


Alexandre Jollien
(em “O Caminho da Sabedoria”)



quinta-feira, 12 de julho de 2018

Permaneça na consciência perfeita



Dissolvendo a imaginação e a fantasia
Com uma mente de sabedoria compassiva,
Permaneça na consciência perfeita
Para ajudar todos os seres.


Nagarjuna



quarta-feira, 11 de julho de 2018

Confundir a fantasia com a realidade



Confundir a fantasia com a realidade
Causa uma experiência de sofrimento;
A mente é envenenada pela perturbação
Da consciência da forma.


Nagarjuna

terça-feira, 10 de julho de 2018

Deixar as coisas irem



Deixar as coisas irem dá-nos liberdade, e a liberdade é a única condição para a felicidade. Se no nosso coração ainda nos apegamos a qualquer coisa - raiva, ansiedade ou bens - não podemos ser livres.


Thich Nhat Hanh



segunda-feira, 9 de julho de 2018

Tocando a realidade fundamental



A onda não precisa morrer para tornar-se água. Ela já é água. Viva cada momento de sua vida profundamente. Assim, quando estiver caminhando, comendo, bebendo e contemplando a estrela da manhã, você estará tocando a realidade fundamental.


Thich Nhat Hanh



domingo, 8 de julho de 2018

Nós criamos nossos próprios medos



Como um artista amedrontado
Pelo demônio que ele próprio pintou,
O sofredor do samsara
É assustado por sua própria imaginação.


Nagarjuna

sábado, 7 de julho de 2018

A vida sem porquê


A vida sem porquê ainda é algo presente e essencial. O que me parece fundamental é ousar um abandono total à providência, aproveitar uma verdadeira generosidade e, en­fim, deixar vir o que está por vir. A cada vez que sofro, a cada vez que me agito por nada, minha mulher me lembra o título de meu livro,  Viver sem Porquê.

Somos convidados a viver e a renascer de instante em instante.


Alexandre Jollien
(filósofo francês)


sexta-feira, 6 de julho de 2018

A mente comum cria a ilusão



A mente comum imagina um eu
Onde não há coisa alguma,
E concebe estados emocionais
Felicidade, sofrimento e equanimidade.


Nagarjuna



quinta-feira, 5 de julho de 2018

Nem o Samsara nem o Nirvana existem



Nem o Samsara nem o Nirvana existem,
Mas tudo é um continuum complexo
Como a face íntrinseca do vazio
O objeto da consciência última.


Nagarjuna



quarta-feira, 4 de julho de 2018

Na verdade não há nascimento



Na verdade não há nascimento
Então certamente não há cessação ou libertação.
O Buda é como o céu
E todos os seres têm essa Natureza.


Nagarjuna




terça-feira, 3 de julho de 2018

Apreciamos o som de chuva


Ao praticar meditação no escuro da madrugada, posso ouvir a chuva caindo no telhado. Mais tarde, uma bruma maravilhosa deslizará por entre as grandes árvores e, mais tarde ainda, quando as pessoas começarem a trabalhar, verão as belas montanhas.

Mas algumas pessoas ficarão aborrecidas ao ouvirem a chuva pela manhã, quando ainda deitadas na cama, porque não sabem que mais tarde verão a beleza do sol despontando no leste. 

Se nossa mente estiver concentrada em nós mesmos, teremos este tipo de preocupação. Mas, se aceitarmos a nós mesmos como a personificação da verdade, ou da natureza de Buda, não teremos preocupações. Pensaremos: Agora está chovendo, mas não sabemos o que acontecerá no momento seguinte. Talvez à hora de sairmos, o dia esteja belo ou tempestuoso. Como não sabemos, apreciemos agora o som da chuva.



Shunryu Suzuki


segunda-feira, 2 de julho de 2018

Relaxe seu lobo frontal


No Budismo, compreendemos o termo Buda como sendo a energia original da vida. O termo Dharma é compreendido como a verdade: o princípio básico da existência

Se você se apoia no Dharma, a energia pura irá manifestar-se em você. Ela iluminará sua vida, se manifestará através de você e será visível para todos. Portanto, relaxe seu lobo frontal, acalme sua mente, repousando no Dharma que atua poderosamente em sua vida.


Dainin Katagiri
(em “The Light That Shines Through Infinity”)



domingo, 1 de julho de 2018

Viver a fundo



Quem não está habituado a viver a fundo encontrará, ao descer ao coração de si mesmo, fantasmas, medo e este espectro que hoje ameaça: o tédio. No fundo, devemos talvez reaprender uma vida menos programada, menos perdida nas preocupações do cotidiano, uma vida em que vivamos a partir do íntimo, o que há de mais sagrado em nós.


Alexandre Jollien
(filósofo francês)