quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Integrar a dimensão espiritual





Se desejamos seriamente integrar a dimensão espiritual à nossa vida cotidiana, temos que fazer alguns sacrifícios. Esses incluem levantar cedo para termos pelo menos meia hora ou uma hora para estarmos sozinhos e fazermos uma prática séria, dedicando, ao final, cerca de cinco minutos à geração de bondade amorosa por todos os seres. Isso realmente modifica a qualidade do dia.

Estamos tentando criar as circunstâncias pelas quais nosso dia inteiro possa ser usado como caminho espiritual – cada coisa que fizermos, todas as pessoas com quem nos encontrarmos passando a fazer parte da prática.

Jetsnuma Tenzin Palmo
(em “No Coração da Vida”)

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Sua mente de Buda brilha dentro de você





Sua mente de Buda brilha dentro de você, mesmo quando não pode vê-la por si mesmo. Ela é sempre pura e nenhuma quantidade de sujeira jamais poderá maculá-la. Seus olhos estão sempre voltados para fora, fixados em páginas impressas; mas o Infinito não pode ser capturado em palavras. Os livros apenas nos engajam em debates. Se você quer ser livre da ilusão deve olhar para dentro. O Caminho para o Infinito está do outro lado da sua visão. Olhe para dentro, para ver sua natureza de Buda brilhando!


Shen Zan (monge Chan chinês)
(citado por Hsu Yun em “Nuvem Vazia: Os Ensinamentos de Hsu Yun”)

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Determinação





Um militar, certa vez, parou num mosteiro em seu caminho de volta para casa depois de uma campanha bem sucedida. Ele foi visitar o abade, seu velho professor. Quando o abade e o soldado sentaram no pátio, conversando agradavelmente e bebendo chá, se distraíram por causa de uma discussão entre um noviço e um monge mais velho. O noviço reclamava que a técnica de meditação dada a ele pelo monge era ineficaz e sem valor. “Ela não consegue me ensinar como concentrar, muito menos como meditar”, gritava o noviço. “Dê-me uma técnica mais confiável”.

Observando que o argumento estava afligindo seu antigo mestre, o soldado se levantou e disse: “Por favor, mestre, permita-me ajudar esse jovem”. Quando o mestre deu seu consentimento. o soldado chamou seis dos seus arqueiros. Encheu, então, uma xícara de chá até a borda e cuidadosamente entregou-a ao noviço. “Pegue esta xícara de chá”, ele ordenou, “e sem derramar uma única gota, carregue-a por toda a área desse pátio”.

Quando o noviço pegou a xícara, o soldado ordenou a seus arqueiros: “Sigam-no! Se ele derramar uma única gota, atirem nele!” Os arqueiros tomaram seus arcos e começaram a andar atrás do noviço que, nos vinte minutos seguintes, aprendeu como se concentrar.

Caros amigos, não há substituto para a determinação. A Iluminação é um assunto sério. Nunca pode ser atingida com uma atitude casual ou relaxada. Você deve estar determinado a ser bem sucedido e deve ser firme em sua determinação.

Hsu Yun
(em “Nuvem Vazia: Os Ensinamentos de Hsu Yun”)



quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Perseverança






Um verdadeiro aspirante espiritual é como um corredor de maratona, não um corredor de curta distância. É bem fácil ter entusiamo no início.

A perfeição do esforço é essa qualidade de ser capaz de sustentar o ímpeto dia após dia, mês após mês, ano após ano. A boa notícia é que, ao contrário do corredor de maratona, uma vez que possamos realmente começar a ver que a vida diária é o nosso campo de prática, e que tudo o que fazemos e cada encontro que temos é uma oportunidade para o desenvolvimento das nossas qualidades internas – bondade amorosa, compreensão, paciência, generosidade, abertura do coração -, começamos a desenvolver a qualidade da atenção plena ou consciência, e o ímpeto cresce, de modo que somos levados adiante. Nossos dias se tornam mais e mais intensos e significativos. Quando isso realmente acontece, e sentimos que estamos no fluxo, por assim dizer, então estamos no caminho certo.

Se nosso dias são rotineiros e sem brilho é porque não compreendemos este ponto. Porque, se tomamos tudo o que fazemos como forma de cultivar o caminho passo a passo, momento a momento, como nosso dia poderia ser chato?

A perseverança , nesse sentido, não é uma espécie de fadiga ofegante. Não é algo árduo. É algo que se autorrenova, momento a momento. Quando estamos no caminho certo, não precisamos gerar energia; a energia é gerada por si mesma porque estamos em equilíbrio. Isto é muito importante.

Jetsnuma Tenzin Palmo
(em “No Coração da Vida”)


quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

As coisas vão acontecer






Cabe a nós a escolha entre superar as nossas dificuldades e encontrar a maneira de usar o que quer que encontremos para nos fortalecer, ou afundar, tornando-nos amargurados e obcecados com nossas memórias, reforçando o sentimento de baixa autoestima. As coisas vão acontecer. O importante é a forma como respondemos a elas.

Jetsnuma Tenzin Palmo
(em “No Coração da Vida”)


terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Depois da Iluminação: O salto no vazio





Mas, depois da Iluminação, o que acontece? Após a Iluminação, experienciamos a aventura do Grande Bodhisattva. Este é o mundo mais maravilhoso de todos.

Mas, depois disso, o praticante consumado deve se separar do Ch’an, e ser aquilo que estudou para se formar: uma pessoa que parece ser bastante comum, apenas uma face a mais na multidão. Quem desconfiaria que essa face é uma Face Original? Ninguém poderia supor simplesmente olhando para ela.

E assim, o problema final que o praticante encontra é, de fato, entrar no Vazio, sobre o qual os estudantes iniciantes gostam de teorizar. Ele deve atingir a “não-mente”. Ao invés de proceder em uma direção, ele deve se expandir em todas as direções ou, como diria Hanshan: “até o infinito”. O Ch’an é um poste escorregadio de trinta metros. É difícil subir. Mas, uma vez que o praticante encontre um modo de alcançar o topo, o que fazer em seguida? Ele o abandona. Ele dá um salto no espaço vazio. Ele não se apega ao Ch’an. Ele descobriu o que significa o sem ego.

Mas agora ele deve viver os resultados dessa descoberta. Suas ações não podem ser deliberadas ou planejadas. E, assim, ele atinge a espontaneidade e se torna um com a realidade. Não há mais necessidade de esforço.

Hsu Yun
(em “Nuvem Vazia: Os Ensinamentos de Hsu Yun”)

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Nossa família é nossa prática





Nossa família, nossos filhos, nossos parceiros, nossos pais – eles são a nossa prática, não são um obstáculo à nossa prática. São eles que necessitam de bondade amorosa, de nossa compaixão, de nossa paciência, de nosso esforço jubiloso. De nossa sabedoria.

Jetsnuma Tenzin Palmo
(em “No Coração da Vida”)

domingo, 20 de dezembro de 2015

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Morrer e nascer a cada momento





Enquanto formos vivos, devemos continuamente morrer e nascer a cada momento, de tal modo que a vida iluminada volte sempre a fluir de novo. Cada novo zazen é a realização de um novo mundo, visto pela primeiríssima vez.

Inconscientemente, cremos que nossas vidas estão cheias de repetições, mas na verdade nada volta a ser o mesmo; é impossível a repetição seja do que for. A nossa prática é sempre necessariamente nova e inteiramente diferente.

Hogen Daido
(em “No Caminho Aberto”)

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Transformação interior






A fim de fazer uma transformação interior efetiva, uma mudança interna, temos que perceber que, se fizermos tudo o que fazemos – cada encontro que temos, cada respiração que tomamos – com consciência e compreensão genuínas, tudo isso constituirá a prática do Dharma.

Fundindo ou integrando nossa vida diária com o caminho espiritual, podemos perceber que os dois são uma mesma coisa se feitos com consciência e apreciação suficientes.

Jetsnuma Tenzin Palmo
(em “No Coração da Vida”)


quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Podemos usar qualquer coisa







Felicidade e infelicidade dependem do próprio indivíduo. O que fazemos com as circunstâncias que encontramos depende de nós. Por exemplo, mesmo que tenhamos uma doença que ameace a vida seriamente, temos uma escolha: podemos entrar em desespero, frustração e raiva totais, ou podemos dizer: “Bem, que maravilhosa oportunidade que isso me dá de perceber que somos todos finitos, que todos nós vamos morrer. Então, o que é importante e o que não é importante na vida? Essa doença de me dá a oportunidade de arrumar meus relacionamentos, amarrar pontas soltas e também focar no que realmente é importante para mim.” Em vez de ficar com raiva da doença, a pessoa pode sentir-se quase grata. Pode usar a doença. Pode usar qualquer coisa.

Jetsnuma Tenzin Palmo
(em “No Coração da Vida”)

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Relógios na tempestade





Todos os dias, em nossas interações, devemos agir para aprimorar nosso objetivo de iluminação e autoconsciência. Se tivermos colegas cuja companhia nos leva facilmente ao erro, deveríamos evitar o contato com tais colegas. Se tivermos um tempo insuficiente para meditar porque estamos muito ocupados com clubes, hobbies ou esportes, deveríamos cortar essas atividades. É preciso um esforço consciente para ganhar a tranquilidade Ch’an. A compostura espiritual é ganha pela prática.

Um homem sábio, certa vez, percebeu que a mente de um verdadeiro homem do Ch’an não pode ser perturbada ou intimidada porque, seja nos bons ou nos maus momentos, ele sempre continua funcionando no seu ritmo constante, como um relógio que continua durante uma tempestade. Eu gosto disso. Deveríamos todos tentar ser como relógios que mesmo nas tempestades simplesmente continuam funcionando.

Hsu Yun
(em “Nuvem Vazia: Os Ensinamentos de Hsu Yun”)

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

“Que você possa ficar bem e feliz.”







Podemos usar todo e qualquer momento desta vida.

O fato é que, especialmente hoje em dia, temos que aceitar a situação em que estamos e usá-la em nosso caminho espiritual. Claro que meditação é muito importante, mas não é o único meio necessário para se tornar um ser iluminado. Precisamos desenvolver um coração realmente aberto, um coração generoso, um coração receptivo e paciente. Temos que ter uma conduta ética muito clara, viver nesse mundo de uma forma que jamais causemos dano aos outros de jeito algum, nem a nós mesmos. Devemos viver uma vida muito inofensiva, não pensando apenas em nós, mas cuidando dos outros, de modo que, ao encontrar cada ser, nosso primeiro sentimento seja: “Que você possa ficar bem e feliz.” Não importa se é alguém que conhecemos ou não, ou alguém de quem não gostamos. Que você possa ficar bem e ser feliz. Todos nós podemos gerar essa sensação de boa vontade. Se a geramos, lentamente tudo o que fazemos na vida é transformado em prática.

Jetsnuma Tenzin Palmo
(em “No Coração da Vida”)



sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Guardiões da própria mente




As pessoas pensam que o mundo as incomoda. Elas não entendem que são as guardiãs de suas próprias mentes, que podem facilmente fechar e trancar as portas de suas mentes. Se as pessoas se intrometem é porque o guardião deixou a porta aberta.

Hsu Yun
(em “Nuvem Vazia: Os Ensinamentos de Hsu Yun”)

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Transcender a vida condicionada




O ser liberto é aquele que transcendeu a vida condicionada, pois percebeu a ilusão desse mundo. Por saber que o mundo nada mais é do que uma vulgar projeção da mente, ele permanece na consciência do Self, indiferente às consequências do jogo da vida. Suas ações, embora imparciais, são sempre cheias de graça, compaixão e sabedoria.

Mooji
(em “Writing on Water”)

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Autocontrole





Quando o autocontrole se torna a segunda natureza, a consciência muda seu foco para níveis mais profundos da existência.

Sri Nisargadatta Maharaj
(em “I Am That”)

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Atenção às coisas mais simples





Viver o instante presente exige uma grande atenção às coisas mais simples. Mantém-te disponível, livre dos teus preconceitos, das tuas crenças. Reencontra a inocência do olhar, e a vontade de diamante do coração.

Então o instante presente não passará mais. Guardar-te-á na sua luz.

Dugpa Rinpoche


segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Aquiete-se




Quando a mente se aquieta, tudo é a Essência (o Self). Quando a mente se agita surge o mundo com suas ilusões.

Portanto, aquiete-se, livre-se de tudo, e seja livre.

H. W. L. Poonja (Papaji)
(retirado do site Advaita Vedanta – A Visão Não-Dual)

domingo, 6 de dezembro de 2015

Primeiros passos




“Os sinais fecham, os sinais abrem. Você segue adiante, você freia. A gente atravessa a rua e vai parar em outro mundo, basta dar os primeiros passos.”


Martha Medeiros


sábado, 5 de dezembro de 2015

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Quando o Zen começa





O Zen começa no instante em que abandonamos tudo; a vida termina no instante que nos desprendemos até mesmo desta verdade. Se, sem intenção, estiveres pronto para ir ou vir conforme a ocasião se apresentar, nunca mais te sentirás obrigado a escolher entre o que é ou não é planejado. Permanece livre de escolhas. Sê inteiramente aberto para o que te surgir no caminho.

Hogen Daido
(em “No Caminho Aberto”)

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Transcender as limitações ilusórias




O ser considera a si mesmo como sendo limitado, por isso surgem os problemas. É um equívoco. Por haver assumido essas limitações ilusórias, torna-se necessário transcendê-las. Ignorar sua própria Essência (Self) é a causa das desgraças atuais; reconhecer a própria Essência traz felicidade.

A salvação é permanente porque a Essência é aqui e agora. É eterno. Que os esforços do ser sejam no sentido de remover a ignorância. Vai parecer que a sabedoria terá surgido, mas ela foi sempre natural e sempre presente.

Sri Ramana Maharshi
(em “Talks With Ramana Maharshi”)

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Todos estão cansados





Vocês pensam demais na vida. Pare de pensar e seja! Quando você faz isso, realmente entra na riqueza da existência, na beleza, no poder, na alegria... E ela é tão harmoniosa em si mesma! Mas se você tentar se aproximar com a bagagem da mente, esqueça.

Isso é tão cansativo! Todos estão cansados... cansados... principalmente pela mente. Pensando, pensando, pensando...

Viva como se você não existisse.

Há um lugar dentro do seu coração, de seu próprio ser, que reconhece essas palavras tolas que eu falo. Encontre esse lugar.


Mooji 

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Encontro presente com a realidade





Deixa a tua energia vir a este encontro presente com a realidade, e tu próprio te desprenderás do fluxo cármico passado e futuro. Então poderás dormir finalmente quando estiveres cansado, poderás comer quando tiveres fome, poderás fazer incondicionalmente tudo o que tiveres de fazer.

Hogen Daido
(em “No Caminho Aberto”)