O modo
como vivemos não tem nenhum significado e nenhum propósito. Podemos inventar um
propósito, o propósito da perfeição, iluminação, alcançar a mais alta forma de
sensibilidade; podemos inventar teorias infindáveis. E nos tornamos presas
dessas teorias, tornando-as nossos problemas. Nossa vida diária não tem
significado, não tem propósito, exceto ganhar um pouco de dinheiro e levar um
tipo de vida estúpida. Pode-se observar tudo isso em si mesmo; a batalha sem
fim dentro de si mesmo, buscando um propósito, buscando iluminação, aprender
uma técnica de meditação. Você pode inventar mil propósitos, mas não precisa ir
a nenhum lugar, não precisa ir ao Himalaia, a um monastério ou a algum ashram, porque tudo está dentro de você.
O mais alto, o incomensurável, está em você, se você souber como olhar. Não
pressuponha que isso está lá; essa é uma das peças mais estúpidas que pregamos
em nós mesmos: que somos Deus, que somos o “perfeito” e todo o resto dessa
infantilidade. Ainda assim, por meio da ilusão, por meio do mensurável, você
encontra o que é imensurável; mas você precisa começar consigo mesmo, onde pode
descobrir por si mesmo como olhar.
Jiddu Krishnamurti
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