terça-feira, 30 de junho de 2015

A Iluminação virá quando vier


A iluminação virá quando vier. E quando ela chegar, o praticante subitamente experimentará a Natureza Verdadeira. Ele compreenderá que seu ego é mesmo uma ficção, uma ilusão nociva. E quando essa confusão for dissolvida, ele se tornará impertubável. Alcançará a agudeza da mente e uma integridade que reluzirá em forma de pureza e tranquilidade absolutas. É claro que quando alcançar esse estágio ele deverá preservar essa Sabedoria. Deverá cuidar para que seu ego não volte a se estabelecer, pois isso seria como acrescentar uma outra cabeça sobre seu pescoço.

Mestre Hsu Yun (Empty Cloud)
(em “The Zen Teaching of Master Xu Yun”)

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Disciplina, Concentração e Sabedoria


Quando os boddhisattvas praticaram no passado, fizeram três votos a fim de enfrentar os três venenos da mente:

Praticaram a disciplina a cada momento: para enfrentar o veneno do desejo, fizeram o voto de romper com todas as maldades.

Praticaram a concentração a cada momento: para enfrentar o veneno da aversão, fizeram o voto de praticar somente coisas boas.

Praticaram a sabedoria a cada momento: para enfrentar o veneno da ignorância, fizeram o voto de libertar todos os seres.


Bodhidharma
(em “La Aurora del Zen”)

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Huang Po: Abandonar todos os conceitos!




Qualquer "característica" de qualquer fenômeno é ilusória. Reconhecendo que todas características são ilusórias, você vê a Realidade. Até mesmo Buda e seres comuns são concepções ilusórias. É por não conhecer a Mente real que você se ilude com conceitos. Se você conceitua o Buda, será obstruído por esse Buda! Se criar opiniões e conceitos sobre os seres comuns, será obstruído por eles. Todos esses conceitos dualistas como ignorante e Iluminado, puro e impuro, são obstruções.

Você estuda os sutras e lições budistas, mas eles são apenas conceitos empíricos. Você deve abandoná-los! Abandone todo conhecimento que adquiriu como se ele fosse somente um leito no qual você repousa quando está doente. Somente quando houver abandonado todos os conceitos, não haverá mais nada objetivo a perceber. Somente quando os fenômenos não mais obstruírem você, quando abandonar as concepções dualísticas, você alcançará o estado de Buda.

Como a Mente sabe que não há qualquer separação entre os fenômenos, esses são encarados de forma indiferenciada. Todos os fenômenos que existem são criações do pensamento, por isso é necessário uma mente vazia para perceber que eles são todos vazios. O mesmo ocorre com os objetos dos sentidos, sejam eles quais forem. O vazio que está em tudo é composto da mesma substância da Mente. E como a Mente é fundamentalmente indiferenciada, o mesmo ocorre com tudo o mais. As diferentes manifestações surgem para você apenas porque sua percepção crias as diferenciações.


Huang Po
(em "The Zen Teaching of Huang Po")



quinta-feira, 25 de junho de 2015

Até o pensamento mais simples é importante

Os fenômenos no reino físico ocorrem da mesma maneira que no reino da Mente. Tudo está continuamente se transformando. De um estado primordial partículas são geradas, eventualmente juntam-se a outras e formam assim novas partículas. Estas se reúnem e transformam-se continuamente, eventualmente formando um universo.  E esse universo eventualmente retorna à seu estado primordial, de onde eventualmente cria novamente um novo universo. Esse processo repete-se eternamente, e é incrível. A energia gerada para isso está além da imaginação. 

O universo, o cérebro humano e a Mente agem exatamente da mesma maneira: se você tem pensamentos ruins, sementes nocivas serão espalhadas por toda a parte, e se tiver bons pensamentos, sementes de bondade se espalharão infinitamente.

É por isso que até o pensamento mais simples é importante. Ao ajudar os outros com bens materiais, isso é relativamente insignificante. É apenas uma gota no oceano. Mas se deseja realmente ajudá-los, faça-o através da mente. Se não auxiliarmos as pessoas a desenvolver suas mentes e aprofundar seu desenvolvimento espiritual, a perda para os países, para o mundo e para o universo será verdadeiramente inimaginável.

Daehaeng Sunim
(em “Wake Up and Laugh”)

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Harmonize-se com a Realidade

Você deve aceitar tudo que aparecer. Não tente evitar o que surgir e nem tente apegar-se ao que está partindo. Harmonize-se sempre com a Realidade, abandone as preocupações e siga a vida naturalmente. A Realidade abrange tudo, porque tudo tem vida.

Daehaeng Sunim
(em “Wake Up and Laugh”)

terça-feira, 23 de junho de 2015

Um esforço verdadeiro

Para ser verdadeiro no estudo do Budismo há que se ter cuidado, porque o Budismo não foi feito para se alcançar alguma finalidade mundana. Pois Budismo, em seu nível mais profundo, não é mundano. É transcendente.

Não se deve estudar o Budismo visando aprender a como sentir-se menos ansioso sobre o trabalho, ou para reduzir o estresse na vida pessoal, ou para ajudar no casamento. Há que se ter em mente que o Budismo lida com o despertar, com ver a verdadeira essência da realidade a partir da qual os fenômenos externos e subjetivos são criados. Isso não acontecerá se estivermos obcecados com a vida mundana, usando inconscientemente o Budismo como uma ferramenta para aumentar nossas chances de conseguir o que queremos. Ele não funciona dessa forma.


(extraído do site The Zennist)

segunda-feira, 22 de junho de 2015

A mente é a raíz

A mente é a raiz a partir do qual todas as coisas surgem. Se alguém compreender a mente, tudo o mais será esclarecido. É como a raiz de uma árvore. Todas as frutas e as flores, galhos e folhas de uma árvore dependem de sua raiz. Se você nutrir a raiz, uma árvore se multiplica. Se cortar a raiz, ela morre. Aqueles que entendem a mente alcançam a iluminação com mínimo esforço. Aqueles que não a entendem praticam em vão. Tudo o que é bom e tudo o que é ruim vem de sua própria mente. Encontrar algo além da mente é impossível. 

Bodhidharma
(em “The Zen Teaching of Bodhidharma”)

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Abrir mão dos pensamentos

O estado desperto é  livre de pensamentos, porém dinamicamente desperto. Se treinarmos perseverantemente essa atenção, ele se torna o estado plenamente desperto, o estado de buda.

Quando esquecemos da essência de nossa mente, nos tornamos distraídos e a confusão surge. Meditar é um conceito, distrair-se é confusão. Vá além de ambos e permaneça naturalmente na consciência não-meditativa. Isso não é algo que você deva criar. Não deve formar uma idéia do que seja. Simplesmente abria mão dos pensamentos e permita que o estado desperto permaneça estável. Não a estabilidade de sustentar algum pensamento, mas a estabilidade da ausência de pensamento.

Tulku Urgyen Rinpoche
(em “As It Is - Vol. 1”)

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Entre as Nuvens Brancas

Apenas falar sobre o budismo não adianta. Você pode decorar todos os textos existentes, isso não irá ajudá-lo se não mantiver disciplina, meditação e sabedoria. É tolice acreditar que conseguirá livrar-se do ciclo de nascimento-e-morte sem isso.

Quando a ignorância é dissolvida, conseguimos ver a nossa Natureza Original. Em meio a esse mar de sofrimento os seres não sabem que possuem essa Natureza de Buda. Todos os os ensinamentos do Buda visam nos mostrar essa Natureza.

O Sutra de Lótus diz: “O maior de todos os votos é conduzir todos os seres a ver o que um buda vê, ver como um buda vê, e testemunhar o que um buda vê.”

Pratique meditação, tenha disciplina e sabedoria para libertar-se desse falso self. O falso self esconde nossa Natureza de Buda, por isso os seres não conseguem vê-la. É como um dia nublado no qual não podemos ver o sol. Isso não quer dizer que não haja sol, não é mesmo? Não há nada de errado com o sol, apenas não conseguimos vê-lo. Assim é a nossa Natureza de Buda.

Os homens seguem escravos de suas mentes, ás vezes no inferno e outras vezes no céu. Se alimentamos pensamentos negativos então esse mundo é um inferno. Mas se alimentamos pensamentos gentis, o mundo é um paraíso.


(palavras de um monge eremita Chan no documentário “Amongst White Clouds”)


quarta-feira, 17 de junho de 2015

Uma vida autêntica

Quando um carma originado em seu passado manifesta-se e você o entrega confiante à Realidade Última, é como fazer uma nova gravação sobre uma fita já gravada. A gravação anterior é substituída pela nova. Quando você entrega qualquer situação à Realidade Última, é como se um novo registro substituísse o antigo. 

Praticando assim, você será capaz de entender e lidar com tudo que surgir, seja de seu interior ou do mundo lá fora. Além disso, seus obstáculos cármicos desaparecerão, então você saberá o que significa viver uma vida autêntica.

Daehaeng Sunim
(em “Wake Up and Laugh”)

terça-feira, 16 de junho de 2015

O treinamento para reconhecer a nossa essência

                                                                      foto de Andy Karr

O treinamento para reconhecer a essência é simplesmente deixar que as coisas sigam seu curso naturalmente. Significa não utilizar qualquer técnica, qualquer artifício. 

Reconhecer a nossa essência não é sentar e meditar sobre a essência. É simplesmente permitir, vivenciar, testemunhar a nossa natureza vazia e consciente sendo aquilo que ela já é.

Tulku Urgyen Rinpoche
(em “As It Is - Vol. 1”)

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Herdeiros de todo o bem

Somos herdeiros de todo o bem do universo, se nos abrirmos a eles.

Swami Vivekananda
(em “Platicas Inspiradas”)

A Realidade que ainda não percebemos



Todos os budas no espaço e no tempo praticam em uníssono conosco. Na realidade eu não sou separado de você e de todos os budas, e você não está à parte de tudo o mais. Não há aqui ou . Você não é uma ameaça para mim e eu não sou uma ameaça para você. Nós apoiamo-nos um ao outro, e nossas vidas não são separadas. Não há nada pelo qual temer, e tudo o que surge é a nossa própria vida. Nossa essência verdadeira é o universo inteiro, e poder estar vivo é algo pelo qual se deva ser grato, não importa de que forma seja.

Tenshin Reb Anderson
(Prefácio ao livro “Zen’s Chinese Heritage”, de Steven Heine)

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Conquiste a si mesmo

Conquiste a si mesmo e o universo inteiro lhe pertencerá.

Swami Vivekananda
(em “Platicas Inspiradas”)

Mar

Quando a correnteza encontra um obstáculo, veja como age a água: ela flui ao redor dele e segue em frente. Quando chove, as gotas caem juntas e eventualmente correm para o mar. Da mesma forma, não importa os tipos de problemas que venham a surgir. Se você entrega-los todos à essência original, eles fluirão para o mar. Quando as ondas se aquietam ele segue límpido, como sempre tem sido.

Daehaeng Sunim
(em “Wake Up and Laugh”)

quinta-feira, 11 de junho de 2015

A história na qual acreditamos



A história na qual acreditamos e vivemos repetindo para nós é a seguinte: Eu estou aqui e você está aí. Minha vida é separada da sua. Os objetos que percebo são externos a mim. Essa história é quase instintiva. Uma vez que surja, é quase impossível não considerá-la como sendo a realidade. E viver nela como sendo a realidade dá origem a todo o nosso sofrimento. Por vivermos essa história estamos bem abastecidos de ansiedade, porém não necessariamente bem estruturados para lidar com ela. E assim embarcamos numa incessante luta para fugir da ansiedade e culparmos os outros por senti-la.

Tenshin Reb Anderson
(Prefácio ao livro “Zen’s Chinese Heritage”, de Steven Heine)

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Oceanos de carma


Cada movimento de nossos pensamentos, palavras e atos é como um ponto no tecido da nossa futura realidade. Latentes em nossa experiência presente estão oceanos de carma vindo de incontáveis vidas passadas, carma este que, nas condições apropriadas, frutificará.

Chagdud Tulku Rinpoche
(em “Portões da Prática Budista”)

terça-feira, 9 de junho de 2015

Sintonizando-se com o reino superior




Tudo é feito pela nosso verdadeiro ser, a habilidade do que é inconcebível. O reino dos seres humanos – o reino mediano – funciona em sintonia com o reino superior e inferior. Se transcendermos os hábitos desse reino mediano e nos sintonizarmos com o reino superior, nos tornaremos livres das armadilhas do pensamento-comum que impera na Terra e experimentaremos a verdadeira paz. Quando isso ocorrer, tudo se transformará. Mas para alcançarmos esse estágio, precisamos nos transformar. À medida que você praticar, as mudanças ocorrerão naturalmente.

Daehaeng Sunim
(em “Wake Up and Laugh”)

segunda-feira, 8 de junho de 2015

"Esta vida etérea de sonhos..."




O Mestre Seon (Zen) Dongsan era o líder espiritual de Haeinsa, um dos principais templos coreanos. Ao reconhecer o grande potencial de Seongcheol, recomendou que ele se tornasse monge. Mas Seongcheol recusou, afirmando não ter nenhuma intenção de tornar-se monge e que só a meditação intensiva era importante. Tempos depois, um discurso do mestre Dongsan  o fez mudar de ideia:

"Há um caminho. Ninguém vai revelar o segredo. Você deve entrar pela porta por si mesmo. Mas não há nenhuma porta. No final, não há sequer um caminho."

Em março de 1937, Yi Yeongju tornou-se monge e recebeu o nome de dharma Seongcheol. Ao ser ordenado, escreveu o seguinte poema:

As grandes conquistas do mundo são como flocos de neve derretendo no fogo,
As realizações que movem os oceanos são como orvalho desaparecendo sob o sol.
Por que viver um sonho nesta etérea vida de sonhos?

Eu abandonei tudo para ir em direção à grande verdade eterna.



sexta-feira, 5 de junho de 2015

Não se deixe desencorajar pela extensão da jornada



Você tem estado mergulhado na ignorância por muitas vidas, e está acostumado com isso. Todas as suas crenças profundamente enraizadas, todos os seus padrões de comportamento, reforçam a ignorância e fortalecem o poder que ela exerce sobre você. Essa ignorância é tão arraigada que está fortemente enredada em todas as suas estruturas psicológicas, é necessário um esforço sólido por um longo período para livrar-se dela.

A ignorância é a ignorância do Ser, e para removê-la é necessário Autoconsciência. Quando você alcança a consciência do Ser, a ignorância desaparece. Se você não perder o contato com o Ser, a ignorância não poderá surgir.

Se existe escuridão, você a remove trazendo luz. A escuridão não é alguma coisa real e substancial que você tem que desenterrar e jogar fora. Ela é apenas a ausência de luz, nada mais. Quando se deixa entrar luz num quarto escuro, repentinamente a escuridão não está mais lá. Ela não desaparece gradualmente ou vai embora aos poucos; ela simplesmente deixa de existir quando o espaço é preenchido pela luz.

Isso é apenas uma analogia, porque o Ser (que nós verdadeiramente somos) não é como as outras luzes. Ele não é um objeto que você vê ou não vê. Ele está aí o tempo todo, brilhando como sua própria realidade. Se você se recusa a reconhecer sua existência, se você se recusa a acreditar que ele está aí, você coloca a si mesmo em uma escuridão imaginária. Ela não é uma escuridão real. É sua própria recusa intencional em reconhecer que você é a própria luz. Essa ignorância autoimposta é a escuridão que precisa ser banida pela luz da consciência do Ser. Temos que nos voltar repetidamente para a luz do Ser dentro de nós, até que nos tornemos um com ela.

Quando olhamos para fora, nos envolvemos com os objetos e perdemos a consciência do Ser que brilha dentro de nós. Mas quando, pela prática frequente, ganhamos força para manter nosso foco no Ser, nos tornamos um com Ele e a escuridão da ignorância do Eu Real se dissipa. Então, muito embora continuemos a viver nesse corpo falso e irreal, nós habitaremos no oceano de bem-aventurança que nunca desaparece ou diminui.

Isso não vai acontecer em um instante, porque muitas vidas de pensamentos equivocados e ignorantes tornaram impossível para a maioria de nós focar atentamente e regularmente no Ser dentro. Se você deixar sua casa e começar a caminhar para longe dela, e se esse hábito perdurar por muitas vidas, provavelmente você estará bem longe de casa quando finalmente decidir que já chega, e que você quer voltar para o lugar de onde começou. Não se deixe desencorajar pela extensão da jornada, e não relaxe em seus esforços para chegar em casa. Vire 180º para voltar-se para a fonte de sua jornada exterior, e continue indo em direção ao lugar de onde você começou. Ignore a dor, o desconforto, e a frustração de parecer não estar chegando a lugar algum. Mantenha-se movendo de volta à fonte, e não deixe que nada o distraia no caminho. Seja como o rio em sua jornada de volta ao oceano. Ele não pára, se desvia, ou decide correr morro acima por um tempo. Ele não se distrai. Ele apenas se move lenta e constantemente de volta ao lugar de onde suas águas se originaram. E quando o rio se dissolve no oceano, ele deixa de existir. Somente o oceano permanece.


Annamalai Swami
(em “Os Ensinamentos Finais de Annamalai Swami, de David Godman”)

quarta-feira, 3 de junho de 2015

A Realidade Em Si

Quando examinamos constantemente a mente original, o reconhecimento de que não há nada para ser visto é clara e nitidamente reconhecida como a Realidade em si.

Rangjung Dorje, o terceiro Karmapa
(citado por Tulku Urgyen Rinpoche em “As It Is, vol.1”)

terça-feira, 2 de junho de 2015

A Natureza Desperta




A existência desperta é o estado realizado de todos os budas desde o início dos tempos, é o estado natural. Essa natureza desperta existe em todos os seres e necessita apenas ser reconhecida. Não será encontrada no futuro e nem é algo que possuímos no passado.  Ela está presente exatamente agora. Tampouco é algo que você deva aceitar ou rejeitar. Não faça nada a respeito: não a aceite, não a evite, não alimente qualquer esperança ou medo em relação a ela, não tente mudá-la ou melhorá-la de alguma forma: não é necessário fazer nada.

Tulku Urgyen Rinpoche
(em “As It Is - Vol. 1”)

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Buda açougueiro




Ainda que alguns hábitos permaneçam, eles não podem lhe causar danos pois sua natureza é essencialmente pura. Ela não pode ser corrompida. Seu verdadeiro ser não tem sensações, nem fome e nem sede, nem calor e nem frio, não adoece, não se apega, não sente prazer ou dor, nem bom e nem mal, nem fraqueza ou força. Na verdade não há nada ao qual essas coisas possam se aferrar. É somente por seu apego ao corpo que surgem sensações como fome, sede, calor, frio ou doença.

Se eliminar o apego e deixar que as coisas sigam seu curso, você transformará tudo. Adquirirá poderes espirituais que não poderão ser obstruídos. Se duvida, nunca enxergará além das aparências.

Quando você discrimina não pode evitar o ciclo de nascimento-e-morte. Mas quando enxerga seu verdadeiro ser você torna-se um Buda. Mesmo que trabalhe como açougueiro.

Bodhidharma
(em “The Zen Teaching of Bodhidharma”)