terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Depois da Iluminação: O salto no vazio





Mas, depois da Iluminação, o que acontece? Após a Iluminação, experienciamos a aventura do Grande Bodhisattva. Este é o mundo mais maravilhoso de todos.

Mas, depois disso, o praticante consumado deve se separar do Ch’an, e ser aquilo que estudou para se formar: uma pessoa que parece ser bastante comum, apenas uma face a mais na multidão. Quem desconfiaria que essa face é uma Face Original? Ninguém poderia supor simplesmente olhando para ela.

E assim, o problema final que o praticante encontra é, de fato, entrar no Vazio, sobre o qual os estudantes iniciantes gostam de teorizar. Ele deve atingir a “não-mente”. Ao invés de proceder em uma direção, ele deve se expandir em todas as direções ou, como diria Hanshan: “até o infinito”. O Ch’an é um poste escorregadio de trinta metros. É difícil subir. Mas, uma vez que o praticante encontre um modo de alcançar o topo, o que fazer em seguida? Ele o abandona. Ele dá um salto no espaço vazio. Ele não se apega ao Ch’an. Ele descobriu o que significa o sem ego.

Mas agora ele deve viver os resultados dessa descoberta. Suas ações não podem ser deliberadas ou planejadas. E, assim, ele atinge a espontaneidade e se torna um com a realidade. Não há mais necessidade de esforço.

Hsu Yun
(em “Nuvem Vazia: Os Ensinamentos de Hsu Yun”)

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