Q: Eu quero o que você
queria.
Adya: O que eu queria?
Q: Você queria tornar-se
iluminado..
Adya: Eu queria me tornar iluminado. Está bem. Não deu
certo.
Q: Você ao menos despertou?
Adya: Não. O Despertar despertou. A iluminação se ilumina.
O eu, aquele carinha, o pequeno
Steven Larry Gray, que meditava no quintal de seus pais por horas e horas por
dia, todos os dias, de manhã e à noite, e não fazia nada além da boa prática
budista, diligentemente, terrivelmente, terrivelmente disciplinado, ele não se
iluminou. Ele nunca fez isso. Ele nunca cruzou o rio do nirvana, isso nunca
aconteceu com ele.
O que ele fez foi, por qualquer motivo, talvez a busca
fosse necessária, ficar exausto. Ele só conseguiu esgotar-se completamente. O rapazinho
que estava tentando despertar e iluminar-se ficou tão exausto, tão incomodado
por não conseguir, por não conseguir mais tentar convencer-se de que
conseguiria. Isso significa a completa e absoluta destruição da negação. Porque
a negação é "eu posso". E sua experiência continua mostrando
"você não pode".
E assim eu fiquei tão exausto psiquicamente, internamente,
emocionalmente, espiritualmente, que não consegui continuar assim. E eu tive
que ver a verdade. Eu estava disponível para ver a verdade apenas porque
estava exausto. Eu não consigo fazer isso. E nesse "eu não consigo fazer
isso", e não como uma estratégia espiritual, o vazio despertou além do
buscador. O buscador não despertou. A Consciência acordou do buscador, da
personalidade, do “eu” que estava se esforçando tanto.
Adyashanti
(em
“Big Sword Swinging")