terça-feira, 31 de março de 2015

Huang Po: Tudo têm a essência do Buda



A Mente é Buda - o Absoluto, o Todo - e abarca todas as coisas, desde os seres iluminados até o mais insignificante réptil. Todos compartilham a  mesma natureza de Buda e todos têm a mesma essência que é a Mente Única. Por isso Bodhidharma não transmitiu nenhum ensinamento além do Dharma da Mente Única.  Ele indicou firmemente a verdade de que todos os seres têm e sempre tiveram a mesma essência do Buda. Ele não seguiu ou recomendou nenhum desses enganosos “métodos de prática”. E se você conseguir atingir essa mesma compreensão acerca da Mente e descobrir sua natureza verdadeira, verá também que na realidade não há nada pelo qual você deva almejar.

Huang Po
(em “ The Zen Teaching of Huang Po”)

segunda-feira, 30 de março de 2015

A mente que sustenta o céu

Tente experimentar por si mesmo como um simples pensamento entregue à sua essência original é capaz de transformar as coisas em sua vida.  Você pode aplicar esse princípio em sua vida diária de acordo com seu nível espiritual. Assim, não importa se as dificuldades com as quais você se depara são grandes ou pequenas. Não as tema. Não se sobrecarregue. Permaneça firme e siga em frente com coragem. Mesmo que o céu desabe e não se vislumbre uma saída, você deve ser capaz de sorrir para tudo. Se houver alcançado esse estágio, poderá sustentar o céu com um único dedo. Tal nivel mental é maravilhoso e de valor incalculável.

Você pode maravilhar-se sobre como pode um dedo sustentar o céu, mas o que realmente sustenta não é algo físico ao qual se possa apontar. Na verdade, é a Mente.

Daehaeng Sunim
(em “Wake Up and Laugh”)

sexta-feira, 27 de março de 2015

O caminho da purificação



Todas as coisas compostas são impermanentes.
Quando se percebe isso com um visão verdadeira, então o sofrimento é superado - este é o caminho de purificação.


Buda

quinta-feira, 26 de março de 2015

Quem vence

O pior dos dois é aquele que, quando maltratado, retalia. Aquele que não retalia vence uma batalha difícil de vencer.


Buda

quarta-feira, 25 de março de 2015

O fim do sofrimento



Existe aquela esfera da existência em que não há nem terra, nem água, nem fogo, nem ar; não há a experiência do espaço infinito, nem da consciência infinita, nem do nada, nem da nem percepção, nem não percepção; ali não há nem este mundo e tampouco outro mundo, nem sol, nem lua. Nessa esfera da existência, eu digo, não há vir, nem ir, nem permanecer; não há morte nem renascimento; não há base, não há evolução e não há objeto mental. Isso, justamente isso, é apenas o fim do sofrimento.


Buda
(Sutra do Nirvana)

terça-feira, 24 de março de 2015

Huang Po: A inutilidade de qualquer resistência



É preciso compreender que a Mente Real é o Buda, e que a mente e o corpo individuais não são nada. Esse ensinamento é chamado de Grande Caminho. A realidade do Grande Caminho é a inutilidade de qualquer resistência. Bodhidharma firmemente acreditava em ser um com a 'real' substância do universo nessa vida! A Mente e essa substância não diferem em nada. Essa substância é a mente. Não podem ser separados.

Huang Po
(em "The Zen Teaching of Huang Po")

segunda-feira, 23 de março de 2015

Prática



Pela convicção a enchente é cruzada;
Pela persistência o oceano é atravessado;
Pelo esforço o sofrimento é pacificado;
Pela sabedoria se é purificado.


Buda

sexta-feira, 20 de março de 2015

Tudo é natureza de Buda



Você não deveria ver nem uma polegada da grande terra como algo fora de sua própria Mente. Não coloque nem uma gota de água fora do oceano da natureza de Buda.


Keizan Zenji 

quinta-feira, 19 de março de 2015

Investigue a mente





Não investigue fenômenos: investigue a mente.
Se você investigar a mente, saberá a única coisa que resolve tudo.
Se não investigar a mente, pode saber tudo mas estará sempre preso a uma coisa.


Padmasambhava

quarta-feira, 18 de março de 2015

Minhas ações



Eu sou o dono das minhas ações, herdeiro das minhas ações, nascido das minhas ações, relacionado através das minhas ações e tenho as minhas ações como árbitro. O que quer que eu faça, para o bem ou para o mal, disso me tornarei o herdeiro.


Buda

terça-feira, 17 de março de 2015

A iluminação de Han Shan



Quando seu ego ilusório e sempre mutável morre, você consegue realizar a verdadeira natureza permanente, o imutável Self de Buda! Somente as aparências mudam. A realidade subjacente a tudo não muda jamais!

Eu queria que meu ego se desvanecesse como o daquele Bhramim. Eu queria refugiar-me em meu Self de Buda. Levantei-me e fui para o templo. Prostrei-me diante do altar. De repente tudo parecia extremamente claro para mim.

Quando me dirigi á saída, parei nos degraus e olhei maravilhado para o pátio. Um vento forte havia começado a soprar espalhando folhas das árvores ao redor. Havia centenas delas no ar. Apesar disso, elas moviam-se lentamente... Simplesmente ali, suspensas no ar... E tudo em volta estava tão sereno...

Finalmente eu havia visto algo com meus olhos de Buda!  Compreendi que o ego se move continuamente, como uma corrente de ar ou de água. Mas o que vemos é na realidade estável, uma matrix no qual todas coisas pulsam, surgindo e desaparecendo continuamente.

Agora eu compreendia! Meu ego havia decidido que uma certa porção da matéria era folha de árvore; depois meu ego decidiu encadear séries de imagens e chamar essas séries de movimento: folhas ao vento. 

Na realidade, não havia um eu nos degraus do templo. Não havia nem mesmo degraus. Não havia vento, ou folhas ao vento. Meu ego havia criado limites para tudo, na matéria, no tempo, e deu às coisas nome e forma. Mas a Realidade, sem a interferência de meu ego, não possui conceitos, não tem forma definida e não está presa à corrente do tempo!

Agora eu sabia. Nada nasce e nada pode morrer. Tudo simplesmente é. 

Han Shan
(em "The Autobiography of Han Shan")

segunda-feira, 16 de março de 2015

Não surgir, não desaparecer



O Buda disse:

Elementos se unem e formam esse corpo. No momento de aparecer, os elementos aparecem. No momento de desaparecer, os elementos desaparecem. Quando os elementos aparecem, eu não digo "Eu" apareci. Quando os elementos desaparecem, eu não digo "Eu" desapareci. Momentos passados e momentos futuros não surgem em sequência. Momentos passados e momentos futuros não estão alinhados. Esse é o significado do samadhi do mudra oceano. Investiguem cuidadosamente essas palavras do Buddha.

Dogen

quinta-feira, 12 de março de 2015

Ileso

Se contemplas o mundo como uma bolha de espuma, se o tens apenas como uma miragem, não te alcançará o rei da morte.

Buda

(Dhammapada)

quarta-feira, 11 de março de 2015

Sabor da realidade

A natureza de sua mente é como um oceano sem fim --
Quando ondas de apego às aparências não a perturbam,
Ela tem um único sabor, a essência da realidade:
Permaneça sem aceitar ou rejeitar, sem afirmar ou negar, eu lhe peço encarecidamente.

Bokar Rinpoche

terça-feira, 10 de março de 2015

Não há nada que não surja da mente

De tudo que percebemos como formas e sons, não há nada que não surja da mente. Perceber que a mente é atenção indivisível da vacuidade, é visão. Manter essa realização na mente o tempo todo sem nunca se distrair, é meditação. Praticar as duas acumulações como uma ilusão mágica daquele estado é ação.


Atisha

segunda-feira, 9 de março de 2015

Não é meu eu



Qualquer forma, qualquer sensação, qualquer percepção, quaisquer formações, qualquer consciência, quer seja do passado, do futuro ou do presente, interna ou externa; grosseira ou sutil; inferior ou superior; próxima ou distante: toda consciência deve ser vista como na verdade é, com correta sabedoria: ‘Isso não é meu, isso não sou eu, isso não é o meu eu.’


Buda

sexta-feira, 6 de março de 2015

Deixando o pequeno eu de fora


P.: Como você vê a continuação dele (Thich Nhat Hanh) em você?

Joanne Friday: Minha ordenação como instrutora de Dharma é um exemplo claro de como vejo a transmissão e a continuidade. Eu nunca havia pensado em ser uma instrutora de Dharma, isso nunca havia passado pelo minha cabeça. Um dia recebi uma carta de Plum Village me convidando a receber a Transmissão da Lâmpada. Ao ler a carta, comecei a sentir-me completamente indigna e pensei, "Oh, eles erraram, certamente meu nome foi confundido com o de outra pessoa", eu estava realmente atordoada. Passados alguns minutos senti como se houvesse sido atingida por um raio e pensei: "Isso não tem nada a ver com você."

Desde meu primeiro encontro com Thay eu o senti muito vivo em cada célula do meu corpo. E o que recebi de meus pais, de todo mundo que sempre me amou, todo mundo que sempre se importou comigo, todos eles estão vivos em cada célula do meu corpo. Então, me sentir incapaz seria como insultar a todos eles. Porque esse convite não dizia respeito a meu egocentrismo, não tinha nada a ver com meu pequeno eu.

Na preparação para a cerimônia, minha energia de hábito teria sido tentar chegar com a palestra-dharma perfeita, para que todos vissem que eu sabia tudo sobre o Dharma. Mas ao invés disso eu sequer pensei sobre o assunto e não senti qualquer ponta de ansiedade nos três meses antes da Transmissão da Lâmpada. Naquela época, como parte da cerimônia, cada novo instrutor proferia uma breve palestra após sua ordenação. Caminhei lentamente até meu lugar sem ter qualquer idéia sobre o que dizer, e ainda assim não senti nada além de pura alegria enquanto pensava, "O que vou dizer?” Então contei a eles a história que estou contando agora.

Eu disse, "Thay nos dá um belo ensinamento sobre o não-nascimento e a não-morte usando como exemplo uma folha de papel. E eu recebi outro profundo ensinamento sobre o não-self  também através de uma folha de papel. Recebei essa carta pedindo-me para estar aqui e foi essa a minha experiência, perceber que esse momento deve-se a meus elementos não-self, e não tem nada a ver comigo. Tem sido muito divertido, sinto muita liberdade. É realmente incrível. Eu não tenho muita autoconfiança, mas confio totalmente em meu elementos não-self, e é claro que isso ocorre porque não fiquei nem um pouco ansiosa. Penso que estou vivenciando a confiança que vem do não-self." E Thay sorria e todos em volta sorriam.
  
E assim tem sido desde então. Se eu for convidada a compartilhar o Dharma, faço o máximo para manter-me de fora. Meu objetivo em compartilhar o Dharma é transmitir o que me foi transmitido e deixar meu pequeno eu de fora. E isso nunca me cansa. Mas se meu ego começa a se manifestar, aí sim eu fico cansada, e esse é um bom sinal de que preciso ir praticar meditação-andando e sair do caminho.

Joanne Friday
(mestre de Dharma ordenada por Thich Nhat Hanh, em entrevista à revista budista Mindness Bell")

quinta-feira, 5 de março de 2015

A mente governa



A mente precede todos os estados mentais. Eles são governados pela mente e criados pela mente. Se uma pessoa fala ou age com uma mente pura, a felicidade a segue tal como sua sombra nunca a deixa.

Buda
(Dhammapada)

quarta-feira, 4 de março de 2015

Como um iogue reage ao medo


Mesmo nos maiores iogues, a alegria e o sofrimento, a esperança e o medo, ainda aparecem exatamente como antes. A diferença entre uma pessoa comum e o iogue está em como eles vêem sua emoções e reagem a elas. Uma pessoa comum, de maneira instintiva, irá aceitá-las ou rejeitá-las, suscitando assim apego ou aversão. Um iogue, no entanto, percebe tudo o que surge no seu estado natural e originalmente puro, sem permitir que o apego entre em sua percepção.

Sogyal Rinpoche
(em “O Livro Tibetano do Viver e do Morrer”)

terça-feira, 3 de março de 2015

Coração sem limites


Tal qual uma mãe, colocando em risco a própria vida,
ama e protege o seu filho, o seu único filho,
da mesma forma, abraçando todos os seres,
cultive um coração sem limites."

Buda

segunda-feira, 2 de março de 2015

Você deve treinar assim




Então, Bahiya, você deve treinar assim: Com relação ao que é visto, haverá apenas o visto. Com relação ao que é ouvido, haverá apenas o ouvido. Com relação ao que é sentido, haverá apenas o sentido. Com relação ao que é conscientizado, haverá apenas o conscientizado. Assim é como você deve treinar. Quando com relação ao que é visto houver apenas o visto, ao que é ouvido houver apenas o ouvido, ao que é sentido houver apenas o sentido, ao que é conscientizado houver apenas o conscientizado, então, Bahiya, você não estará ‘com aquilo.’ Quando você não estiver ‘com aquilo,’ então você não estará ‘naquilo.’ Quando você não estiver ‘naquilo,’ então você não estará aqui, nem além e tampouco entre os dois. Isso em si mesmo é o fim do sofrimento.

Buda
(Bahiya Sutra)