O meu dia a dia é cheio
de mim mesmo: há as coisas que eu quero fazer e as coisas que eu não quero
fazer, as pessoas com quem eu gosto de conviver e as pessoas com quem eu não
gosto de conviver. Tudo sempre girando em torno do prazer e do desprazer, dos
gostares e dos desgostares, desse Eu tão cultivado, tão protegido, tão mimado.
Eu, Eu, Eu!
A prática da atenção,
quando colocada na categoria “coisas que eu quero fazer” ou “coisas que eu
gosto de fazer” etc., já está fadada ao fracasso, pois, em breve, em um dia de
cansaço ou frustração que cedo ou tarde chegará, será colocada na categoria
“coisas que eu não quero fazer” e deixará de ser uma prática.
As práticas de atenção
somente se tornaram um hábito quando consegui colocá-las na categoria “coisas
que se fazem”. Faço essas coisas não porque eu quero e não porque tenho algum
objetivo concreto a atingir, mas porque sim: porque é o que se faz. Não tem
nada a ver comigo, com minhas vontades, com meus prazeres.
Alex Castro