O Yoga Primordial (Adhi
Yoga), é o casamento da vida com a mente. É viver com
atenção espontânea, ter consciência da vida fluindo sem esforço, ter interesse
total na própria vida.
Sri
Nisargadatta Maharaj (1897-1981)
Nenhum,
absolutamente nenhum fenômeno existe, e, no entanto, você não pode afirmar que
eles são não-existentes. Quando uma centelha de pensamento vem à cabeça e você
a reconhece como sendo uma ilusão, pode então entrar no estado alcançado pelos
budas. Sua única prática deve ser reconhecer o vazio dos pensamentos que
surgem, momento a momento.
Huang
Po (?-850)
Se
vocês, praticantes do Caminho, desejam despertar de suas ilusões, não precisam
apegar-se ao estudo do budismo. Vocês só precisam ser livres de desejar e
apegar-se ao que quer que seja. Quando deixam de desejar e apegar-se, suas
mentes param de criar ilusões. Nada criando e nada sendo extinto: isso é natureza
búdica.
Huang
Po (?-850)
Aqueles
que desejam progredir ao longo do Caminho devem primeiro lançar fora o lixo
adquirido através do aprendizado. Acima de tudo, devem evitar buscar algo
objetivo no que se apoiar. Após ouvir as mais profundas lições, devem agir como
se elas fossem uma leve brisa que tivesse acariciado seus ouvidos, uma rajada
de vento que tivesse passado num piscar de olhos. De forma alguma devem tentar apegar-se
a tais lições. Agindo assim alcançarão profundidade. A contemplação serena dos
Budas implica a mente Zen de quem deixou para sempre o ciclo de nascimento e
morte. Bodhidharma não transmitiu nenhuma lição específica, a não ser a Mente
Única, e por isso nenhum outro Dharma é legítimo. Apontando para a identidade entre
Mente e Buda, ele apontou como as formas mais elevadas de Iluminação podem ser alcançadas.
Ele não deixou nenhum outro pensamento além deste. Se você deseja entrar pelo
portão do Zen, este deve ser o seu único Dharma.
Huang
Po (?-850)
Sua
verdadeira natureza é algo que nunca se perde para você, mesmo em momentos de
ilusão, e tampouco é algo que você ganha quando se ilumina. É a natureza búdica,
a Realidade. Nela não há ilusão, e alguma “compreensão correta”. Ele preenche o
Vazio em todos os lugares, é a Mente Única. O Vazio é fundamentalmente sem tamanhos,
paixões, atividades, delírios ou compreensão correta. Você deve entender
claramente que nele não há coisas, não há homens, não há Budas. Nesse vazio não
há nada que possa ser visto como real, não depende de nada e não está apegado a
nada. É uma beleza que permeia tudo, sem manchas; é o Absoluto autoexistente e
não-criado. É uma joia de valor inigualável!
Huang
Po (?-850)
A
mente é plena de clareza radiante, portanto descarte o obscurantismo de seus
velhos conceitos. Ch'ing Ming disse: "Libertem-se de tudo". A Realidade
é fundamentalmente vacuidade e silêncio, e não contém fenômenos
individualizados de qualquer espécie. Por isso está escrito: "Os reinos
de todos os Budas são igualmente vazios”.
Huang
Po (?-850)
A mente é que é amarga e inquieta, não você. Ninguém faz as coisas acontecerem, elas apenas acontecem. A trama do destino se desenrola e atualiza o inevitável. Você não pode mudar o curso dos acontecimentos, mas pode mudar sua atitude, e o que realmente importa é a atitude e não o fato nu e cru. O mundo é a morada dos desejos e dos medos, nele não se pode encontrar a paz. Para ter paz, você tem que ir além do mundo.
Sri Nisargadatta Maharaj (1897-1981)
Agimos movidos pelo egoísmo. Afirmamos que são nossas as forças
universais que operam por nosso intermédio. A iluminação nos dá o conhecimento
de que o ego não passa de um instrumento; começamos a perceber e a sentir que essas
coisas são nossas, sim, mas porque pertencem ao nosso Si Mesmo supremo e
integral, aquele que é uno com o Transcendente, e não com o ego instrumental.
As contribuições que damos à obra são as limitações e distorções, o verdadeiro
poder que nela opera é divino. Quando o ego aprende a confiar-se àquilo que o
transcende — nisso está sua salvação.
Sri
Aurobindo (1872-1950)
Você
deve manter sua mente imóvel em todos os momentos, seja andando, em pé, sentado
ou deitado; não criar nenhum pensamento conceitual, nenhuma dualidade. Não
depositar sua confiança nos outros e não se apegar a nada, permitindo sempre que
todas as coisas sigam seu curso natural, como se você estivesse doente demais
para se preocupar. Você deve ser livre de qualquer desejo de reconhecimento ou de
medo de ser ignorado por outras pessoas. Então todos os Dharmas
penetrariam em seu entendimento por completo. Em pouco tempo você se sentiria completamente
desapegado. Suas reações aos fenômenos diminuiriam e, por fim, você iria além das
ilusões. As pessoas então exclamariam que um Buda surgiu no mundo.
Huang
Po (?-850)
Entenda
que a iluminação não pode ser alcançada através de práticas corporais, pois o
corpo é uma ilusão. Não pode ser alcançada através de uma compreensão mental,
pois a mente também é uma ilusão. Na verdade não há nada a ser alcançado ou
compreendido – e nenhum “nada” a ser compreendido também (ie, qualquer
compreensão é ilusória).
Huang
Po (?-850)
Na
vida cotidiana, você está sempre consciente de seu estado real?
Nem consciente nem inconsciente. Não necessito de convicções. Vivo de coragem. A coragem é minha essência, que é o amor à vida. Sou livre de lembranças e expectativas, despreocupado com o que sou e com o que não sou. Tenho a coragem de ser nada e de ver o mundo tal como ele é: nada.
Sri
Nisargadatta Maharaj (1897-1981)
O
que eu devo aprender?
A viver sem preocupações. Para isso você tem que reconhecer seu verdadeiro ser como indomável, destemido e sempre vitorioso. Assim que você souber com certeza que nada pode lhe preocupar além da sua própria imaginação, você vai desprezar seus desejos e medos, conceitos e ideias e viver somente pela verdade.
Sri
Nisargadatta Maharaj (1897-1981)
Para aquele que se fez oco e vazio, livre de todos os conflitos, livre
de todos os anseios, nenhuma dessas coisas mundanas vai agradar ou trazer
tristeza. O ser livre não evita o prazer, mas não vai tirar uma grande tristeza
ou prazer disso. Vai receber as coisas como surgirem, com um sentimento de
gratidão, um sentimento de ver a divindade em todas elas.
Sri
Sri Ravi Shankar
Quaisquer que sejam nossas circunstâncias externas, no fim das contas a
felicidade ou infelicidade depende da nossa mente. Considere que uma companhia
com quem nós ficamos, continuamente, dia e noite, é nossa mente. Você realmente
gostaria de viajar com alguém que ficasse reclamando o tempo todo e ficasse
dizendo quão inútil você é, quão sem jeito você é, alguém que lhe lembre de
todas as coisas horrorosas que você já fez? Somos o guardião do precioso
tesouro que é nossa própria mente.
Jetsunma
Tenzin Palmo
Um coração genuinamente bom é fundamentado no entendimento da situação
como ela realmente é. Não é uma questão de sentimentalismo. E um bom coração
também não é uma questão de sair por aí num tipo de euforia de falso amor,
negando o sofrimento e dizendo que tudo é benção e alegria. Não é assim. Um
coração genuinamente bom é um coração que é aberto e é ávido por compreensão.
Ele ouve as tristezas do mundo. Nossa sociedade está errada ao pensar que a
felicidade depende da satisfação dos nossos próprios desejos e vontades. Por
isso nossa sociedade está tão miserável. Somos uma sociedade de indivíduos,
todos obsessivos com o esforço por nossa própria felicidade. Estamos
desconectados de nosso sentido de interconexão com os outros, estamos
desligados da realidade. Porque na realidade estamos todos interconectados.
Jetsunma
Tenzin Palmo
Na busca pelo conhecimento,
todo dia algo é acrescentado.
Na prática do Tao,
todo dia algo é descartado.
Interferindo cada vez menos,
até que a não-ação se estabeleça.
Quando nada é feito, nada é deixado por fazer.
A realização acontece
Quando é permitido que as coisas sigam por si próprias.
Lao
Tzu (Tao Te Ching)
A ideia “eu sou apenas a testemunha” irá purificar o corpo e a mente e
abrir os olhos da sabedoria. Então, o homem irá além de toda a ilusão, e seu coração
se libertará dos desejos. Da mesma forma como o gelo se transforma em água, a
água em vapor, e o vapor se dissolve no ar e desaparece no espaço, o corpo se
dissolve em consciência pura e, em seguida, em puro ser, que está além de toda
existência e não-existência.
Sri
Nisargadatta Maharaj (1897-1981)