Mas, depois da Iluminação, o que
acontece? Após a Iluminação, experienciamos a aventura do Grande Bodhisattva.
Este é o mundo mais maravilhoso de todos.
Mas, depois disso, o praticante
consumado deve se separar do Ch’an, e ser aquilo que estudou para se formar:
uma pessoa que parece ser bastante comum, apenas uma face a mais na multidão.
Quem desconfiaria que essa face é uma Face Original? Ninguém poderia supor
simplesmente olhando para ela.
E assim, o problema final que o praticante
encontra é, de fato, entrar no Vazio, sobre o qual os estudantes iniciantes
gostam de teorizar. Ele deve atingir a “não-mente”. Ao invés de proceder em uma
direção, ele deve se expandir em todas as direções ou, como diria Hanshan: “até
o infinito”. O Ch’an é um poste escorregadio de trinta metros. É difícil subir.
Mas, uma vez que o praticante encontre um modo de alcançar o topo, o que fazer
em seguida? Ele o abandona. Ele dá um salto no espaço vazio. Ele não se apega
ao Ch’an. Ele descobriu o que significa o sem ego.
Mas agora ele deve viver os resultados
dessa descoberta. Suas ações não podem ser deliberadas ou planejadas. E, assim,
ele atinge a espontaneidade e se torna um com a realidade. Não há mais necessidade
de esforço.
Hsu Yun
(em “Nuvem Vazia: Os Ensinamentos de Hsu Yun”)
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