quarta-feira, 31 de março de 2021

 

O meu dia a dia é cheio de mim mesmo: há as coisas que eu quero fazer e as coisas que eu não quero fazer, as pessoas com quem eu gosto de conviver e as pessoas com quem eu não gosto de conviver. Tudo sempre girando em torno do prazer e do desprazer, dos gostares e dos desgostares, desse Eu tão cultivado, tão protegido, tão mimado. Eu, Eu, Eu!

A prática da atenção, quando colocada na categoria “coisas que eu quero fazer” ou “coisas que eu gosto de fazer” etc., já está fadada ao fracasso, pois, em breve, em um dia de cansaço ou frustração que cedo ou tarde chegará, será colocada na categoria “coisas que eu não quero fazer” e deixará de ser uma prática.

As práticas de atenção somente se tornaram um hábito quando consegui colocá-las na categoria “coisas que se fazem”. Faço essas coisas não porque eu quero e não porque tenho algum objetivo concreto a atingir, mas porque sim: porque é o que se faz. Não tem nada a ver comigo, com minhas vontades, com meus prazeres.

 

Alex Castro

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