Não deve haver qualquer intenção de se alcançar algo na prática do Zen. Se houver, não é Zen.
Shunryu Suzuki
sexta-feira, 27 de dezembro de 2013
quinta-feira, 26 de dezembro de 2013
Responsabilidade comum
O universo no qual habitamos e experimentamos resulta de um carma coletivo comum. Da mesma maneira, os lugares no qual viveremos em futuros renascimentos resultará do carma que compartilharemos com outros seres vivendo lá. As ações de cada um de nós, humanos ou não-humanos, contribuem para o mundo no qual vivemos. Todos temos uma responsabilidade comum para com o nosso mundo e estamos conectados com tudo que existe nele.
Dalai Lama
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
Nada nos impede
Num súbito momento - ao deparar com uma fruta esmagada, ao ouvir o som de um pequeno seixo chocando-se com uma árvore, a visão da estrela da manhã - nós podemos despertar. Nada nos impede a não ser nossos pensamentos.
Steven Hagen
segunda-feira, 9 de dezembro de 2013
Mundos imaginários
Nós evocamos mundos imaginários e nos aprisionamos a eles. E lutamos para dominar, controlar esses mundos. Criamos todo tipo de regras e regulamentos, metas e valores, o que se deve e o que não se deve fazer, e nos esforçamos arduamente para poder nos equilibrar em meio a tudo isso.
Steven Hagen
quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
Se é a Verdade o que buscamos
Devemos atentar cuidadosamente para o que realmente ocorre em torno de nós e constatar que nossas crenças, nossos conceitos e convicções nunca explicam completamente o que está ocorrendo.
Se é a Verdade o que buscamos, não devemos iniciar sua busca a partir de qualquer suposição ou conceito, sejam quais forem. Ao contrário, devemos ir de encontro ao mundo de maneira aberta, com plena atenção, vendo a tudo sem qualquer ideia preconcebida - sem conceitos, crenças, preconceitos, presunções e expectativas.
segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
O tolo e o sábio
O tolo rejeita o que vê e se agarra ao que pensa;
o sábio rejeita o que pensa e aceita o que vê.
Huang Po
sexta-feira, 29 de novembro de 2013
A meditação não é um meio
A meditação não é um meio para a iluminação,
Nem um método para conquistar alguma coisa.
É a própria paz.
É a realização da sabedoria,
A verdade suprema da unidade de todas as coisas.
Dogen
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
Mente clara, lua cheia
Seung Sahn
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
Vazio
Moghavagan
veio ao Buda: "Preciso fazer uma pergunta, grande sábio. Eu tenho medo da
morte. Há alguma maneira de olhar para o mundo, de maneira a não ser visto pelo
rei da morte?"
"Olhe
para o mundo como vazio", o Buda respondeu. "Este é o caminho para
superar a morte. Pare de pensar em si mesmo como uma entidade que realmente
existe. Se você olhar para o mundo desta forma, nunca será visto pelo rei da
morte."
Sutta Nipata
terça-feira, 26 de novembro de 2013
Eu nasci nu
Eu nasci nu.
Meus amados pais gentilmente deram-me um nome.
Quando fiz vinte anos, pensei:
"Um nome é uma prisão, eu quero abandoná-la."
A todos questiono,
mas ninguém sabe me responder.
Quando ouço o vento nos pinheiros
Eu tenho uma resposta.
Chogyam Trungpa
Meus amados pais gentilmente deram-me um nome.
Quando fiz vinte anos, pensei:
"Um nome é uma prisão, eu quero abandoná-la."
A todos questiono,
mas ninguém sabe me responder.
Quando ouço o vento nos pinheiros
Eu tenho uma resposta.
Chogyam Trungpa
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
A natureza pura da mente
Quando
nuvens cobrem o céu, não podemos ver a natureza pura do espaço. Da mesma forma,
quando pensamentos conceituais ocupam a mente, não podemos ver sua natureza pura. Ao meditarmos, nossa mente se torna relaxada e tranquila e então há
espaço para desenvolvermos a compaixão, o amor e a bodhicitta. Mas quando nossa
mente está ocupada por pensamentos conceituais ou negativos, não há espaço para
desenvolver boas qualidades. Ela fica cheia de sofrimento e não conseguimos
separarmo-nos da confusão.
Quando
enfatizamos os pensamentos positivos, calmantes e relaxantes, não deixamos
espaço para que surjam pensamentos negativos. Assim nossa mente se mantém harmoniosa
e pacífica, independentemente das condições externas.
Khenchen
Konchog Gyaltshen Rinpoche
sexta-feira, 22 de novembro de 2013
Pensamentos como nuvens
A mente comum, ao contrário da consciência iluminada, é sempre enganada por uma ilusão após a outra. Pensamentos de aversão e apego surgem sem aviso, desencadeados por certas circunstâncias, como um encontro inesperado com um inimigo ou mesmo um amigo, e a menos que sejam imediatamente eliminados pelos antídotos apropriados, criarão raízes rapidamente e se proliferarão, reforçando a predominância habitual da aversão ou apego na mente e acrescentando mais e mais padrões cármicos.
Por mais fortes que esses pensamentos possam parecer, são apenas pensamentos e eventualmente desaparecerão no vazio. Uma vez que você reconheça a natureza intrínsecada mente, esses pensamentos que surgem e desaparecem não poderão mais enganá-lo. Como nuvens que logo se desfazem na imensidão do céu, assim os pensamentos ilusórios surgem, permanecem um pouco e então se desfazem na imensidão do vazio: de fato, nada realmente aconteceu.
Dilgo Khyentse Rinpoche
quinta-feira, 21 de novembro de 2013
Três instruções essenciais
A natural simplicidade da mente é inexprimível,
livre e vasta: ela pode ser reconhecida por si própria.
Quando todas as fabricações mentais, todas as concepções
e todos os apegos desaparecem naturalmente,
Chamamos a isso "reconhecendo a essência da mente".
Uma vez livre da rede de pensamentos,
e reconhecendo a contínua presença da natureza primordial,
Sem agir ou fazer qualquer esforço, sem buscar qualquer coisa,
Chamamos a isso "preservação da meditação".
Quando, como nuvens no céu,
as ondas dos inúmeros pensamentos,
nem ferem e nem alegram a mente, o qual mantém-se serena,
Chamamos a isso "liberando a mente em sua própria natureza".
Essas três instruções essnciais serão compreendidas pelos que meditam e cultivam a experiência interior. Mas será incompreensível para intelectuais tagarelas.
Mipham Rinpoche
livre e vasta: ela pode ser reconhecida por si própria.
Quando todas as fabricações mentais, todas as concepções
e todos os apegos desaparecem naturalmente,
Chamamos a isso "reconhecendo a essência da mente".
Uma vez livre da rede de pensamentos,
e reconhecendo a contínua presença da natureza primordial,
Sem agir ou fazer qualquer esforço, sem buscar qualquer coisa,
Chamamos a isso "preservação da meditação".
Quando, como nuvens no céu,
as ondas dos inúmeros pensamentos,
nem ferem e nem alegram a mente, o qual mantém-se serena,
Chamamos a isso "liberando a mente em sua própria natureza".
Essas três instruções essnciais serão compreendidas pelos que meditam e cultivam a experiência interior. Mas será incompreensível para intelectuais tagarelas.
Mipham Rinpoche
terça-feira, 19 de novembro de 2013
Apenas varra.
Ao varrer o pátio em novembro depois
que as folhas caíram, você não esperaria que ele ficasse limpo para sempre. O
pátio é como a mente. A meditação da plena atenção pode ser sentida como varrer
a mente e jogar fora os pensamentos dispersos que fazem uma grande bagunça.
É fácil se pegar resistindo,
ressentindo-se com essas folhas: “Droga, eu acabei de varrer o chão!” Apesar de
nossos protestos, a natureza pensa diferente. Ela não liga se você varreu o pátio
ou quanto tempo levou fazendo isso. Da mesma forma, a mente tem sua própria
natureza e absolutamente não liga para as suas tarefas. A mente continuará a
fazer o que sempre faz: criar pensamentos. Se esperarmos que a mente permaneça
sempre “varrida”, estaremos apenas nos preparando para a decepção.
A prática de meditação não “consertará”
você e não mudará as coisas “de uma vez por todas”. Nada é capaz de fazer isso.
A nossa tarefa é continuar varrendo. Pensamentos continuarão a vir, soprados
sobre o seu pátio recém varrido. Apenas varra. Não há necessidade de questionar
sobre isso. Não reclame. Não precisamos
analisar, interpretar ou “ajustar” as folhas. Momento após momento, precisamos
apenas varrer, retornando a esse momento como ele é, de novo, e de novo, e de
novo.
Com a prática, começaremos a
reconhecer a sabedoria de não resistir, ou, caso a resistência surja (como ás
vezes acontecerá), de não ampliá-la e alimentá-la. Podemos aprender a apreciar
o o vai e vem das folhas – e apreciar até mesmo o eterno varrer em si.
Annie Kozak
(em “Wild Chickens and Petty Tirants”)
O sábio que brinca
(O líder espiritual tibetano Dalai Lama brinca com seu spray nasal ao ser questionado por jornalistas sobre a gripe A (H1N1), durante entrevista coletiva em Lausanne, Suíça, em 2009)
quarta-feira, 13 de novembro de 2013
Possibilidades ilimitadas
Nós temos tanta convicção acerca de quem somos e de como os outros são que isso nos cega. Se uma nova versão da realidade viesse bater à porta, nossas idéias solidificadas não permitiriam aceitá-la.
Seríamos capazes de treinar como praticantes guerreiros, buscando reconectarmo-nos com a natural flexibilidade de nosso ser e ajudar os outros a fazer o mesmo?
Se começarmos a nos mover nessa direção, possibilidades ilimitadas irão surgir diante de nós.
Pema Chodron
terça-feira, 12 de novembro de 2013
Acumulação de mérito
Se você pratica todas as suas ações com a mente alerta, vigilância meticulosa e cuidado, aceitando o que deve ser aceito e repudiando o que deve ser repudiado nos mínimos gestos de suas mãos, no pronunciar de cada sílaba ou na geração de cada pensamento, você não será ameaçado por qualquer dificuldade em sua prática. Pois cada simples ato seu será transformado em alimento para ela, a fundamental acumulação de mérito.
Kangyur Rinpoche
segunda-feira, 11 de novembro de 2013
O treinamento na bodhichitta
Muitos de nós preferem uma prática que não cause desconforto e ao mesmo tempo desejam ser curadas de seu sofrimento. Mas o treinamento na bodhichitta não funciona dessa forma. Um guerreiro aceita o fato de que ele nunca saberá o que o espera no momento seguinte.
Esperamos controlar o que é incontrolável buscando certezas e previsibilidade, ansiando por conforto e segurança. Mas na verdade nunca poderemos evitar o inesperado. Ele é parte da aventura, e é também por isso que sentimos medo.
O treinamento na bodhichitta não oferece promessas de finais felizes. A questão central no treinamento de um guerreiro não é como evitar o que é imprevisível e que nos assusta, mas sim como lidar com esse desconforto. Como praticar lidando com as dificuldades, com nossas emoções, com os inesperados encontros de qualquer dia comum?
Pema Chodron
sexta-feira, 8 de novembro de 2013
Somos habituados às nuvens
O Buda afirmou que nunca estamos separados da iluminação. Mesmo nos momentos nos quais nos sentimos paralisados, nunca estamos apartados do estado desperto.
Essa é uma afirmação revolucionária. Mesmo pessoas comuns como nós, com seus hábitos e confusões, possuem a mente iluminada chamada bodhichitta. A amplitude e a calidez de bodhichitta é de fato a nossa natureza verdadeira. Mesmo quando nossos sentimentos neuróticos parecem nos dominar, mesmo que nos sintamos confusos e sem esperança, a bodhichitta, como o amplo céu que está acima de nós, não é afetada pelas nuvens que temporariamente a ocultam.
Mas como somos habituados às nuvens, certamente achamos difícil acreditar nas palavras de Buda.
Pema Chodron
quinta-feira, 7 de novembro de 2013
Bodhichitta
A Bodhichitta tem um grande poder. Ela nos inspirará e animará nos bons e nos maus momentos. É como se descobríssemos uma sabedoria e uma coragem que nem imaginávamos possuir. Como uma alquimia que transforma metal em ouro, a bodhichitta é capaz de transformar qualquer atividade, qualquer palavra ou qualquer pensamento em um meio para despertar nossa compaixão.
Pema Chodron
quarta-feira, 6 de novembro de 2013
Somente o amor cura o ódio
O ódio nunca cessa através do ódio.
Somente através do amor ele pode se curado.
Essa é uma antiga e eterna lição.
Buda
Somente através do amor ele pode se curado.
Essa é uma antiga e eterna lição.
Buda
terça-feira, 5 de novembro de 2013
A mente é que fabrica os problemas
No que se refere à paciência em conexão com a realidade última, é importante refletir no seguinte: se você buscar cuidadosamente e tentar descobrir onde a agressão repousa - no agressor, na ação em si ou na vítima da agressão - descobrirá que ela não pode ser encontrada em lugar nenhum. Quando circunstâncias diferentes coincidem, é a mente, com sua tendência para construir ilusões existencias, que fabrica o problema aqui e ali. E se examinar a própria mente, verá que ela não possui qualquer característica que seja constante e permanente.
Kangyur Rinpoche
segunda-feira, 4 de novembro de 2013
Tornar a prática seu próprio ser
Se você quer praticar o Darma corretamente, do fundo do coração, atente para o seguinte:
Ser um budista não significa apenas observar os preceitos; significa mandar para bem longe os erros que desvirtuam. Não significa meramente assumir uma forma externa pura; significa praticar a virtude corretamente. Não significa somente controlar o orpo, a fala e a mente em atividades cotidianas; significa trazer todas as raízes de virtude ao caminho da grande iluminação.
Ser virtuoso não significa simplesmente aparentar ser um budista; significa temer a formação de maus carmas. Ser um amigo espiritual não significa apenas assumir uma conduta digna; significa cuidar de todos os seres.
Ser um meditador não significa simplesmente viver em uma caverna; significa treinar-se no estado verdadeiro e natural. Ser um eremita não significa somente viver só; significa ter a mente livre de construções dualistas. Ser sábio não significa somente refletir sobre os problemas mundanos; significa distinguir o que é realmente certo e errado.
Ter fé não significa lamuriar-se; significa entrar no caminho correto a fim de superar a morte e o renascimento. Ser diligente não significa engajar-se em vários compromissos; significa empenhar-se nos métodos para deixar a existência samsárica para trás. Ser generoso não significa meramente dar com preconceito e parcialidade; significa ser profundamente livre de apego a absolutamente qualquer coisa.
Meditação não significa fixar-se em algo com o pensamento; significa ter a mente estável de modo natural, livre de fixações.
Aprender não significa apenas receber ensinamentos; significa ultrapassar concepções errôneas e alcançar a realização que está além da mente conceitual. Refletir não significa somente seguir conceitos e formar suposições; significa superar o apego ilusório.
Não confunda meras palavras com o significado dos ensinamentos. Torne a prática seu próprio ser e alcance a liberdade do samsar agora mesmo.
Padmasambhava
sexta-feira, 1 de novembro de 2013
Apanhado pelas emoções perturbadoras
A agitação devido às circunstâncias ocorre quando, por causa de um incidente externo, você segue um pensamento e a mente se torna agitada e se dispersa em uma emoção perturbadora. Quando isso acontecer, mantenha a atitude de "Não há necessidade de fazer nada"! Treine em bondade e compaixão, em desencantamento, em meios e conhecimento e em devoção. A seguir, persevere na prática como quando na hora da visão. Isso dissipará a agitação.
Padmasambhava
quinta-feira, 31 de outubro de 2013
As emoções perturbadoras
As emoções perturbadoras podem ser classificadas em cinco categorias: raiva, vaidade, desejo, inveja e delusão.
Abandone essas emoções, como quando descobre uma cobra venenosa em seu colo.
Padmasambhava
quarta-feira, 30 de outubro de 2013
Ter confiança na mente
“Ter
confiança na mente” significa dar-se conta de que, como o espaço, a mente é
espontaneamente presente desde o começo. Como o sol, está isenta de qualquer
base para a escuridão da ignorância. Como uma flor de lótus, não é maculada por
falhas. Como o ouro, não altera a sua própria natureza. Como o oceano, é imóvel.
Como um rio, é incessante. Como o Monte Sumeru, é totalmente imutável. Uma vez
que você compreenda que assim é e estabilize essa compreensão, a isso se chama “ter
a visão da realização”.
Padmasambhava
terça-feira, 29 de outubro de 2013
Na hora da morte
Na
hora da morte, você seguirá acompanhado por quaisquer ações boas ou más que
tenha cometido enquanto vivo.
Padmasambhava
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
Não se distraia
sexta-feira, 25 de outubro de 2013
Emoções perturbadoras
Qualquer emoção perturbadora é um veneno! São como palha pegando fogo.
Padmasambhava
.......
O maior aprendizado a ser realizado em minha prática. Minha mente não deveria ser a minha maior inimiga; por isso tenho tratado-a com atenção e carinho.
Padmasambhava
.......
O maior aprendizado a ser realizado em minha prática. Minha mente não deveria ser a minha maior inimiga; por isso tenho tratado-a com atenção e carinho.
quinta-feira, 24 de outubro de 2013
Manter a visão clara
A
disciplina ajuda a manter a visão clara. Manter a visão clara faz com
que prolonguemos nossos períodos de sobriedade. E sobriedade nada mais é do que
sabedoria.
Tendo
realizado a sabedoria, não estamos mais atados pelo desejo, raiva e ignorância
e somos capazes de perceber todos os fenômenos como eles realmente são.
(Buda)
quarta-feira, 23 de outubro de 2013
Samsara e Nirvana
Samsara é a mente virada para fora, perdida em suas projeções;
Nirvana é a mente virada para dentro, reconhecendo a sua própria natureza.
Tulku Urgyen Rinpoche
Nirvana é a mente virada para dentro, reconhecendo a sua própria natureza.
Tulku Urgyen Rinpoche
terça-feira, 22 de outubro de 2013
Culpa é ira
O sentimento de culpa, na psicologia Budista, é definido como um tipo de ódio auto-dirigido. É uma outra forma de ira. E se estivermos motivados pela culpa que sentimentos, isso drenará toda a nossa energia; não nos dá força para ajudarmos os outros. Nós próprios acabamos por tomar o lugar central do palco quando estamos em “modo culpa".
Sharon Salzberg
......................
Eu sou muito atingido pela culpa, em especial quando erro por falta de disciplina. Se olho para trás e vejo que fiz o melhor, meus equívocos não me afetam tanto, eu fiz o melhor que pude. Mas se erro por não ter feito o que deveria me sinto mal, envergonhado diante de mim mesmo.
Não adianta forçar-me a "não sentir culpa". Melhor cuidar de não errar tanto por omissão, descuido ou acomodação.
......................
Eu sou muito atingido pela culpa, em especial quando erro por falta de disciplina. Se olho para trás e vejo que fiz o melhor, meus equívocos não me afetam tanto, eu fiz o melhor que pude. Mas se erro por não ter feito o que deveria me sinto mal, envergonhado diante de mim mesmo.
Não adianta forçar-me a "não sentir culpa". Melhor cuidar de não errar tanto por omissão, descuido ou acomodação.
segunda-feira, 21 de outubro de 2013
Crie seu próprio caminho
Não sigas por onde o caminho te leva.
Vai antes por onde não existe caminho… e deixa o teu rastro.
Ralph Waldo Emerson
.......
Quando li esse texto gostei de sua sonoridade, do arranjo das palavras. E o postei, já a algum tempo, programado para hoje. Mas agora vejo que é tolice tentar deixar seu rastro. Prefiro ser como a fumaça que se desfaz no ar. Ao fim, somos todos fumaça.
sexta-feira, 18 de outubro de 2013
Instruções para iniciantes
Por uns momentos, torna-te consciente do teu potencial para a mudança. Seja qual for a tua situação presente, a evolução e a transformação são sempre possíveis. Pelo menos, podes mudar a forma como vês as coisas e depois, gradualmente, mudas a tua forma de ser também. Toma a resolução, bem no teu íntimo, de te libertares da tua atual situação e desenvolve o entusiasmo necessário para desenvolver as qualidades positivas que estão latentes em ti.
Matthieu Ricard
quinta-feira, 17 de outubro de 2013
Tolerância
Um dia o Dalai Lama recebeu uma visita de um monge vindo do Tibete, depois de este ter passado 25 anos em campos de trabalho forçado chineses. Os seus torturadores tinham-no levado ao limite da sua vida várias vezes.
O Dalai Lama falou durante bastante tempo com o monge, tendo ficado comovido por o encontrar tão sereno, depois de passar por tanto sofrimento. Perguntou-lhe ainda se ele alguma vez tinha tido medo.
O monge respondeu:
“Tive frequentemente medo de começar a odiar os meus torturadores, pois se tal tivesse acontecido, teria começado a destruir-me a mim próprio.“
quarta-feira, 16 de outubro de 2013
Magoar os pés
Quem não quer magoar os seus pés quando anda sobre a terra, tem duas opções.
Ou cobre a Terra inteira com tecido… ou então faz para si um par de sapatos.
Shantiveda
Ou cobre a Terra inteira com tecido… ou então faz para si um par de sapatos.
Shantiveda
terça-feira, 15 de outubro de 2013
segunda-feira, 14 de outubro de 2013
Responsabilidade universal
A meta do praticante budista é cultivar um amor imparcial, sinceramente desejando felicidade a todos os seres no universo. E isso obviamente não é fácil.
Meditemos sobre isso. Sejam os outros belos ou feios, bons ou maus, são todos seres humanos como nós. E assim como nós, eles querem ser felizes e não sofrer, o que certamente é direito deles assim como nosso. Reconhecendo que todos os seres são iguais em suas aspirações e em seu direito à felicidade, sentimos a empatia que nos aproxima. À medida em que nos familiarizamos com esse altruísmo imparcial, finalmente experienciamos um sentimento de responsabilidade universal.
Dalai Lama
sexta-feira, 11 de outubro de 2013
A Alegria dos Outros
A compaixão é um poderoso estado mental,
Uma incapacidade de tolerar o sofrimento dos outros,
Há seres nos seis reinos aprisionados pela dor e suas causas,
E constatar isso enche nossos olhos de lágrimas.
A verdadeira alegria é deleitar-se com a satisfação e o sucesso dos outros,
É cultivar o desejo de que todos sejam felizes.
É uma imensa alegria quando os outros a alcançam por si mesmos
E é nosso grande desejo que eles nunca sejam privados dela.
Jigme Lingpa
quinta-feira, 10 de outubro de 2013
A fonte dos venenos mentais
O Budismo ensina que a fonte de nossos venenos mentais é a ignorância acerca da natureza dos seres e das coisas, o que cria um abismo entre nossas percepções e a realidade. Tomamos como permanente o que é impermanente. O que chamamos felicidade é frequentemente causa de sofrimento, como por exemplo, riqueza, poder, fama e prazeres fugazes. As coisas são vistas como "agradáveis" ou "desagradáveis", e os seres, como "bons" ou "maus". O "eu" que vê as coisas dessa forma também parece ser real, concreto.
Esse engano é o que provoca os poderosos reflexos de apego e aversão que inevitavelmente conduzem ao sofrimento.
Matthieu Ricard
quarta-feira, 9 de outubro de 2013
O mais profundo refúgio
O último refúgio, o mais profundo, não é outro senão o da nossa própria mente. Atrávés do reconhecimento de sua essência, com a cuidadosa vigília da consciência que reluz continuamente por trás das nuvens de confusão, a pessoa se verá naturalmente protegida das inúmeras causas de sofrimento. Preservando continuamente a consciência desperta e atenta, não sentirá mais as perturbações e os obscurecimentos emocionais, pois estes não mais afetarão sua mente.
Matthieu Ricard
terça-feira, 8 de outubro de 2013
O Poder da Mente
A mente é muito poderosa. Ela pode criar felicidade ou sofrimento, céu ou inferno. Se, com a ajuda do Darma, você pratica para eliminar seus venenos interiores, nenhum fator externo irá afetar sua felicidade. Mas enquanto esse venenos permanecerem em sua mente, você não encontrará a felicidade mesmo que a busque pelo mundo todo.
Dilgo Khyentse Rinpoche
segunda-feira, 7 de outubro de 2013
A vida é como um relâmpago
Esta nossa
existência é tão transitória como
as nuvens do outono
Pois assistir ao nascimento e a morte dos seres
Pois assistir ao nascimento e a morte dos seres
é como observar os movimentos de uma dança.
A vida é como um relâmpago no céu,
correndo como um riacho montanha abaixo.
A vida é como um relâmpago no céu,
correndo como um riacho montanha abaixo.
Buda
sexta-feira, 4 de outubro de 2013
Mestres
Quando alguém faz algo errado, é nosso mestre de tolerância.
Quando alguém é chato, é nosso mestre de paciência.
Se alguém diz uma bobagem, é nossa oportunidade de olhá-lo
como um sábio.
Monge Genshô
quinta-feira, 3 de outubro de 2013
Atenção plena
Mesmo que minha visão seja mais ampla que o céu,
A atenção que dedico aos meus atos e seus efeitos é mais fina que a farinha.
Padmasambhava
quarta-feira, 2 de outubro de 2013
O fruto das ações
terça-feira, 1 de outubro de 2013
Impermanentes
Como uma estrela cadente, uma miragem, uma chama,
Uma ilusão de ótica, gotas de orvalho, bolhas na água corrente,
Um sonho, um facho de luz, uma nuvem:
Assim devem ser consideradas todas as coisas.
Buda
Uma ilusão de ótica, gotas de orvalho, bolhas na água corrente,
Um sonho, um facho de luz, uma nuvem:
Assim devem ser consideradas todas as coisas.
Buda
segunda-feira, 30 de setembro de 2013
Lembrança da morte
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
Cruzar o Oceano de Sofrimento
Qual é o sentido de libertar-se do sofrimento quando todos à sua volta continuam a sofrer? Uma visão tão estreita está condenada a falhar porque nossas alegrias e tristezas estão inevitavelmente ligadas às dos outros. Em outras palavras, todos temos que cruzar o "oceano de sofrimento" juntos.
Matthieu Ricard
(em "On the Path of Enlightnement")
quinta-feira, 26 de setembro de 2013
Compaixão
Se alguém tem compaixão, ele é um Buda;
Sem compaixão, ele é um Deus da Morte.
Com compaixão, a raíz do Darma é plantada;
Sem compaixão, a raíz do Darma é partida.
Uma pessoa com compaixão é gentil mesmo quando irritada;
Uma pessoa sem compaixão pode matar mesmo quando sorri.
Para alguém com compaixão, até mesmo os inimigos se tornam amigos;
Sem compaixão, até mesmo os amigos tornam-se inimigos.
Com compaixão possui-se todos os Darmas;
Sem compaixão não há Darma nenhum.
Compaixão é a característica essencial do budismo;
Compaixão é a própria essência do Darma.
Portanto, todos vocês, monges e praticantes leigos,
Cultivem a compaixão e um dia alcançarão a iluminação de Buda.
Possam todos os homens e mulheres que ouvirem essa canção,
Com grande compaixão,
beneficiar a todos os seres!
Shabkar
(citado por Matthieu Ricard em "On The Path to Enlightenment")
Sem compaixão, ele é um Deus da Morte.
Com compaixão, a raíz do Darma é plantada;
Sem compaixão, a raíz do Darma é partida.
Uma pessoa com compaixão é gentil mesmo quando irritada;
Uma pessoa sem compaixão pode matar mesmo quando sorri.
Para alguém com compaixão, até mesmo os inimigos se tornam amigos;
Sem compaixão, até mesmo os amigos tornam-se inimigos.
Com compaixão possui-se todos os Darmas;
Sem compaixão não há Darma nenhum.
Compaixão é a característica essencial do budismo;
Compaixão é a própria essência do Darma.
Portanto, todos vocês, monges e praticantes leigos,
Cultivem a compaixão e um dia alcançarão a iluminação de Buda.
Possam todos os homens e mulheres que ouvirem essa canção,
Com grande compaixão,
beneficiar a todos os seres!
Shabkar
(citado por Matthieu Ricard em "On The Path to Enlightenment")
quarta-feira, 25 de setembro de 2013
Reconhecer a natureza búdica
Quando
os mestres Dzogchen falam em permanecer na visão, o que querem dizer é
reconhecer o estado natural da mente, a natureza búdica, e repousar nesta
percepção lúcida. Isto implica uma imediação espontânea e uma consciência sem
separações ou escolhas.
Esta visão ampla, ou panorâmica, significa ser capaz de
viver as coisas como são, com clareza total. Essa visão, ou visão superior, não
distorce. Ela é totalmente aberta e sem julgamentos.
Quando permanecemos com a
visão, não tentamos manipular ou alterar a verdade do que é. Um espelho não
escolhe o que reflete. Da mesma maneira, a medida que os objetos surgem na
mente, eles simplesmente aparecem, sem distorções nem correções, no espelho
límpido da consciência.
Com
esse tipo de visão, nós nos lembramos do todo - Dzogchen, a Perfeição Natural
das coisas justamente como são. Na meditação básica, praticamos a atenção plena
à respiração. O treinamento Dzogchen é mais avançado; ele nos ensina como estar
despertos e unos com o que é. Na prática Dzogchen, levamos conosco aonde quer
que formos nossa consciência sem separações, para que cada momento seja um
momento de atenção plena, um momento de realidade, de liberdade e iluminação.
Como disse um mestre zen: "A eternidade é um único instante, e esse
instante é agora. Acorde para ela!". Isso pode soar esotérico, mas na
verdade é um ensinamento muito prático. [...] Tudo o que se tem a fazer é
permanecer com a visão.
Kalu Rinpoche
terça-feira, 24 de setembro de 2013
Grande Mente e mente pequena
Para
nos ajudar a compreender que não somos aquilo que pensamos, os ensinamentos de
Buda fazem uma distinção entre o que é chamado de Grande Mente, ou Mente
Natural, e a mente "pequena" ou mente comum e iludida. A mente
pequena ou iludida é a mente habitual, barulhenta, imprevisível e
constantemente fora de controle. É a nossa mente finita, conceitual, racional,
discursiva, pensante. A mente iludida tem muitos impulsos e necessidades, ela
deseja muitas coisas. Está quase sempre confusa, atravessa flutuações
constantes de ânimo e é muito inquieta. Fica com raiva, deprimida ou
hiper-ativa.
O que se quer
dizer com Grande é a natureza essencial da mente. É isto que chamamos de
natureza búdica ou mente natural. Esta é a nossa verdadeira natureza - a
consciência pura e ilimitada que reside no coração, e que é parte integrante de
todos nós. O Buda a descreveu como imóvel, clara, lúcida, vazia, profunda,
simples (descomplicada) e em paz. Na verdade, não é aquilo que chamamos
habitualmente de nossa mente. É a natureza luminosa e mais fundamental no âmago
de nosso ser. Isto é rigpa, o cerne da iluminação. É a nossa cota de nirvana
aqui na terra.
Kalu Rinpoche
segunda-feira, 23 de setembro de 2013
Capacidade de despertar
Se
você deseja despertar como o Buda, tem que acordar do sonho. Por isso Sidharta
Gautama era um homem comum que quando desperta passa a chamar-se Buda, “o
desperto”. Como ele era um homem comum como todos nós, todos temos a mesma
capacidade de despertar. Aquele que acorda livra-se instantaneamente de toda
dor, ilusão e sofrimento.
Monge Genshô
(em seu blog "O Pico da Montanha é onde estão os meus pés")
sexta-feira, 20 de setembro de 2013
A Melhor Prática Espiritual
Certa
vez, quando um monge estava circumambulando o Mosteiro Peltring, Geshé Tenpa,
um reconhecido professor idoso, veio até ele e disse, "É bom circular
locais sagrados, mas é muito melhor praticar o Darma sublime."
Humildemente,
o monge começou a estudar, memorizar e recitar os sutras budistas. Um dia Geshé
Tenpa o encontrou em meio a seus estudos e devoções. O velho abade disse,
"É muito meritório estudar escrituras e realizar atos virtuosos, mas é
muito melhor praticar o nobre Darma."
Depois
de pensar muito, o monge decidiu que meditação intensiva era a melhor coisa que
ele poderia fazer, e começou a meditar com muita dedicação. Inevitavelmente
Geshé Tenpa o encontrou sentando em um canto, com um olhar fixo e concentrado.
"Meditar é muito bom," comentou o erudito, "mas a prática
genuína do Darma seria ainda melhor."
"Simplesmente
abandone todas as expectativas com relação a esta vida," Geshé Tenpa
respondeu. Então continuou seu caminho em silêncio.
(extraído do blog tzal.org)
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
Decidir o que fazer
quarta-feira, 18 de setembro de 2013
Samsara e Nirvana
Samsara, o ciclo das existências, e nirvana, o estado além dele, são dois estados da mente.
Samsara é um desvio do conhecimento, uma visão distorcida da realidade, que faz da mente uma escrava das emoções negativas, enquanto que nirvana é o estado de plena liberdade interior, livre de quaisquer obstáculos conceitual e emocional.
Dalai Lama
terça-feira, 17 de setembro de 2013
Arquitetos de nossas futuras vidas
O carma, no que se refere às ações e seus efeitos, é um aspecto particular da lei da causalidade. É ele quem determina nossa quota de de felicidade ou sofrimento. Em outras palavras, o que nós experimentamos hoje é consequência de nosso comportamento passado; e nós somos agora os arquitetos de nossas futuras vidas.
Matthieu Ricard
(em "On The Path of Enlightnement")
(em "On The Path of Enlightnement")
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
Liberando as Criaturinhas
Um velho lama gostava de sentar em meditação numa grande pedra lisa de frente a um
lago plácido. Porém, toda vez que começava fervorosamente a recitar suas
orações e devoções, assim que cruzava as pernas e se aquietava, ele via um
inseto lutando desesperadamente para sair da água. De tempos em tempos, ele
inclinava seu velho corpo doído e colocava a pequena criatura em um lugar
seguro, antes de se aquietar novamente no seu assento de pedra. Assim seguiam
suas contemplações, dia após dia...
Seus
irmãos monges, dedicados meditantes que também diariamente sentavam solitários
nos barrancos e cavernas rochosas daquela região desolada, eventualmente
ficaram sabendo que o velho lama dificilmente conseguia ficar parado, mas que
de fato ficava a maior parte de suas sessões de meditação salvando insetos do
laguinho. Apesar de parecer realmente muito adequado salvar vidas de seres
sencientes de qualquer tipo, pequenos ou grandes, alguns deles ocasionalmente
perguntavam-se se as meditações do velho monge não poderiam ser muito
aperfeiçoadas se ele sentasse em algum outro lugar isolado e livre desse tipo
de distração. Um dia eles finalmente mencionaram suas preocupações a ele.
"Não
seria de maior benefício sentar em algum outro lugar e meditar profundamente,
sem perturbações o dia todo? Desta forma o senhor poderia mais rapidamente
atingir a iluminação perfeita, e então poderia libertar todos os seres vivos do
oceano da existência condicionada?" um deles perguntou ao velho.
"Pelo
menos o senhor talvez pudesse meditar em frente ao lago com os olhos
fechados," outro irmão sugeriu.
"Como
desenvolver perfeita tranquilidade e profunda concentração adamantina
levantando e sentando cem vezes a cada sessão de meditação?" um jovem
monge erudito enfaticamente expôs sua opinião, encorajado pelas perguntas mais
delicadas dos seus irmãos mais velhos... E assim os argumentos continuaram.
O
venerável velho lama ouviu atentamente, sem dizer nada. Quando todos já tinham
feito seus discursos, ele curvou-se agradecido e disse, "Estou certo de
que minhas meditações poderiam ser mais profundas e recompensadoras se eu
ficasse imóvel o dia todo, como vocês colocaram. Mas como pode um velho inútil
como eu, que tomou muitas e muitas vezes o voto de dar essa vida (e todas as
outras) para servir e liberar aos outros, apenas sentar com os olhos fechados e
o coração endurecido, cantando e entoando o mantra altruísta da Grande
Compaixão, enquanto bem em frente a meus olhos criaturas desesperadas estão se
afogando?"
Para
essa simples questão humilde, nenhum dos monges reunidos pôde encontrar uma
resposta.
(extraído do blog tzal.org)
quinta-feira, 12 de setembro de 2013
A Igualdade de Tudo Que Vive
Em 1982, Sua Santidade O Dalai Lama do Tibete estava jantando na França com Pawo Rinpoche X. O par estava recontando histórias do passado e antecipando o renascimento do então recentemente falecido Gyalwa Karmapa.
Então o idoso Pawo Rinpoche viu uma
formiga se debatendo no chão polido, tentando chegar na luz do sol.
Pawo Rinpoche já não podia mais andar.
Ele pediu ao Dalai Lama que fizesse a bondade de resgatar a pequena criatura a
ajudá-la em seu caminho.
Sua Santidade atendeu com urgência o
pedido, abençoando o pequeno inseto com uma bênção sussurrada. Gentilmente, ele
carregou o inseto através do recinto e colocou-o seguro na tépida luz do sol.
Sorrindo de deleite, ele sentou novamente com seu venerável colega.
"Agora te fiz um favor, Rinpoche.
Teus velhos olhos são melhores que os meus! As pessoas falam sobre vacuidade e
alta filosofia Mahayana, mas consideração amorosa pela igualdade de tudo que
vive é o verdadeiro sinal de um bodisatva."
Sua Santidade em pessoa recontou mais
tarde a história, durante um ensinamento na França sobre a necessidade de
compaixão, engajamento altruísta, e responsabilidade universal. "Minha
religião é amor e bondade", ele então afirmou.
(extraído blog tzal.org)
quarta-feira, 11 de setembro de 2013
O Vazio
Digamos
por exemplo, que você esteja meditando e apareça uma sensação de raiva.
Imediatamente, a reação da mente é de identificar a raiva como
"minha" raiva, ou de dizer que "eu estou" com raiva. Em
seguida você elabora sobre a sensação, quer seja procurando encaixá-la dentro
do seu histórico ou como parte das suas idéias gerais sobre quando e onde a
raiva pode ser justificada. O problema com tudo isso, sob a perspectiva do Buda,
é que essas estórias e idéias causam muito sofrimento. Quanto mais você se
envolve nelas, mais você desvia a atenção de enxergar a verdadeira causa do
sofrimento: os rótulos de "eu" e "meu" que colocam todo o
processo em movimento. Como resultado, você não consegue encontrar a forma de
desemaranhar a causa e dar um fim ao sofrimento.
Se, no
entanto, você conseguir adotar o vazio - não agindo ou reagindo em relação à
raiva, mas simplesmente observando-a como uma série de eventos em si mesmos -
você verá que a raiva está vazia de qualquer coisa com a qual valha a pena se
identificar ou possuir. A medida que você domine o vazio com mais consistência,
verá que essa verdade não se aplica somente a emoções mais grosseiras como a
raiva, mas também, até para os eventos mais sutis na esfera da experiência.
Esse é o sentido de vazio em todas as coisas. Quando você enxergar isso,
compreenderá que rótulos como "eu" e "meu" são inadequados,
desnecessários e que causam nada além de estresse e sofrimento. Então você
poderá abandoná-los. Quando você os abandonar completamente, descobrirá uma
forma de experiência ainda mais profunda que é completamente livre.
Para
obter domínio sobre a modalidade vazio de percepção é necessário treinamento em
sólida virtude, concentração e sabedoria. Sem esse treinamento, a mente tende a
ficar na modalidade que cria estórias e idéias sobre o mundo. E sob a
perspectiva dessa modalidade, o ensinamento sobre o vazio soa simplesmente como
mais uma estória ou idéia sobre o mundo, com novas regras.
Ajaan Thanissaro
terça-feira, 10 de setembro de 2013
Olhos iludidos
Nós
construímos essa individualidade e nos agarramos à ela. Olhos iluminados vêem a
vida e dizem “Que linda”. Alguns podem pensar que existem pessoas morrendo e
sofrendo no mundo e que isso é trágico, mas eu lhes pergunto se as florestas
são trágicas? Há nesse momento folhas e árvores morrendo nas florestas, existe
tragédia nesse acontecimento? Não, não é mesmo? Olhamos as florestas e não
lamentamos os troncos e folhas mortas. Essas folhas se transformarão em húmus e
os troncos caídos e mortos servirão de abrigo e morada para outros seres vivos.
Vemos todos esses fenômenos que ocorrem nas florestas como naturais e pensamos,
“Que maravilha que é a natureza”. Porque não temos a mesma visão sobre a vida
dos homens? Porque a vemos com olhos iludidos. Essa é a essência do Budismo,
desculpem-me se isso parece terrível.
Monge Genshô
(em seu blog "O Pico da Montanha é onde estão os meus pés")
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