terça-feira, 31 de dezembro de 2019


O importante não é a meta que queremos alcançar – mesmo que essa meta seja a iluminação – e sim vivermos verdadeira e plenamente cada momento de nossa vida.


Thich Nhat Hanh

segunda-feira, 30 de dezembro de 2019


O budismo em geral, e o zen em particular, não se preocupam com o conteúdo de pensamentos ou sentimentos, exceto reconhecer que eles são a causa de confusão, paralisia emocional e dor. Por si mesmos, os pensamentos não são grande coisa, exceto quando fazemos deles uma grande coisa, criando uma separação dualista da realidade, que é uma maneira prolífica de dizer "um problema".

Até você se libertar, você não perceberá que não há um eu para se libertar. Você está preso por nada e ninguém além de seus próprios pensamentos, que se libertam no momento em que você para de pensar neles.


Karen Maezen Miller

domingo, 29 de dezembro de 2019


A pessoa que não tem nada a fazer é soberana de si própria. Ela não precisar dar-se ares de grandeza e nem deixar marca alguma. A verdadeira pessoa é participante ativa, envolvendo-se em seu ambiente, mas não se deixando oprimir por ele. Ela não representa um papel, nem mesmo o papel de um grande mestre zen.


Thich Nhat Hanh




sábado, 28 de dezembro de 2019


No meu modo de ver, não há tanto assim a fazer. Apenas ser como é corriqueiro – vestir-se, alimentar-se e passar o tempo sem fazer nada.


Linji

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019


Um monge perguntou a Joshu: “Qual é o significado da vinda de Bodhidharma para a China?” Joshu disse: “O carvalho no jardim.” Chega de roupas e louças, você pode estar pensando, e as profundas questões espirituais? Por que os grandes místicos se esforçam tão diligentemente pela iluminação se ela não tem mais profundidade do que a encontrada nas tarefas domésticas comuns?

Veja além de sua casa, responde Joshu, além da ilusão de um eu separado, preso pela falsa percepção do que está dentro e do que está fora. Esta é a verdadeira atenção plena: não os limites estreitos de nossa morada conceitual, mas o mundo fenomenal da mente desperta. Joshu nos diz para abrir os olhos e despertarmos em nosso próprio quintal.


Karen Maezen Miller


quinta-feira, 26 de dezembro de 2019


Nosso olhar generoso sobre as pessoas não vai influir em nada na vida delas. Mas talvez tenha apenas o efeito de nos tornar pessoas menos raivosas, menos indignadas, menos egoístas.


Alex Castro

quarta-feira, 25 de dezembro de 2019


Comer é essencial e cozinhar é um manifestação de nossa caridade, por isso achamos que seu objetivo deveria ser óbvio. No entanto, olhando criticamente para a importância de seu tempo e o que julgamos ser nossos talentos especiais, preparar refeições raramente parece valer a pena. Cozinhar para dois? Não tem valor. Encher a geladeira? Não tem valor. Sentar para o jantar? Não tem valor. Limpar tudo depois? Não tem valor.

Mas nada tem o valor que atribuímos, porque esse valor na realidade não existe. É uma invenção de nossas mentes julgadoras, uma escala imaginária para medir o valor imaginário das distinções imaginárias, e mais uma maneira de nos escondermos dessa salada que é a vida que está diante de nós.

Se nada vale a pena, por que então cozinhar? Por que comprar, preparar, trabalhar e depois limpar tudo? Para se envolver na maravilha de seu próprio ser. Ver o maravilhoso no inútil. Para encontrar a completa satisfação em ser incompleto. E comer algo diferente de sua inflada auto importância costumeira. É isso que esvaziamos quando esvaziamos a tigela, e uma cozinha movimentada nos dá a chance de nos esvaziarmos muitas vezes ao dia.


Karen Maezen Miller

terça-feira, 24 de dezembro de 2019


Um monge disse a Joshu: “Acabei de entrar no mosteiro. Por favor, me dê instruções. - Você já comeu seu mingau de arroz? - perguntou Joshu. "Sim, eu já comi", respondeu o monge. "Então é melhor você lavar sua tigela", disse Joshu.

É fácil ver esse koan como uma metáfora: “Esvazie sua mente e livre-se de suas noções de realização espiritual.” Mas suponha que você não veja a tigela como uma metáfora? Isso pode mudar a maneira como você olha os pratos na pia da cozinha e da mesma maneira, servir como uma instrução.

A cozinha não é apenas o coração de uma casa, pode ser também o coração de uma prática de atenção plena. Ao cozinhar e limpar, nos movemos para além de nós mesmos e nos dedicamos ao cuidado compassivo de tudo e de todos que nos rodeiam.


Karen Maezen Miller

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019


Onde está a segurança? Pode não existir nenhuma segurança, afinal. Perceba a beleza disso – não desejar nenhuma segurança, não ter nenhuma compulsão, nenhum sentimento em que haja segurança. A vida não pode ter segurança; a vida existe para ser vivida, não para criar problemas e depois tentar solucioná-los. Ela existe para ser vivida e depois morrer. Eis um dos nossos medos – morrer.


Krishnamurti

domingo, 22 de dezembro de 2019

sábado, 21 de dezembro de 2019


A camisa, claro, é apenas uma camisa. Sinta em suas mãos o tecido, a trama e o peso. A roupa é apenas roupa. Tire-a do cesto, separe-a por cor ou tecido, leia as instruções de cuidados e siga em frente. Transcendendo os obstáculos e superando preferências, temos um encontro íntimo com nossas vidas toda vez que lavamos a roupa. Não é nada fora do comum, mas ninguém vira o nariz para um par limpo de meias.

Com uma simples mudança de perspectiva, as coisas mais comuns assumem uma beleza inexprimível. Quando não sabemos, não julgamos. E quando não julgamos, vemos as coisas sob uma luz diferente. Essa é a luz de nossa consciência, não filtrada pelo intelectualismo, ruminação ou avaliação. Quando cultivamos a consciência não distraída como uma prática formal, chamamos isso de meditação. Quando a cultivamos em nossa vida doméstica, chamamos de lavanderia, cozinha ou quintal - todos os lugares e maneiras de viver conscientemente, lidando sem distração com o que apareça diante de nós. Mas é difícil para nós acreditar que a atenção é tudo a fazer e por isso complicamos as coisas com nossos julgamentos - degradando o comum como insignificante e idealizando o espiritual como inatingível - nunca vendo que os dois são na verdade um.


Karen Maezen Miller

sexta-feira, 20 de dezembro de 2019


A mente é silenciosa apenas com a abundância de energia, quando existe aquela atenção na qual toda contradição, o impulso do desejo em diferentes direções, cessou. A mente que não é silenciosa nunca está livre; e só para a mente silenciosa os céus estão abertos. A felicidade da mente não é encontrada através da busca, nem está na fé. Só a mente silenciosa pode receber essa felicidade que não está na igreja ou na crença. Para a mente estar silenciosa, todos os seus cantos contraditórios têm que se juntar e se fundir na chama da compreensão. A mente silenciosa não é a mente reflexiva. Para refletir, deve haver aquele que olha e aquilo que é olhado, o experimentador carregado com o passado. Na mente silenciosa não existe centro de onde se tornar, ser, ou pensar. Todo desejo é contradição, pois todo centro de desejo está em oposição a outro centro. O silêncio da mente inteira é meditação.


Krishnamurti


quinta-feira, 19 de dezembro de 2019


Se não tomarmos cuidado, é assim que abordamos a atenção plena: como uma ideia que apreciamos, elevar nossas vidas em uma consideração contemplativa especial, um método para fazer escolhas mais inteligentes e, assim, garantir melhores resultados. O problema é que a vida diante de nós é a única vida que temos. A busca por um significado especial rouba nossa vida de sentido, enviando-nos de volta para nossas mentes discursivas, enquanto que bem diante de nós as roupas se acumulam.


Karen Maezen Miller

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019


Um monge perguntou a Joshu: “Todos os dharmas são reduzidos à unidade, mas à que a unidade é reduzida?” Joshu disse: “Quando eu estava em Seishu, fiz uma camisa de cânhamo. Pesava poucos quilos.”

Mais de mil anos se passaram desde que Joshu deu essa resposta, e até hoje os estudantes budistas ainda lutam para encontrar uma solução para essa camisa. “O que significa as palavras de Joshu? Qual o objetivo? Não entendo!”

Nós não lutamos com camisas somente num koan Zen. Lutamos com as camisas também em nossos cestos de roupas. Com as calças, blusas, lençóis e roupas íntimas. A lavanderia apresenta uma oportunidade de prática gigantesca porque provoca uma pilha interminável de resistência egocêntrica: “Não é importante para mim. É entediante. Eu não gosto de fazer isso!”

O monge nesta história é como o resto de nós, buscando sabedoria através da investigação intelectual.


Karen Maezen Miller

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Você deve renunciar à ilusão chamada ego tantas vezes quanto os grãos de areia que existem no Ganges.


Buda

segunda-feira, 16 de dezembro de 2019


Um homem observa um rio passar. Se ele deseja que ele não flua, que não mude incessantemente de acordo com sua natureza, sofrerá grande dor. Já outro homem entende que a natureza do rio é mudar constantemente, independentemente de seus próprios gostos e desgostos, e, por isso ele não sofre. Reconhecer a vida como esse fluxo vazio de prazer duradouro, vazio de si mesmo, é encontrar o que é estável e livre de sofrimento, é encontrar a verdadeira paz no mundo.


Ajahn Chah

domingo, 15 de dezembro de 2019


Procurando um grande significado para a vida, algumas pessoas julgam que o trabalho doméstico é algo inferior. Cozinhar e limpar são atividades inferiores. Eu conheço bem esse sentimento. Existe alguma situação em que fazer o trabalho de casa parece ser inútil? O trabalho, sem fim visível, sem valor que compense e sem urgência aparente? Sim. É a sabedoria dos antigos donos de casa.

Depois que o budismo chegou à China, a escola Chan substituiu a tradição das esmolas itinerantes – trocou a mendicância pela vida em comunidade. Era prático, por um lado. E tornou-se uma prática. O treinamento monástico passou a abranger todo o trabalho essencial à vida cotidiana - limpeza, culinária e jardinagem – assim como a meditação. Por isso poderíamos ver os grandes mestres chineses como nossos progenitores nas tarefas domésticas conscientes, uma vez que muitos de seus ensinamentos apontam diretamente para as atividades cotidianas que poderíamos vir a negligenciar.


Karen Maezen Miller

sábado, 14 de dezembro de 2019


Na primavera, o jardim ganha vida e mais uma vez vejo o qual é o tempo. É o tempo de remover as ervas daninhas. Quando olho para o trecho interminável do trabalho diante de mim, certamente quero fugir. Mas se eu conseguir recuperar meu foco no que está à mão no momento, percebo que é apenas uma erva daninha. Sempre é apenas uma única erva daninha para remover. Removo erva por erva, e as próprias ervas daninhas sempre me mostram como fazê-lo. Nunca acaba.


Karen Maezen Miller

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019


Há quatro práticas cujo domínio faz com que os bodhisattvas sejam os melhores praticantes. São elas: tornar-se hábil em distinguir as percepções da própria mente, perceber a não-existência das existências externas, não crer como sendo reais as manifestações dos fenômenos aparentes, e permanecer contente na realização pessoal do conhecimento búdico.  


Buda
(Sutra Lankavatara)

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019


Se houver sinceridade quando você cozinhar e em qualquer outra atividade, o que venha a fazer nutrirá o corpo sagrado. Essa também é a prática da facilidade e do contentamento.


Dogen

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019


Quando você cantar, tente ser plenamente consciente. Se você estiver limpando uma latrina ou um banheiro, não sinta que está fazendo isso como um favor para outro. Há dharma em limpar latrinas. Esta deve ser a sua meditação: plena consciência, naturalidade no que estiver fazendo.


Ajahn Chah

terça-feira, 10 de dezembro de 2019


Não queremos sofrer, queremos ser felizes. Mas, na verdade, a felicidade é apenas uma forma refinada de sofrimento. E o sofrimento é uma versão grosseira da felicidade ... tanto a felicidade quanto a infelicidade, ou o prazer e a tristeza, são gerados pelo mesmo pai: o desejo. Então, quando você se sente feliz, a mente não está em paz. Portanto, mesmo se você é feliz, o sofrimento é iminente.

A paz não é felicidade nem infelicidade: nenhum dos dois é a verdade.


Ajahn Chah

segunda-feira, 9 de dezembro de 2019


Se você deixar para trás todos os dharmas sujeitos à existência e não-existência, sua mente se tornará como o sol que sempre presente no céu, com sua luz irradiando naturalmente e sem qualquer esforço para brilhar. Isso não é algo pelo você deva concentrar sua força?


Huang Po

domingo, 8 de dezembro de 2019


Ter centenas de tipos de conhecimento não é tão bom como ser uma pessoa que não busca: essa é a melhor prática. O praticante do Caminho é uma pessoa sem preocupações.


Huang Po

sábado, 7 de dezembro de 2019


Na grande prática de ir além dos fenômenos, nenhum esforço é completo se não nos tornamos um com todas as coisas.


Dogen

sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019


Quando você reconhecer a verdadeira natureza da mente, o resto seguirá sem muito esforço. Deixe que as coisas sigam por si e tudo fluirá naturalmente.


Seon Mestre Subul

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019


O boddhisatva não consegue comer se alguém tem fome, não consegue ser feliz se alguém é triste, não consegue despertar se alguém está ignorante. Ele sempre busca um maior desenvolvimento pessoal, pessoal, mas nunca somente para si mesmo: se algo é bom só para ele, então não é realmente bom. Para ser verdadeiramente bom, de acordo com um boddhisatva, precisa ser bom para a coletividade, para todos os seres sencientes, para o universo.


Alex Castro

terça-feira, 3 de dezembro de 2019


Não fique recordando, deixe ir o que passou

Não fique imaginando, deixe que passe o que possa estar vindo

Não fique pensando, deixe ir o que está acontecendo agora

Não fique examinando, não tente solucionar coisa alguma

Não fique controlando, não tente fazer algo acontecer

Relaxe, agora mesmo, repouse na verdadeira natureza da mente.


Tilopa  (988-1069)

segunda-feira, 2 de dezembro de 2019


Ação cuidadosa é o modo de transformar as coisas enquanto se é por ela transformado.


Dogen

domingo, 1 de dezembro de 2019


Verdade é verdade, única. Ela não tem lados, nem caminhos. Todos os caminhos juntos não levam à verdade. Não há caminho para a verdade, ela tem que chegar a você. E ela só pode chegar a quando sua mente e seu coração são simples, claros, e existe amor em seu coração. Quando existe amor em seu coração, você não fala em organizar fraternidade; não fala sobre crença, não fala sobre divisão ou dos poderes que criam divisão, você não precisa buscar reconciliação. Aí você é um simples ser humano sem rótulo, sem um país. Significa que você deve desfazer-se de todas aquelas coisas e permitir que a verdade surja, e ela só pode chegar quando a mente está vazia, quando a mente deixa de criar. Então ela chegará sem seu convite. Ela chegará tão suavemente como o vento e o desconhecido. Chega obscuramente, não quando você está olhando, querendo. Está lá tão de repente como a luz do sol, tão pura como a noite; mas para recebê-la, o coração deve estar cheio e a mente vazia.


Jiddu Krishnamurti

sábado, 30 de novembro de 2019

sexta-feira, 29 de novembro de 2019

quarta-feira, 27 de novembro de 2019


O modo como vivemos não tem nenhum significado e nenhum propósito. Podemos inventar um propósito, o propósito da perfeição, iluminação, alcançar a mais alta forma de sensibilidade; podemos inventar teorias infindáveis. E nos tornamos presas dessas teorias, tornando-as nossos problemas. Nossa vida diária não tem significado, não tem propósito, exceto ganhar um pouco de dinheiro e levar um tipo de vida estúpida. Pode-se observar tudo isso em si mesmo; a batalha sem fim dentro de si mesmo, buscando um propósito, buscando iluminação, aprender uma técnica de meditação. Você pode inventar mil propósitos, mas não precisa ir a nenhum lugar, não precisa ir ao Himalaia, a um monastério ou a algum ashram, porque tudo está dentro de você. O mais alto, o incomensurável, está em você, se você souber como olhar. Não pressuponha que isso está lá; essa é uma das peças mais estúpidas que pregamos em nós mesmos: que somos Deus, que somos o “perfeito” e todo o resto dessa infantilidade. Ainda assim, por meio da ilusão, por meio do mensurável, você encontra o que é imensurável; mas você precisa começar consigo mesmo, onde pode descobrir por si mesmo como olhar.


Jiddu Krishnamurti

terça-feira, 26 de novembro de 2019


Se você abandonar a mente conceitual, sua mente não será agitada. E se sua mente for estável, você alcançará a iluminação.


Dogen

segunda-feira, 25 de novembro de 2019


A mente de Buda simplesmente faz do corpo físico sua a morada temporária.


Bankei (1622-1693)

domingo, 24 de novembro de 2019


Quando você ouve na natureza de Buda, cada um dos sons é escutado no momento em que surge. E todos os outros sons também são perfeitamente cuidados por ela.


Bankei (1622-1693)

sábado, 23 de novembro de 2019


Imaginei meu avô, que agora tinha 93 anos, sabendo do meu desaparecimento e dando seu sorriso desdentado de aprovação. Não me preocupava com ele, pois sabia que ele não ficaria preocupado comigo. Sua visão, tão infinita como o céu, poderia acomodar qualquer coisa.


Yongey Mingyur Rinpoche

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

quarta-feira, 20 de novembro de 2019

terça-feira, 19 de novembro de 2019


Na descrição literal dos bardos, estar entre descreve um estado de ser insubstancial e não material que está no processo de retornar à substância. Procura ressolidificar-se e, mais uma vez, tornar-se um corpo (tornar-se alguém). (...) a menos que despertemos e percebamos que esse estado transitório e fluido é o nosso verdadeiro lar.


Yongey Mingyur Rinpoche

segunda-feira, 18 de novembro de 2019

domingo, 17 de novembro de 2019


O pensamento nunca é novo, porque o pensamento é a resposta da memória, da experiência, do conhecimento. O pensamento, que é velho, torna também velho aquilo que você olha com deleite e que por um momento sentiu profundamente. Do velho vem o prazer, nunca do novo. No novo não existe o tempo.

        
Jiddhu Krishnamurti
(em “Liberte-se do Passado”)      

sábado, 16 de novembro de 2019


Em essência, o Zen é a arte de ver a natureza do ser e aponta para um caminho da escravidão à liberdade. Ao nos fazer beber apenas da fonte da vida, ele nos liberta de todos os encargos sob os quais nós, as criaturas finitas, geralmente sofremos neste mundo. A vida comum apenas toca a borda da personalidade, não causa um choque nas partes mais profundas da alma, de modo que o Zen faz sem palavras o que o ego e o intelecto não podem.

Esse corpo que temos é como uma bateria elétrica na qual existe um poder misterioso. Quando esse poder não é operado adequadamente, ele se torna mofado ou desbota ou torce e se expressa de maneira anormal. Portanto, a função do Zen é nos salvar de enlouquecer ou paralisar. É isso que quero dizer quando falo de liberdade, deixando todos os impulsos criativos e benevolentes inerentes ao nosso coração brincarem livremente. Geralmente somos cegos a esse fato: possuímos todas as faculdades necessárias que nos farão felizes e nos amarmos. Todas as dificuldades que vemos ao nosso redor vêm dessa ignorância. Quando a nuvem da ignorância desaparece, vemos pela primeira vez a natureza do nosso próprio ser.

Do ponto de vista do mestre zen, o melhor que o intelecto pode fazer é apontar o que não é certo e, portanto, pode ser uma força de destruição; por esse motivo, não funciona como veículo para iluminação. É  necessário recorrer a um aspecto muito diferente de nós, pois, de fato, o intelecto é precisamente o que não nos permite abraçar o infinito.


D. T. Suzuki

sexta-feira, 15 de novembro de 2019


Na grande prática de ir além dos conceitos, nenhum esforço é completo se você não for um com todas as inúmeras coisas ao redor.


Dogen

quinta-feira, 14 de novembro de 2019


Aspectos do nosso passado são levados adiante para cada novo momento. Ao mesmo tempo, cada novo momento também oferece uma chance de nos relacionarmos com os padrões antigos de novas maneiras. Se não aproveitarmos essas oportunidades, não haverá nada que interrompa o carma herdado dos estados mentais negativos.  Nosso futuro é influenciado, mas não determinado pelo condicionamento passado.


Yongey Mingyur Rinpoche

quarta-feira, 13 de novembro de 2019


Porque nosso cérebro está sempre ativo, reagindo à tudo. E essa resposta do velho cérebro deve inevitavelmente levar à confusão, à decisão, a operar e agir de acordo com o antigo padrão. Mas quando você vê o fato de que qualquer decisão nasce da confusão e, portanto, de problemas aumentados, sua preocupação não é a decisão, mas se a mente pode estar livre da confusão.

A mente está confusa porque responde o tempo todo de acordo com o antigo padrão. Esteja ciente, veja a verdade de que está agindo de acordo com o antigo padrão. Veja a verdade disso, não a sua visão intelectual, veja a realidade disso. A própria visão disso é o fator libertador. É como quando vejo o perigo, há ação instantânea, não há escolha. Do mesmo modo, quando vejo o perigo da decisão nascida da confusão, esse perigo libera a mente do antigo, e há assim uma ação integral que não se baseia em decisão.


Jiddu Krishnamurti

terça-feira, 12 de novembro de 2019

O terceiro princípio da Ordem Zen pacificador é curar a nós mesmos e aos outros. Mas muitas vezes acho que o que realmente está acontecendo é mais básico do que isso. Quando não sabemos - quando deixamos de lado e sentamos em choque, dor e perda, sem respostas, soluções ou ideias, com nada em mãos, a não ser esse momento, essa dor, esse sofrimento, essa ausência - então sentimos que algo surge. E o que surge é o amor. Eu não tenho que fazer nada. Eu não tenho que criar nada. O amor surge por si só. Ele está lá o tempo todo e agora, quando estou menos protegido do que em qualquer outro momento da minha vida, ele está lá.


Bernard Glassman

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

domingo, 10 de novembro de 2019


Vislumbres de consciência plena pura podem ser transformadores, mas é preciso trabalhar para estabilizar a visão. É por isso que dizemos – breves momentos, muitas vezes. Muitas e muitas vezes.


Yongey Mingyur Rinpoche

sábado, 9 de novembro de 2019


Nobre é aquele que desenvolve uma fé capaz de viver sua vida com plena confiança no caminho que decidiu seguir.


Seon Mestre Subul


sexta-feira, 8 de novembro de 2019


Sua própria mente é o Buda. Criar um simples pensamento ou emoção é cair na visão dualística.


Huang Po



quinta-feira, 7 de novembro de 2019


Atenção Plena não é somente estar presente em tudo o que se faz. Isso seria ‘atenção’, apenas. Atenção Plena é quando estamos integralmente presentes no universo nesse exato momento, com todos os seus sons, cheiros, sensações, pensamentos - sem contudo ser arrastado por nenhum deles.

Lavo a louça e sinto a água em minhas mãos. Ouço o som da água caindo. Também ouço o cachorro que late, o carro ao longe. Sinto a textura da esponja nas mãos e a pressão do meu peso sobre a sola dos pés. Tudo no mesmo momento. A cada momento.  

Atenção Plena é quando eu e o universo surgimos agora. E agora. E agora. Atenção Plena é quando cada instante é o primeiro. E o instante seguinte também é o primeiro. E todos os instantes são. A atenção é realmente plena quando ao viver cada segundo e depois outro segundo, já não somos mais nós, ou melhor, há o reconhecimento de que jamais fomos quem supúnhamos ser, jamais fomos algo à parte. Somos o que não cabe em palavras. Somos o todo.


eu


Quando você se convence que sua mente búdica é a sabedoria iluminada, sua confiança torna-se inabalável. E essa mente põe tudo em ordem, você não é mais deludido ou enganado pelos outros. Aqueles que possuem essa confiança inabalável são firmes e incontestáveis. Hoje e nas eras futuras eles são não-nascidos, Budas vivos.


Bankei (1622-1693)


quarta-feira, 6 de novembro de 2019


Eu sempre peço às pessoas para simplesmente viverem na mente de Buda. Não é necessário que passem horas em meditação. Apenas sente-se na natureza de Buda, levante-se na natureza de Buda, durma na natureza de Buda, desperte na natureza de Buda, faço tudo na natureza de Buda – então você estará agindo como um Buda vivo em tudo que fizer. Não há nada mais além disso.


Bankei (1622-1693)

terça-feira, 5 de novembro de 2019


O que você vai fazer quando sentir sua vida sendo interrompida por circunstâncias indesejáveis? Conseguirá manter uma mente estável capaz de acolher o que não deseja, e ainda assim ser de benefício a si mesmo e às outras pessoas?


Tulku Urgyen Rinpoche

segunda-feira, 4 de novembro de 2019


Torne-se uma pessoa sem definições. Torne-se a alma nobre e viva dessa maneira desperta, sem imitar ninguém. Quaisquer que sejam as circunstâncias que sua vida lhe pedir, responda a elas da sua própria maneira Zen. Não perca tempo tentando ser outra pessoa ... Não estamos aqui para ter a experiência de outra pessoa. Estamos aqui para ter nossa própria experiência vívida. Portanto, não se apegue ao passado, ao que aconteceu, ao que não aconteceu. E não julgue o hoje pelo ontem. Vamos viver plenamente o hoje! Momento a momento, cada meditação é a única meditação.


  Maurine Stuart Roshi

domingo, 3 de novembro de 2019


Melhor que tentar tornar-se um Buda, simplesmente permanecer sempre na natureza de Buda, dormindo nela quando adormecer e manter-se nela quando desperto, você é um Buda vivo todos os dias de sua vida. Não há um só momento em que você não seja um Buda. Em vez de tentar tornar-se um Buda, é muito mais fácil e rápido ser um Buda.


Bankei (1622-1693)

sábado, 2 de novembro de 2019


Deixar estar nos possibilita ver que a nossa verdadeira natureza está livre de problemas, angústia e sofrimento – e que sempre esteve. Quando paramos de tentar acalmar a superfície – e aceitamos que a própria natureza do oceano é a mudança -, começamos a experienciar essa liberdade interior. Mas não se trata de estarmos livres do sofrimento e da ansiedade. Trata-se da liberdade que pode ser vivenciada com o estresse e a ansiedade. Somos liberados do sofrimento ao perceber corretamente a realidade; ao saber que nossa mente é muito mais vasta do que geralmente pensamos. Não somos do tamanho e da forma de nossas preocupações.


Yongey Mingyur Rinpoche

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

quinta-feira, 31 de outubro de 2019


Quando nos conectamos com a nossa própria consciência plena, podemos conciliar o que quer que surja: as grandes ondas dos entes queridos morrendo e dos relacionamentos acabando, etc. Nenhuma onda permanece a mesma; todas quebram na praia. Deixe estar. Deixe passar. Torne-se maior que o pensamento, maior que a emoção. Tudo está sempre em fluxo. Ao deixar estar, simplesmente permitimos o movimento inerente. A consciência plena contém a impermanência, não o contrário. Mas ambas têm isso em comum: a nossa liberação vem do reconhecimento.


Yongey Mingyur Rinpoche

quarta-feira, 30 de outubro de 2019


Todo o sentimento de paixão e de vontade pertence ao eu, ao ego, mesmo quando é muito positivo ou para o benefício de todos os seres. É muito difícil de transmitir o que move você quando tudo isso acaba. Vem de um lugar muito, muito simples.

A tradição zen diz que quando você está com fome, você come, e quando está cansado, você dorme. Isto não parece muito empolgante, mas está apontando para a simplicidade de uma vida que não é mais impulsionada pelas forças interiores do desejo e da aversão - pelo desejo de realizar, de escapar ou de transmitir algo. O que resta é uma grande sinceridade, um grande senso de compaixão pelo mundo.


Adyashanti

terça-feira, 29 de outubro de 2019


Se você se estabelecer firmemente na natureza de Buda, de forma natural, sem conflito ou esforço, você é um autêntico Buda vivo. Seus olhos poderão ver tudo o mais através da ótica da realização


Bankei (1622-1693)

segunda-feira, 28 de outubro de 2019


A maravilhosa iluminação da mente de Buda lida perfeitamente com qualquer situação possível.


Bankei (1622-1693)

domingo, 27 de outubro de 2019


O que quer que alguém diga ou faça a você, o que quer que aconteça, deixe livre. Não se aborreça e não carregue com você. Apenas permaneça na mente de Buda. Você é um Buda vivo, respirando e firmemente estabelecido. Você tem um tesouro incalculável em suas mãos.


Bankei (1622-1693)

sábado, 26 de outubro de 2019


O ego não é um objeto; trata-se mais de um processo que acompanha a propensão de agarrar e continuar mantendo ideias e identidades fixas. O que chamamos de ego é, na verdade, uma percepção em constante mudança e, embora seja central na nossa história narrativa, ele não é uma coisa.

Portanto o ego não pode realmente morrer e não pode ser eliminado ou transcendido. Não precisamos nos livrar do ego porque ele nunca existiu. Não há um ego a ser morto. O que morre é a crença em um ego permanente e imutável.


Yongey Mingyur Rinpoche

sexta-feira, 25 de outubro de 2019


Neste momento, falta alguma coisa? O Nirvana está bem aqui agora diante dos nossos olhos. Este lugar é a terra dos lótus. Este corpo agora é o Buda.


Hakuin (1686-1769)

quinta-feira, 24 de outubro de 2019


A prática contínua, dia após dia, é a maneira mais apropriada de expressar gratidão. Isso significa que você pratica continuamente, sem desperdiçar um único dia de sua vida, sem usá-lo para seu próprio bem. Por que é tão? Sua vida é um resultado feliz da prática contínua do passado. Você deve expressar sua gratidão imediatamente.


Dogen

quarta-feira, 23 de outubro de 2019


A prática Zen é comer, respirar, cozinhar, carregar água e lavar o banheiro - para cuidar de todos os atos do corpo, da fala e da mente - com atenção plena, para iluminar todas as folhas e seixos, toda pilha de lixo, todo caminho que leva ao retorno de nossa mente para casa. Somente uma pessoa que compreendeu a arte de cozinhar, lavar pratos, varrer e cortar lenha, alguém capaz de rir das armas de dinheiro, fama e poder do mundo, pode esperar descer a montanha como um herói. Um herói assim atravessará as ondas de sucesso e fracasso sem se levantar ou afundar. De fato, poucas pessoas o reconhecerão como um herói.


Thich Nhat Hanh

segunda-feira, 21 de outubro de 2019


A perturbação desse momento vai passar e se mantivermos o reconhecimento da consciência plena, o problema se transformará sozinho. Não é necessária nenhuma ajuda da nossa parte para o problema ser solucionado. A natureza inerente de todas as coisas é a mudança.

É a nossa preocupação com um problema que o entrava.


Yongey Mingyur Rinpoche

domingo, 20 de outubro de 2019


Como posso viver no presente quando sou o resultado do passado e estou usando o presente como um meio de chegar ao futuro? Isso significa que eu tenho que trazer todo o tempo, o passado, o presente e o futuro, para o presente imediato. Para viver no presente, o tempo deve entrar em colapso.


Krishnamurti

sábado, 19 de outubro de 2019


Mesmo que você tenha a perseverança de sentar-se por nove anos diante de uma parede, sentar é apenas parte do Zen. Ao cozinhar, lavar a louça, varrer, transportar água ou cortar lenha, você habita profundamente no momento presente. Não cozinhamos para ter comida para comer. Não lavamos pratos para termos pratos limpos. Cozinhamos apenas para cozinhar e lavamos pratos apenas para lavar pratos. O objetivo não é livrar-se dessas tarefas, a fim de fazer algo mais significativo. Lavar a louça e cozinhar são eles mesmos o caminho para o estado de Buda. O estado de Buda não é alcançado após longas horas sentadas.


Thich Nhat Hanh


sexta-feira, 18 de outubro de 2019


Reconhecer a fluidez de de todas as formas enfraquece as falsas afirmações da mente fixa. Por sua vez, isso expande a nossa noção de quem somos e do que podemos fazer. Temos uma capacidade inata de transformação.


Yongey Mingyur Rinpoche

quinta-feira, 17 de outubro de 2019


Como posso sorrir quando estou cheio de tanta tristeza?
É natural: você precisa sorrir para sua tristeza porque você é mais que sua tristeza. 


Thich Nhat Hanh

quarta-feira, 16 de outubro de 2019


Se você apenas abandonar a mente e tornar-se o próprio dharma, terá total autonomia. Esse é o ponto fundamental.


Seon Mestre Subul

terça-feira, 15 de outubro de 2019


Há muita discussão sobre o que seja o Zen, mas até você derrubar a torre de tagarelice, não há Zen.

Zen não é um hábito. É a ausência de todos os hábitos e condicionamentos. Não há hábitos no Zen, porque tudo, em toda parte, toda vez é totalmente novo.

O Zen não é simplificar a sua vida. Zen é simplesmente a vida. Quando não nos preocupamos com ela, a vida se simplifica.

O Zen não é comer menos, gastar menos, falar menos ou trabalhar menos. É querer menos, temer menos, preocupar-se menos e esforçar-se menos. Zen não é tempo extra, esforço extra ou atenção extra. Zen não é nada “extra”.

O Zen não é correr, jogar golfe, tiro com arco, arranjo floral, jardinagem, deitar, sentar ou manutenção de motocicletas... embora ele não exclua nada disso.

O Zen não é um momento do Zen. É eterno. É agora. O Zen nunca acaba.

O Zen não refere-se a realizar uma mudança em sua vida. É sobre viver a mudança que você já é.

Agora, como você vem e acredita nisso por si mesmo? Certamente não lendo sobre isso, apesar de um ou dois bons livros de vez em quando não machucarem. Você sabe por que você pratica, ou não é zen ".


Karen Maezen Miller
(professora de budismo zen no Hazy Moon Zen Center em Los Angeles)

segunda-feira, 14 de outubro de 2019


Um mestre zen disse: Todo o universo é a minha verdadeira personalidade. Este é um ditado muito maravilhoso ... Se você quiser ver o que você realmente é, abra a janela, e tudo que você vê é de fato a expressão de sua realidade interior. Você pode abraçar tudo isso?


Adyashanti

domingo, 13 de outubro de 2019


Ocorrem sensações equivocadas sobre a fonte da sensação porque a percepção e a interpretação surgem quase que simultaneamente, tão próximas que se cria uma impressão forte, porém incorreta, de que a realidade interpretativa – seja ela boa ou má, cativante ou aversiva – está alojada dentro do próprio objeto e não na mente. Quando nos relacionamos com o mundo com uma mente cheia de julgamentos, erigimos uma barreira entre nós e a realidade como ela é.


Yongey Mingyur Rinpoche

sábado, 12 de outubro de 2019


Nunca pense que você será capaz de resolver a sua vida praticando o dharma. O dharma não é terapia. Na verdade, ele é exatamente o oposto. O propósito do dharma é realmente sacudir a sua vida. Ele destina-se a virar a sua vida de cabeça para baixo. Se foi isso que você pediu, por que reclamar? Se, por outro lado, ele não está virando a sua vida de cabeça para baixo, o dharma não está funcionando. Esse tipo de dharma é apenas mais um desses métodos New Age; o dharma deve realmente perturbá-lo.


Dzongsar Khyentse Rinpoche

sexta-feira, 11 de outubro de 2019


Certamente, não há nada permanente, e ainda assim a mente exige permanência, segurança, porque tem medo de viver em um estado de incerteza. Viver em tal estado requer muito equilíbrio, compreensão; do contrário, torna-se neurótico. Somente quando a mente não está presa no desejo de permanência, é livre, porque não há nada na terra de Deus, ou interiormente, que seja permanente. Até mesmo sua alma não é permanente, isso é uma invenção dos sacerdotes.



Krishnamurti

quinta-feira, 10 de outubro de 2019


O homem chamado Reiun atingiu a compreensão quando viu as flores de pessegueiro; Kyogen, quando ouviu o som de uma pedrinha batendo no bambu. Há casos em que as pessoas que amadureceram seu treinamento espiritual foram iluminadas ao ver as pétalas flutuando ou as folhas caindo no outono. O próprio Buda obteve sua grande Realização ao ver o brilho da estrela da manhã.

Da mesma forma as montanhas e rios e o sol e a lua e as estrelas, todas as manhãs e noites, estão pregando o sermão para nos levar à realização.


Rosen Takashina

quarta-feira, 9 de outubro de 2019


Mantenha a visão tão vasta como o espaço; mantenha suas ações tão refinadas quanto a farinha.


(ditado tibetano)

terça-feira, 8 de outubro de 2019


Não fuja de sentimentos desagradáveis. Não os manipule em sensações agradáveis. Fique com aquilo que é, com o que quer que surja.


Yongey Mingyur Rinpoche

segunda-feira, 7 de outubro de 2019


Quando você sofre, se você toma isso não apenas como seu próprio sofrimento mas como a natureza do samsara, então você está entendendo o ponto mais importante dos ensinamentos de Buda.


Gyaltsab Rinpoche

domingo, 6 de outubro de 2019


Aspire não apenas entender o Dharma intelectualmente, mas também compreendê-lo experiencialmente.

Aspire corporificar bodhicitta absoluta e relativa, e assim não apenas a sua boa aparência, conhecimento e influência política atrairão e magnetizarão os seres sencientes.

Aspire criar conexões com as pessoas, mesmo com aqueles que você vir só de relance, com uma camiseta de cores vivas em meio à multidão, que possam ter como resultado uma semente de Dharma plantada em suas mentes.

Aspire o contínuo florescimento do Budhadharma e reze para que surjam muitos grandes detentores do Dharma e que seus esforços para libertar todos os seres sencientes sejam livres de obstáculos.

Aspire que seu corpo, seu propósito, e todas as suas ideias e pensamentos, de uma forma ou de outra, tornem-se benéficos para os seres sencientes.

Aspire nunca renascer na família de um bilionário, porque essas circunstâncias fariam com que você tivesse uma visão de mundo cor-de-rosa e o privaria da riqueza de compreender o Dharma.

Ao mesmo tempo, aspire tornar-se presidente dos Estados Unidos, da China ou da Rússia, para que possa beneficiar habilmente seres sencientes com o poder que esse trabalho trouxer para você.

Aspire tornar-se uma prostituta em um decadente distrito da luz vermelha de uma grande cidade, e que a bodhicitta brote na mente de qualquer um com quem você tenha contato.

Aspire praticar o Dharma minuciosamente e completamente, e reze para que não fique sempre esperando o momento certo para começar a praticar.

Quando tiver tempo, vá para algum lugar calmo e pratique.

Aspire nunca adiar uma prática que você já conhece porque deseja obter um conhecimento mais intelectual do Dharma.

Aspire vivenciar a tristeza.

Aspire sempre tomar a direção certa, por mais ignorante que você possa ser.

Reze para que quando você correr atrás de desejos sem sentido, o objeto de seu desejo leve você a beneficiar os seres sencientes.

Quando perder a paciência, possa você se sentir constrangido com o seu comportamento e ganhar alguma realização.

Quando se sentir deprimido, possa a própria depressão ser a causa para você realizar a verdade.

E o mais importante de tudo, sempre aspire aspirar.


Dzongsar Khyentse Rinpoche