A verdade encontra-se em todas as coisas

Para mim, a verdade encontra-se em todas as coisas. Por isso a ideia de que necessitais progredir em direção à realidade é uma ideia falsa. Não se pode progredir em direção a algo que está sempre presente. Não se trata de avançar para o exterior ou de voltar-se para o interior, mas sim libertar-se dessa consciência que percebe a si mesma como separada de tudo o mais.

Jiddu Krishnamurti

A porta sempre esteve aberta

Após buscar e buscar e por fim cansar de toda procura, você desperta para o fato de que tem sido, desde o início - antes mesmo de iniciar a buscar - abundantemente abençoado. Após parar de bater em várias portas, procurando, você percebe que na realidade a porta sempre esteve aberta. É a isso que a prática se refere.

Soko Morinaga

(em “Movice to Master”)

Poder original

No Zen, o poder no qual você passa a acreditar não é conquistado através de qualquer tipo de treinamento. Esse poder está em si próprio e transcende o self, é ele que dá vida ao próprio self. O objetivo da prática Zen é despertar para esse poder original com o qual você perdeu o contato, e não ganhar um novo tipo de poder.

Soko Morinaga

(em “Movice to Master”)

O Buda em uma folha verde

Segure mesmo uma folha verde de tal maneira que ela manifeste o corpo de Buda.

Isso por sua vez permite que o Buda se manifeste através da folha verde.

Dogen

Unidade

Uma única natureza contém todas as naturezas;

uma única existência contém totalmente todas as existências.

Uma única Lua se reflete em todas as águas;

todos os reflexos da Lua na água provêm de uma única Lua.

Yoka Daishi

(em "Shodoka - O Canto do Satori Imediato")

Unidade com o universo

Despertar significa manter de maneira inquebrantável a sua unidade com o universo.

Kodo Sawaki

Verdade cósmica

Diante de um fracasso, o espírito profundo não é afetado; ele continua a ser uma verdade cósmica na nossa vida cotidiana, um verdadeiro Buda, sempre em paz, seja na infelicidade como na felicidade. Ela é a nossa vida interior, solitária, assim como durante o zazen.

O exterior pode estar sujo e ferido, mas o interior mantém-se puro e invulnerável. Assim se cria a harmonia com todo o universo, com todos os humanos.

Taisen Deshimaru
(em "Shodoka - O Canto do Satori Imediato")

Nada escondido

Um monge Zen queixava-se de que o mestre não era claro em seus ensinamentos. Quando passeavam pelo campo num dia de primavera, o aluno disse:

- Que perfume delicioso, o dessas flores!

E o mestre lhe responde:

- Viu como não te escondo nada?

Conto Zen

Nenhum esforço

Permanecer sentado, a cabeça coberta, todas as coisas em repouso.

Este monge da montanha não compreende nada sobre nada.

Vive onde está e não faz nenhum esforço para libertar-se.

Sekito

(Mestre Zen chinês do Séc 8. Citado por Jorge Bustamante em “Zen, La Eternidad del Relámpago”)

Céu impertubável

Um monge chamado Sekito perguntou a seu mestre, Seigen:

– Qual é o segredo do Budismo?

– Este segredo é impossível de se obter e de se compreender.

– Pode você explicar-me com outras palavras?

– O vasto céu não é perturbado pelo voo das nuvens brancas.

Conto Zen

A mente como um espelho

Por não reconhecer que sua mente não nasce e nem morre e que ela é originalmente livre de ilusões, você pensa que os pensamentos têm existência real, e por isso segue preso à roda de nascimento e morte. É preciso reconhecer que os pensamentos são efêmeros e irreais e que, sem apegar-se a eles ou rejeitá-los, você deve apenas deixar que surjam e desapareçam naturalmente. Eles são como imagens refletidas no espelho.  O espelho é límpido e brilhante e reflete aquilo que for posto diante dele.  Mas a mente de Buda é dez mil vezes mais brilhante .

Bankei
(em “The Unborn – The Life and Teachings of Zen Master Bankei”)

Religião e espiritualidade

A religião desenha linhas. A espiritualidade lê entre elas.

Brian Woodcock

Apenas observe a mente

Você pode controlar a mente? Sim, mas por períodos curtos de tempo. Quando você pára o exercício, a mente volta novamente. Então não desperdice toda sua energia tentando parar a mente. Permaneça como o observador das atividades mentais.

Contemple essa energia ou este principio que observa até que o observador se encarregue do observar. Significando que ele fica apenas sobre si mesmo. E neste momento a mente desaparece, não tem mais poder.

Mooji

Raiz profunda

Quando a raiz é profunda, não há razão para temer a ventania.

Hakuin Ekaku, mestre Zen

Quanto mais santa a pessoa é, maior é a chance de ela se descrever como uma pecadora.

Isso acontece porque ela não mente para si mesma.

Haemin Sunim

(em "As Coisas que Você Só Vê Quando Desacelera")

Não deixar marcas

Quando uma pessoa não iluminada faz o bem, ela tenta deixar a própria marca.

Quando uma pessoa iluminada faz o bem, ela não deixa marcas.

Haemin Sunim

(em "As Coisas que Você Só Vê Quando Desacelera")

Todo dia é um bom dia

Para pessoas não iluminadas, nem todo dia é um bom dia,  porque elas só se sentem felizes quando as coisas saem do jeito que elas querem.

Para pessoas iluminadas, todo santo dia é um bom dia, porque elas se sentem livres por saber que nada pode lhes tirar a sabedoria.

Haemin Sunim

(em "As Coisas que Você Só Vê Quando Desacelera")

Os desejos e medos são fabricados pela mente

Por que tanta insistência no abandono dos desejos e medos? Eles não são naturais?

Não, não são. Eles são totalmente fabricados pela mente. Você tem que abrir mão de tudo para descobrir que não precisa de nada, nem ao menos de seu corpo. Suas necessidades são irreais e seus esforços são insignificantes. Você é inatingível por qualquer experiência sensorial ou por qualquer construção verbal. afaste-se delas. Recuse-se a personificar.

Sri Nisargadatta Maharaj

(em “Eu Sou Aquilo” pág 312  - Tradução para o português de Patrícia de Queiroz Carvalho Zimbres. Editora Satsang)

Um novo lugar

Cada momento é um lugar no qual você nunca esteve antes.

Mark Strand

Deixar as coisas intactas

Em um campo

eu sou a ausência

de campo.

E é sempre assim.

Onde quer que eu esteja

eu sou o que falta.

Quando caminho

eu parto o ar

e sempre

o ar volta

a preencher os espaços

onde meu corpo esteve.

Todos temos razões

para nos mover.

Eu me movo

para deixar as coisas intactas.

Mark Strand

Não importa

As más notícias são:

Nem sempre você pode fazer as pessoas gostarem, amarem, compreenderem, apoiarem, aceitarem ou serem legais com você.

As boas notícias são:    Isso não importa.

Anônimo

Como praticar a ausência de desejos?

Como devo praticar a ausência de desejos?

Não há necessidade de praticar. Não há necessidade de atos de renúncia. Não dar atenção é o bastante. O desejo é apenas a fixação da mente numa ideia. Saia desse sulco negando-lhe atenção. Isso é tudo. Qualquer que seja o desejo ou o medo, não se prenda a ele. Experimente você mesmo e veja. Aqui ou ali, talvez aconteça de você esquecer, mas isso não tem importância. Tente de novo, até que se torne automático pôr de lado todos os desejos, todos os medos, cada reação.

Sri Nisargadatta Maharaj

(em “Eu Sou Aquilo” pág 311  - Tradução para o português de Patrícia de Queiroz Carvalho Zimbres. Editora Satsang)

Serenidade

A serenidade não é feita nem de troça nem de narcisismo, é conhecimento supremo e amor, afirmação da realidade, atenção desperta junto à borda dos grandes fundos e de todos os abismos; é uma virtude dos santos e dos cavaleiros, é indestrutível e cresce com a idade e a aproximação da morte. É o segredo da beleza e a verdadeira substância de toda a arte.

Hermann Hesse

(em “O Jogo das Contas de Vidro”)

Lidar com os problemas como um buda

Quando você lida com seus problemas como um buda, abre-se uma passagem para liberdade. Essa passagem não é filosófica ou metafísica; é o caminho concreto no qual você deve percorrer agora, porque ela só abre quando você lida com os problemas como um buda.

Por isso, sob qualquer circunstância, não importa qual sentimento, emoção ou ideia sua consciência humana dualística tenha produzido, apenas aceite. Depois, não se apegue, deixe-a ir, deixe-a retornar à unidade fundamental. Isso não é nada mais que prática em ação. Essa prática é naturalmente pura e limpa.

Dainin Katagiri

(em “Each Moment Is The Universe”)

O único lugar a ir é dentro de si mesmo

O único lugar a ir é dentro de si mesmo. O externo nem ajuda nem atrapalha. Nenhum sistema, nenhum procedimento padronizado o levará a seu objetivo. Desista de trabalhar por um futuro, concentre-se totalmente no agora, ocupe-se apenas de sua reação a cada movimento da vida, à medida em que forem acontecendo.

Perceba que não é você que se move de sonho a sonho, mas é o sonho que flui frente a você, que é a testemunha universal. Acontecimento algum afeta seu ser real, essa é a verdade absoluta.

Sri Nisargadatta Maharaj

(em “Eu Sou Aquilo” págs 306-307  - Tradução para o português de Patrícia de Queiroz Carvalho Zimbres. Editora Satsang)

No fluxo da impermanência

Quando você está integralmente no fluxo da impermanência, seu corpo e sua mente estão calmos. A ideia de um eu separado, a busca pela verdade, o sofrimento, tudo desaparece nesse momento. Quando entende perfeitamente a impermanência, Você reconhece o universo e você não são separados. Não há você e alguma outra coisa à parte para satisfazer seu desejo. Há somente transformação incessante, o compromisso total do universo com a atividade dinâmica.

Dainin Katagiri

(em “Each Moment Is The Universe”)

Tudo o que você tem a fazer

Para sentir esse vazio revigorante é preciso aceitar e encarar sua vida. Manter sua mente e seu corpo plenamente presentes e praticar com total devoção. Ao invés de tentar conseguir alguma coisa para si próprio, ofereça seu corpo e mente inteiros ao que estiver fazendo, entregue-se a isso. Entregar-se significa abandonar a ideia de que você possui uma existência completamente separada e aceitar que a vida vai além de sua compreensão habitual. Por isso, entregue-se a cada momento, esteja nele. É isso! Isso é tudo o que você tem a fazer. E então você estará exatamente no fluxo da impermanência.

Dainin Katagiri

(em “Each Moment Is The Universe”)

A libertação do sofrimento

Mesmo após alcançar a iluminação, o sofrimento e a dor podem aparecer em sua vida. Mas tudo bem. Assim como tudo o mais que existe no mundo fenomênico, seu sofrimento é um ser que surge da natureza original da existência e, também a cada momento, retorna para essa fonte. Por isso quando estiver sofrendo tudo que você tem a fazer é aceitar e oferecer seu corpo e sua mente à existência verdadeira. Assim você e o sofrimento retornam ao vazio, e então ocorre a libertação do sofrimento.

Dainin Katagiri

(em “Each Moment Is The Universe”)

A mais urgente das tarefas

A maioria das pessoas não sabe que a dor pode ter fim. Mas, assim que elas ouvem as boas novas, é óbvio que ir além de toda luta e de todo o sofrimento se transforma na mais urgente das tarefas. Você já sabe que pode ser livre e, a partir de agora, é com você. Ou você permanece para sempre faminto e sedento, ansiando, buscando, se apossando, se agarrando, sempre perdendo e sofrendo, ou você se lança de todo o coração à procura do estado de perfeição intemporal, ao qual nada pode ser acrescentado, do qual nada pode ser tirado. Nele, todos os desejos e todos os medos estão ausentes, não porque foram repudiados, mas por terem perdido o sentido.

Sri Nisargadatta Maharaj

(em “Eu Sou Aquilo” pág 304 - Tradução para o português de Patrícia de Queiroz Carvalho Zimbres. Editora Satsang)

Autoimagem

Quando você abandona essa falsa proteção, a verdade aparece e leva embora sua autoimagem. É por isso que a autoimagem é sempre acompanhada de um muro, pois sem esse muro o reconhecimento de sua verdadeira natureza surgirá e eliminará a autoimagem que você tinha, boa ou má. Não existe autoimagem sem muro, e toda autoimagem implica em sofrimento.

Adyashanti
(em “Emptiness Dancing”)

A existência corporal é um estado de mente

Vocês estão tão acostumados a pensar em si mesmos como corpos possuindo consciência que vocês sequer conseguem imaginar a consciência possuindo corpos. Quando vocês se derem conta de que a existência corporal não passa de um estado de mente, de um movimento na consciência, que o oceano da consciência é infinito e eterno, e que, quando em contato com a consciência, vocês são apenas a testemunha, vocês serão capazes de se retirarem totalmente para além da consciência.

Sri Nisargadatta Maharaj

(em “Eu Sou Aquilo” pág 301 - Tradução para o português de Patrícia de Queiroz Carvalho Zimbres. Editora Satsang)