segunda-feira, 23 de julho de 2018

Adyashanti não despertou



Q: Eu quero o que você queria.

Adya: O que eu queria?

Q: Você queria tornar-se iluminado..

Adya: Eu queria me tornar iluminado. Está bem. Não deu certo.

Q: Você ao menos despertou?

Adya: Não. O Despertar despertou. A iluminação se ilumina. O eu, aquele carinha, o pequeno Steven Larry Gray, que meditava no quintal de seus pais por horas e horas por dia, todos os dias, de manhã e à noite, e não fazia nada além da boa prática budista, diligentemente, terrivelmente, terrivelmente disciplinado, ele não se iluminou. Ele nunca fez isso. Ele nunca cruzou o rio do nirvana, isso nunca aconteceu com ele.

O que ele fez foi, por qualquer motivo, talvez a busca fosse necessária, ficar exausto. Ele só conseguiu esgotar-se completamente. O rapazinho que estava tentando despertar e iluminar-se ficou tão exausto, tão incomodado por não conseguir, por não conseguir mais tentar convencer-se de que conseguiria. Isso significa a completa e absoluta destruição da negação. Porque a negação é "eu posso". E sua experiência continua mostrando "você não pode".

E assim eu fiquei tão exausto psiquicamente, internamente, emocionalmente, espiritualmente, que não consegui continuar assim. E eu tive que ver a verdade. Eu estava disponível para ver a verdade apenas porque estava exausto. Eu não consigo fazer isso. E nesse "eu não consigo fazer isso", e não como uma estratégia espiritual, o vazio despertou além do buscador. O buscador não despertou. A Consciência acordou do buscador, da personalidade, do “eu” que estava se esforçando tanto.


Adyashanti
(em “Big Sword Swinging")





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