segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Lembrança da morte


A lembrança da morte deveria estar sempre presente na mente do praticante. Mas não de maneira mórbida ou depressiva, porém como um encorajamento a que se recorra a cada momento da vida a fim de alcançar a transformação interior ao qual se aspira.

Matthieu Ricard
(em "On The Path of Enlightnement")

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Cruzar o Oceano de Sofrimento

Qual é o sentido de libertar-se do sofrimento quando todos à sua volta continuam a sofrer? Uma visão tão estreita está condenada a falhar porque nossas alegrias e tristezas estão inevitavelmente ligadas às dos outros. Em outras palavras, todos temos que cruzar o "oceano de sofrimento" juntos.

Matthieu Ricard
(em "On the Path of Enlightnement")

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Compaixão

Se alguém tem compaixão, ele é um Buda;
Sem compaixão, ele é um Deus da Morte.

Com compaixão, a raíz do Darma é plantada;
Sem compaixão, a raíz do Darma é partida.

Uma pessoa com compaixão é gentil mesmo quando irritada;
Uma pessoa sem compaixão pode matar mesmo quando sorri.

Para alguém com compaixão, até mesmo os inimigos se tornam amigos;
Sem compaixão, até mesmo os amigos tornam-se inimigos.

Com compaixão possui-se todos os Darmas;
Sem compaixão não há Darma nenhum.

Compaixão é a característica essencial do budismo;
Compaixão é a própria essência do Darma.

Portanto, todos vocês, monges e praticantes leigos,
Cultivem a compaixão e um dia alcançarão a iluminação de Buda.

Possam todos os homens e mulheres que ouvirem essa canção,
Com grande compaixão,
beneficiar a todos os seres!

Shabkar
(citado por Matthieu Ricard em "On The Path to Enlightenment")

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Reconhecer a natureza búdica

 

Quando os mestres Dzogchen falam em permanecer na visão, o que querem dizer é reconhecer o estado natural da mente, a natureza búdica, e repousar nesta percepção lúcida. Isto implica uma imediação espontânea e uma consciência sem separações ou escolhas.
 
Esta visão ampla, ou panorâmica, significa ser capaz de viver as coisas como são, com clareza total. Essa visão, ou visão superior, não distorce. Ela é totalmente aberta e sem julgamentos.
 
Quando permanecemos com a visão, não tentamos manipular ou alterar a verdade do que é. Um espelho não escolhe o que reflete. Da mesma maneira, a medida que os objetos surgem na mente, eles simplesmente aparecem, sem distorções nem correções, no espelho límpido da consciência. 
Com esse tipo de visão, nós nos lembramos do todo - Dzogchen, a Perfeição Natural das coisas justamente como são. Na meditação básica, praticamos a atenção plena à respiração. O treinamento Dzogchen é mais avançado; ele nos ensina como estar despertos e unos com o que é. Na prática Dzogchen, levamos conosco aonde quer que formos nossa consciência sem separações, para que cada momento seja um momento de atenção plena, um momento de realidade, de liberdade e iluminação.
 
Como disse um mestre zen: "A eternidade é um único instante, e esse instante é agora. Acorde para ela!". Isso pode soar esotérico, mas na verdade é um ensinamento muito prático. [...] Tudo o que se tem a fazer é permanecer com a visão.
 
Kalu Rinpoche
 

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Grande Mente e mente pequena


Para nos ajudar a compreender que não somos aquilo que pensamos, os ensinamentos de Buda fazem uma distinção entre o que é chamado de Grande Mente, ou Mente Natural, e a mente "pequena" ou mente comum e iludida. A mente pequena ou iludida é a mente habitual, barulhenta, imprevisível e constantemente fora de controle. É a nossa mente finita, conceitual, racional, discursiva, pensante. A mente iludida tem muitos impulsos e necessidades, ela deseja muitas coisas. Está quase sempre confusa, atravessa flutuações constantes de ânimo e é muito inquieta. Fica com raiva, deprimida ou hiper-ativa. 
 
O que se quer dizer com Grande é a natureza essencial da mente. É isto que chamamos de natureza búdica ou mente natural. Esta é a nossa verdadeira natureza - a consciência pura e ilimitada que reside no coração, e que é parte integrante de todos nós. O Buda a descreveu como imóvel, clara, lúcida, vazia, profunda, simples (descomplicada) e em paz. Na verdade, não é aquilo que chamamos habitualmente de nossa mente. É a natureza luminosa e mais fundamental no âmago de nosso ser. Isto é rigpa, o cerne da iluminação. É a nossa cota de nirvana aqui na terra.
 
Kalu Rinpoche
 

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Capacidade de despertar

Se você deseja despertar como o Buda, tem que acordar do sonho. Por isso Sidharta Gautama era um homem comum que quando desperta passa a chamar-se Buda, “o desperto”. Como ele era um homem comum como todos nós, todos temos a mesma capacidade de despertar. Aquele que acorda livra-se instantaneamente de toda dor, ilusão e sofrimento.

Monge Genshô
(em seu blog "O Pico da Montanha é onde estão os meus pés")

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

A Melhor Prática Espiritual

Certa vez, quando um monge estava circumambulando o Mosteiro Peltring, Geshé Tenpa, um reconhecido professor idoso, veio até ele e disse, "É bom circular locais sagrados, mas é muito melhor praticar o Darma sublime." 
Humildemente, o monge começou a estudar, memorizar e recitar os sutras budistas. Um dia Geshé Tenpa o encontrou em meio a seus estudos e devoções. O velho abade disse, "É muito meritório estudar escrituras e realizar atos virtuosos, mas é muito melhor praticar o nobre Darma." 
Depois de pensar muito, o monge decidiu que meditação intensiva era a melhor coisa que ele poderia fazer, e começou a meditar com muita dedicação. Inevitavelmente Geshé Tenpa o encontrou sentando em um canto, com um olhar fixo e concentrado. "Meditar é muito bom," comentou o erudito, "mas a prática genuína do Darma seria ainda melhor."
 Nessa altura, o monge estava totalmente confuso. Não havia nada que ele não houvesse tentado. Ainda assim o venerável professor não aprovava seus esforços. "Mui venerável senhor, que deveria eu fazer então?" ele suplicou. 
"Simplesmente abandone todas as expectativas com relação a esta vida," Geshé Tenpa respondeu. Então continuou seu caminho em silêncio.
 
(extraído do blog tzal.org)
 

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Decidir o que fazer

Nós sempre podemos fazer o melhor qualquer situação difícil, seja ela qual for. E cabe também a nós decidir o que devemos fazer ou não a fim de lançar as bases para a nossa felicidade futura e cessar de criar sofrimento para nós mesmos. 

Matthieu Ricard

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Samsara e Nirvana


 

Samsara, o ciclo das existências, e nirvana, o estado além dele, são dois estados da mente.

Samsara é um desvio do conhecimento, uma visão distorcida da realidade, que faz da mente uma escrava das emoções negativas, enquanto que nirvana é o estado de plena liberdade interior, livre de quaisquer obstáculos conceitual e emocional.

Dalai Lama

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Arquitetos de nossas futuras vidas










O carma, no que se refere às ações e seus efeitos, é um aspecto particular da lei da causalidade. É ele quem determina nossa quota de de felicidade ou sofrimento. Em outras palavras, o que nós experimentamos hoje é consequência de nosso comportamento passado; e nós somos agora os arquitetos de nossas futuras vidas.



Matthieu Ricard
(em "On The Path of Enlightnement")

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Liberando as Criaturinhas

Um velho lama gostava de sentar em meditação numa grande pedra lisa de frente a um lago plácido. Porém, toda vez que começava fervorosamente a recitar suas orações e devoções, assim que cruzava as pernas e se aquietava, ele via um inseto lutando desesperadamente para sair da água. De tempos em tempos, ele inclinava seu velho corpo doído e colocava a pequena criatura em um lugar seguro, antes de se aquietar novamente no seu assento de pedra. Assim seguiam suas contemplações, dia após dia... 
Seus irmãos monges, dedicados meditantes que também diariamente sentavam solitários nos barrancos e cavernas rochosas daquela região desolada, eventualmente ficaram sabendo que o velho lama dificilmente conseguia ficar parado, mas que de fato ficava a maior parte de suas sessões de meditação salvando insetos do laguinho. Apesar de parecer realmente muito adequado salvar vidas de seres sencientes de qualquer tipo, pequenos ou grandes, alguns deles ocasionalmente perguntavam-se se as meditações do velho monge não poderiam ser muito aperfeiçoadas se ele sentasse em algum outro lugar isolado e livre desse tipo de distração. Um dia eles finalmente mencionaram suas preocupações a ele. 
"Não seria de maior benefício sentar em algum outro lugar e meditar profundamente, sem perturbações o dia todo? Desta forma o senhor poderia mais rapidamente atingir a iluminação perfeita, e então poderia libertar todos os seres vivos do oceano da existência condicionada?" um deles perguntou ao velho.
"Pelo menos o senhor talvez pudesse meditar em frente ao lago com os olhos fechados," outro irmão sugeriu.
"Como desenvolver perfeita tranquilidade e profunda concentração adamantina levantando e sentando cem vezes a cada sessão de meditação?" um jovem monge erudito enfaticamente expôs sua opinião, encorajado pelas perguntas mais delicadas dos seus irmãos mais velhos... E assim os argumentos continuaram. 
O venerável velho lama ouviu atentamente, sem dizer nada. Quando todos já tinham feito seus discursos, ele curvou-se agradecido e disse, "Estou certo de que minhas meditações poderiam ser mais profundas e recompensadoras se eu ficasse imóvel o dia todo, como vocês colocaram. Mas como pode um velho inútil como eu, que tomou muitas e muitas vezes o voto de dar essa vida (e todas as outras) para servir e liberar aos outros, apenas sentar com os olhos fechados e o coração endurecido, cantando e entoando o mantra altruísta da Grande Compaixão, enquanto bem em frente a meus olhos criaturas desesperadas estão se afogando?"
Para essa simples questão humilde, nenhum dos monges reunidos pôde encontrar uma resposta.
 
(extraído do blog tzal.org)
 

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

A Igualdade de Tudo Que Vive



Em 1982, Sua Santidade O Dalai Lama do Tibete estava jantando na França com Pawo Rinpoche X. O par estava recontando histórias do passado e antecipando o renascimento do então recentemente falecido Gyalwa Karmapa.
Então o idoso Pawo Rinpoche viu uma formiga se debatendo no chão polido, tentando chegar na luz do sol.
 
Pawo Rinpoche já não podia mais andar. Ele pediu ao Dalai Lama que fizesse a bondade de resgatar a pequena criatura a ajudá-la em seu caminho. 
Sua Santidade atendeu com urgência o pedido, abençoando o pequeno inseto com uma bênção sussurrada. Gentilmente, ele carregou o inseto através do recinto e colocou-o seguro na tépida luz do sol. Sorrindo de deleite, ele sentou novamente com seu venerável colega. 
"Agora te fiz um favor, Rinpoche. Teus velhos olhos são melhores que os meus! As pessoas falam sobre vacuidade e alta filosofia Mahayana, mas consideração amorosa pela igualdade de tudo que vive é o verdadeiro sinal de um bodisatva." 
Sua Santidade em pessoa recontou mais tarde a história, durante um ensinamento na França sobre a necessidade de compaixão, engajamento altruísta, e responsabilidade universal. "Minha religião é amor e bondade", ele então afirmou.
(extraído blog tzal.org)



quarta-feira, 11 de setembro de 2013

O Vazio

Digamos por exemplo, que você esteja meditando e apareça uma sensação de raiva. Imediatamente, a reação da mente é de identificar a raiva como "minha" raiva, ou de dizer que "eu estou" com raiva. Em seguida você elabora sobre a sensação, quer seja procurando encaixá-la dentro do seu histórico ou como parte das suas idéias gerais sobre quando e onde a raiva pode ser justificada. O problema com tudo isso, sob a perspectiva do Buda, é que essas estórias e idéias causam muito sofrimento. Quanto mais você se envolve nelas, mais você desvia a atenção de enxergar a verdadeira causa do sofrimento: os rótulos de "eu" e "meu" que colocam todo o processo em movimento. Como resultado, você não consegue encontrar a forma de desemaranhar a causa e dar um fim ao sofrimento.
 
Se, no entanto, você conseguir adotar o vazio - não agindo ou reagindo em relação à raiva, mas simplesmente observando-a como uma série de eventos em si mesmos - você verá que a raiva está vazia de qualquer coisa com a qual valha a pena se identificar ou possuir. A medida que você domine o vazio com mais consistência, verá que essa verdade não se aplica somente a emoções mais grosseiras como a raiva, mas também, até para os eventos mais sutis na esfera da experiência. Esse é o sentido de vazio em todas as coisas. Quando você enxergar isso, compreenderá que rótulos como "eu" e "meu" são inadequados, desnecessários e que causam nada além de estresse e sofrimento. Então você poderá abandoná-los. Quando você os abandonar completamente, descobrirá uma forma de experiência ainda mais profunda que é completamente livre.  
 
Para obter domínio sobre a modalidade vazio de percepção é necessário treinamento em sólida virtude, concentração e sabedoria. Sem esse treinamento, a mente tende a ficar na modalidade que cria estórias e idéias sobre o mundo. E sob a perspectiva dessa modalidade, o ensinamento sobre o vazio soa simplesmente como mais uma estória ou idéia sobre o mundo, com novas regras. 

Ajaan Thanissaro
 

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Olhos iludidos

Nós construímos essa individualidade e nos agarramos à ela. Olhos iluminados vêem a vida e dizem “Que linda”. Alguns podem pensar que existem pessoas morrendo e sofrendo no mundo e que isso é trágico, mas eu lhes pergunto se as florestas são trágicas? Há nesse momento folhas e árvores morrendo nas florestas, existe tragédia nesse acontecimento? Não, não é mesmo? Olhamos as florestas e não lamentamos os troncos e folhas mortas. Essas folhas se transformarão em húmus e os troncos caídos e mortos servirão de abrigo e morada para outros seres vivos. Vemos todos esses fenômenos que ocorrem nas florestas como naturais e pensamos, “Que maravilha que é a natureza”. Porque não temos a mesma visão sobre a vida dos homens? Porque a vemos com olhos iludidos. Essa é a essência do Budismo, desculpem-me se isso parece terrível.

Monge Genshô
(em seu blog "O Pico da Montanha é onde estão os meus pés")

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

A única maneira de escapar

A única maneira de escapar de onde estamos metidos é mudar nossa mente. Mudando a mente, muda tudo. Parece que a pessoa não teve escolha, mas teve no passado, não acontece nada conosco que não mereçamos. Nada. Tudo que acontece, merecemos de alguma forma, no mínimo, por termos nascido neste mundo, por termos escolhido esse mundo, essas casualidades, guerras, terremotos, ódio, egoísmo.
 
Mas porque escolhemos esse mundo? Porque nos sentimos atraídos por ele. É a mesma coisa que acontece com as pessoas na cidade. A pessoa chega em uma cidade e pode fazer o que quiser, várias coisas. Ela chega à essa cidade desconhecida, pode se sentir atraído a entrar numa igreja, museu, parque, mas também pode perguntar “onde tem um boteco que eu possa beber?” As escolhas são dele. Ele vai para o lugar onde se sente atraído. Nosso carma se sente atraído para se manifestar num mundo em particular, numa família em particular, um país em particular, onde existam as condições parecidas com aquilo que nos atrai, que sempre nos atraiu, com corpo e impulsos daquilo que já nos atraiu. Estamos presos aos nossos impulsos e não conseguimos escapar. Então a vida que vivemos é construída por nós mesmos e quando dizemos, “não teve escolha”, sim, teve, talvez não agora, agora parece uma grande injustiça, mas existe uma causa passada, porque não existe efeito sem causa. Quando algo cai no chão podemos dizer que nada criou a condição para que ela caísse? Todos os efeitos têm causa, mesmo os que parecem injustos.
 
Monge Genshô
(em seu blog "O Pico da Montanha é onde estão os meus pés")
 

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

O que o Nirvana nos ensina

Nirvana significa extinção, principalmente das idéias - de nascimento e morte, de existência e não-existência, ir e vir, eu e o outro, um e muitos. Todas essas idéias causam sofrimento. Temos medo da morte porque a ignorância provoca uma idéia ilusória sobre o que é a morte.
 
O Nirvana é atingido através de nossa prática de olhar tudo em profundidade, a cada dia.
 
Nirvana significa pacificação, silêncio ou extinção do fogo do sofrimento. O Nirvana nos ensina que já somos aquilo que queremos nos tornar. Não precisamos correr atrás de mais nada. Só precisamos voltar a nós mesmos e contatar nossa verdadeira natureza. Quando fizermos isso, obteremos paz e alegria reais.
 
Thich Nhat Hanh
(em "A Essência dos Ensinamentos de Buda") 
 

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

O esforço correto

O esforço correto não é aquele que busca fazer algo especial acontecer. Mas sim o esforço para estar atento e desperto a cada momento, o esforço para superar a preguiça e o mérito, o esforço para fazer com que cada atividade de nosso dia seja a própria meditação.

Ajahn Chanh

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Mente preparada

(...) quantas vidas terá que repetir fazendo a mesma coisa se constrói um carma assim? A mente com que a gente morre é muito importante para a próxima vida. A tradição diz que o mais importante é o impulso final, o que acontece agora na hora da morte, que mente eu tenho? Isso é a coisa mais importante e, como você não escolhe a hora da morte, é melhor ter uma mente preparada. O melhor é se sentir atraído pelas coisas boas, quem se sente atraído pelas coisas elevadas irá nascer em um ambiente onde as coisas elevadas estarão disponíveis. Agora se você procura o fugaz, o baixo, o maldoso, irá nascer numa vida cercada por essas condições, pois se sentirá atraído por isso.
 
Monge Genshô
(em seu blog "O Pico da Montanha é onde estão os meus pés")
 

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Quando uma nuvem vai virar chuva

Quando uma nuvem vai virar chuva, ela não fica com medo. É ótimo ser uma nuvem flutuando no céu azul, mas a oportunidade para ser uma pequena chuva nos campos, no oceano ou nas montanhas também é uma coisa atraente. Enquanto cai como chuva, a nuvem canta.
 
Olhando com profundidade, vemos que o nascimento é um conceito, e a morte também. Nada pode surgir do nada. Quando tocamos a folha de papel, ou a nuvem, estamos tocando a natureza do não-nascimento e da não-morte, e estamos também nos libertando da tristeza.
 
Essa foi a compreensão que ajudou o Buda a se tornar sereno, pacífico e sem medo. O ensinamento do Buda pode nos ajudar a entrar em contato com com o fundamento do nosso ser, o alicerce da existência, para tocarmos o mundo do não-nascimento e da não-morte. É isso que irá nos libertar do medo e da tristeza.
 
Thich Nhat Hanh
(em "A Essência dos Ensinamentos do Buda")
 

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Mente serena como uma lagoa tranquila

Tente manter sua mente alerta e deixe que as coisas sigam seu curso natural. Então sua mente permanecerá serena em qualquer ocasião, como uma tranquila lagoa na floresta. Todos os tipos  de animais raros e maravilhosos virão beber às suas margens, e você verá claramente a natureza real dos fenômenos. Você presenciará visões maravilhosas virem e partirem, mas permanecerá tranquilo. Essa é a felicidade do próprio Buda.


Ajahn Chanh