domingo, 31 de janeiro de 2016

Quando estás desperto



A tua concentração, o teu equilíbrio, criam equilíbrio em todo o universo. 
Quando estás desperto, cada instante é novo.

Jorge Bustamante
(em “La Eternidad del Relámpago”)

sábado, 30 de janeiro de 2016

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Como você pensa




O mundo não é como você pensa.
O mundo é exatamente como você pensa.

Mooji
(em “Writing on Water”)


quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Admirando a paisagem






Para Daehaeng Sunim, não se tratava de aceitar ou não as coisas que acontecessem: ela simplesmente punha toda sua consciência na Essência da qual ela própria havia sido gerada. Ela tampouco prestava atenção às coisas externas; observava apenas aquilo que tocasse sua mente. Era como sentar-se num gramado e, serenamente, admirar a paisagem. Por quase um ano até mesmo o esforço de pensar a aborrecia, e se um problema surgisse, ela não se afligia. Praticando dessa maneira, muitas vezes a solução vinha de repente; ás vezes, surgia mais tarde.


Daehaeng Sunim
(em “No River to Cross – Trusting The Enlightenment That’s Always Right Here”)

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Coisas difíceis são a prática



Dudjom Rinpoche


Há uma história sobre Dudjom Rinpoche, de quando esteve em Nova Iorque. Dudjom Rinpoche era o líder da tradição Nyingma. Ele estava andando por uma rua e alguém veio até ele com uma arma, para assaltá-lo. Dudjom Rinpoche apenas olhou diretamente em seus olhos sorrindo e fez uma reverência. O homem ficou tão assustado que deixou a arma cair e saiu correndo! Com sua percepção pura, Dudjom Rinpoche estava apenas reconhecendo a luz dentro daquela pessoa. Dudjom Rinpoche não sentiu medo. E talvez tenha transformado a vida desse homem. Quem sabe?

O ponto é que devemos tomar tudo o que encontramos em nossa vida diária e usar como caminho, sem descartar nada. Não podemos nos acomodar, pensando que vale a pena praticar apenas com as coisas boas e que as coisas difíceis são obstáculos à prática. Coisas difíceis são a prática.

Jetsnuma Tenzin Palmo
(em “No Coração da Vida”)

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

Contra a corrente






O Buda disse que praticar o Darma é ser como um peixe que nada rio acima. Pois bem, nadar contra a corrente é uma viagem muito solitária. Você pode ser perguntar: vale a pena o tempo e o esforço para nadar contra a corrente, quando todo mundo está indo rio abaixo, a favor da corrente? Porém, são os que nadam contra a corrente que chegam à nascente. Portanto, se quisermos transformar esta vida em algo significativo, o lugar para começar é exatamente onde estamos. E a única hora para começar é exatamente agora, já, neste instante. É o único momento que temos. O futuro é apenas uma ideia. O passado se foi. E o momento está fluindo – assim.

Se estamos consciente não podemos dizer “Não tenho tempo”, pois cada respiração é uma expressão de nossa prática.

Jetsnuma Tenzin Palmo
(em “No Coração da Vida”)

segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Mover-se como o vento





Não se preocupe com o que os “outros” possam fazer a você.
Esforce-se somente para conhecer a si mesmo completamente.
Agindo assim, você se moverá como o vento.
E quem pode controlar o vento?

Mooji
(em “Writing on Water”)





sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Um pequeno exemplo de compaixão




Há outro haikai de Bashô que se tornou famoso no Ocidente. E nesse, embora, pelo lado plástico, se nos ofereça uma inesquecível imagem, o conteúdo moral se torna transparente, de modo que o pequeno poema vale duplamente, pela forma e pelo sentido. Na verdade, ele fora composto por Kikaku, um dos discípulos favoritos de Bashô. E dizia:

Uma libélula rubra.
Tirai-lhe as asas:
uma pimenta.

Bashô, diante da imagem cruel, corrigiu o poema de seu discípulo, com uma simples modificação dos termos:

Uma pimenta.
Colocai-lhe asas:
uma libélula rubra.

Esse pequeno exemplo de compaixão, conservado num breve poema japonês de trezentos anos, emociona e confunde nossos grandiosos tempos bárbaros. Mas sua luz não se apaga, e até se vê melhor – porque vastas e assustadoras são as trevas dos nossos dias.

Cecília Meireles
(em “Escolha o Seu Sonho”)

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

E daí?






A questão é que o estado de nossa mente é onde habitamos. E realmente precisamos dar muito mais atenção a como podemos cultivar uma mente mais tranquila, centrada e equânime. Equânime significa sermos capaz de lidar com o que quer que aconteça. Não precisamos manipular tudo à nossa volta para a nossa própria satisfação.

Em uma conferência inter-religiosa, há alguns anos, conheci um cantor sufi da Turquia. Ele cantou uma linda canção sufi sobre as coisas que podem dar errado na vida, e o refrão ecoava: “E daí?”

Viajamos juntos de volta para o aeroporto de Nova Iorque, de onde partiríamos para lugares diferentes. Ele estava indo para a Turquia. Quando chegamos ao aeroporto, no entanto, descobrimos que nenhuma de suas malas havia chegado. Mas ele apenas sorriu, deu de ombros e disse: “E daí?”

E todos nós rimos! A situação simplesmente era um fato.

Ele disse: “Ah, isso é ótimo. Não tenho mais que carregar todas aquelas malas – estou livre. Posso simplesmente partir.”

Eu o admirei profundamente, pois ele realmente usava suas próprias palavras como caminho. E assim, quando as coisas dão errado, também podemos dizer a nós mesmos: “E daí?”

Jetsnuma Tenzin Palmo
(em “No Coração da Vida”)


quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

O ignorante, o sábio e a vida.



O ignorante luta para controlar a vida.
Para o sábio, a vida revela-se naturalmente.

Mooji
(em “Writing on Water”)









terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Senhores de nossa mente





Em vez de sermos arrastados pelas oito preocupações mundanas, podemos cultivar a capacidade de estarmos presentes e conscientes. Podemos aprender a dar um passo atrás e ficar ciente dos pensamentos e emoções no momento em que surgem, e discernir que são apenas pensamentos e emoções – não são eu nem meu.  Podemos nos tornar mais abertos e adaptáveis. Em vez de nos identificarmos totalmente com nossas esperanças e medos, com nossas ideias e pensamentos, podemos ver que esses são apenas fenômenos vazios, que surgem por um momento e, em seguida, desaparecem.

Podemos estar presentes. A capacidade de estar presente, de recuar de nossos pensamentos e vê-los apenas como pensamentos, e de ver nossos sentimentos apenas como sentimentos, permite nos tornarmos senhores de nossa mente, em vez de escravos dela.

Jetsnuma Tenzin Palmo
(em “No Coração da Vida”)

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Exemplo





Certa vez – na verdade, na última metade do século 16 – havia um homem pobre e sem instrução que desejava devotadamente se iluminar. Ele se via como alguém por demais desprezível e sem valor para tornar-se um monge budista, mas mesmo assim foi a um mosteiro e pediu permissão para trabalhar em seus campos. A cada dia esse homem simples trabalhava do amanhecer ao anoitecer. Ele era tímido demais para aproximar-se e dirigir uma pergunta a qualquer um. Simplesmente esperava que, observando os monges, pudesse descobrir um método pelo qual pudesse alcançar a Iluminação.

Um dia, um monge veio visitar o mosteiro. Esse monge caído num estágio muito baixo em sua vida espiritual, e ia de mosteiro em mosteiro tentando encontrar uma maneira de renovar sua fé. Ele notou o homem que trabalhava tão alegremente nos campos e ficou maravilhado com seu entusiasmo pelo trabalho duro. Como aquele homem desfrutava tanto da vida? Qual seria o seu segredo?

E assim o monge foi até o homem e, com humildade e admiração, perguntou: “Senhor, poderia ser gentil o bastante para me dizer qual é o seu método? Que prática o senhor segue?”

“Eu não sigo nenhuma prática”, disse o homem, “mas certamente gostaria de aprender alguma. Venerável mestre, o senhor seria gentil o bastante para me dar alguma simples instrução?”

O monge visitante viu a sinceridade e a humildade do homem e ficou tocado por ela. “Você fez por mim o que muitos mestres não conseguiram”, disse. E sentindo-se verdadeiramente inspirado, ele renovou seu voto e sua determinação de atingir a iluminação exatamente naquele lugar: “Nenhuma instrução que eu possa dar a você pode ser tão valiosa como a que você deu a mim através de seu exemplo”.

Hsu Yun
(em “Nuvem Vazia: Os Ensinamentos de Hsu Yun”)


sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Uma mente feliz






Temos o potencial humano – o nosso grande potencial humano – de ir além disso, para algo muito mais profundo, que nos dará uma calma interior genuína, não apenas o prazer físico superficial, mas a felicidade duradoura, profunda, intensa e genuína. Está dentro de nós e não “lá fora”. Uma mente mais pacífica, mais centrada, capaz de segurar as coisas de leve, que não está sempre se agarrando, que não é constantemente agitada pelas ondas de nossas esperanças e medos, é uma mente feliz; uma mente que está assentada, que vê as coisas de forma clara e com um coração aberto para os outros, é uma mente feliz. E essa felicidade não depende de circunstâncias externas. Essa mente é capaz de surfar nas ondas de nossas dores e prazeres externos. A resposta está dentro de nós.

Jetsnuma Tenzin Palmo
(em “No Coração da Vida”)



quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Atenção Plena é Meditação




O Buda disse: “Um monge, quando caminha, sabe que está caminhando; quando pára, sabe que está parado; quando senta, sabe que está sentado; quando deita, sabe que está deitado.” Essa consciência, esse reconhecimento pleno de cada momento e cada atividade, é meditação.

Yongey Mingyur Rinpoche
(em “Turning Confusion Into Clarity”)

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Livre, tão livre! (Poema de Ryokan)




Abandonei os estudo em minha juventude
e desejei tornar-me santo.

Vivendo de forma austera como um monge mendicante,
vaguei aqui e ali durante muitas primaveras.

Por fim regressei à minha terra
e instalei-me ao sopé de uma grande montanha íngreme.

Vivo agora em paz numa pequena cabana
escutando a canção dos pássaros.
E as nuvens são as minhas melhores vizinhas.

Um pouco abaixo há um riacho de águas cristalinas, onde refresco meu corpo e minha mente;
Acima, imponentes pinheiros e carvalhos me fornecem sombra e lenha.

Livre, tão livre, todos os dias!

Não quero jamais sair daqui!
  

Ryokan



terça-feira, 12 de janeiro de 2016

O tolo




Longa é a noite para o insone
Longa é uma estrada de poucas milhas para aquele que está fatigado
Longo é o ciclo de nascimento e morte
            para o tolo que não conhece o caminho.

Se o peregrino não encontrar alguém que caminhe melhor ou ao menos igual a ele,
que opte então por caminhar sozinho, resolutamente;
um tolo jamais será uma boa companhia.

“Esses filhos pertencem a mim; essa riqueza é minha”;
pensando assim o tolo segue atormentado.
Se ninguém pertence a ninguém,
                     o que dirá filhos e riqueza?

O tolo que reconhece a própria insensatez é sábio,
ao menos em certa medida.
Mas o tolo que se julga sábio é apenas um tolo.

Buda

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Imagem e realidade



Pense em você.

Logo uma sutil imagem
é formada em sua mente.
Você não é ela,
nem qualquer outra imagem ou projeção.

Você é a silenciosa
e intangível Consciência
na qual infinitas impressões
surgem e desaparecem
sem deixar rastros.

Mooji
(em “Writing on Water”)

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Não somos quem pensamos ser




A grande sabedoria de Buda foi perceber que nós não somos quem pensamos ser. Nós nos identificamos com aquilo que é apenas uma parcela ínfima de quem realmente somos.


Jesunma Tenzin Palmo

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

A mesma Essência




Fundamentalmente
todos os seres possuem a mesma essência,
a mesma mente,
o mesmo corpo,
e vivem como um só,
dando e recebendo o que é necessário,
manifestando-se e transformando-se incessantemente.
Mas como os seres mergulhados em ilusão não vêem isso,
seguem em meio ao sofrimento.

O Sutra do Coração
(como traduzido por Daehaeng Sunim)

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Abrir-se para a plenitude que há em nós





Essencialmente, somos todos budas. Somos completamente perfeitos. Temos apenas que aprender a reconhecer nossa verdadeira natureza, absolutamente imaculada, sábia e compassiva. Não estamos procurando tomar algo que está fora de nós. A renúncia é realmente apenas uma questão de soltar. Estamos nos abrindo para o que já temos – estamos nos abrindo para a plenitude que existe dentro de nós. Estamos tentando simplesmente despertar para nossa natureza original.

Jetsnuma Tenzin Palmo
(em “No Coração da Vida”)

terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Para ser feliz: fazer os outros felizes





Existe um estado mental para além do sofrimento, um estado mental que é livre. Mesmo da nossa própria maneira, como pessoas comuns, podemos começar a incorporar algumas dessas qualidades – como a generosidade e a compaixão – em nossa vida. Não é tão impossível quanto pode parecer. Mas, primeiro, para ver como criamos nosso próprio sofrimento, temos que entender que é necessário nos abrirmos a essas qualidades, e temos de entender por que é necessário. Nosso sofrimento não depende do que está acontecendo “lá fora”. Na verdade, depende de nossa própria mente, do estado de nossa própria mente e das nossas reações ao que está acontecendo lá fora.

Pessoas mentalmente perturbadas gastam muito tempo pensando sobre si mesmas; ficam obcecadas com a sua própria felicidade e com o seu próprio sofrimento, e passam muito tempo, como muitos de nós, se perguntando: “Como faço para ser feliz?” Mas a ironia da situação é que, se pensamos menos sobre como nos tornar felizes e mais sobre como podemos fazer os outros felizes, de alguma forma, nós mesmos acabamos sendo felizes. As pessoas que estão genuinamente preocupadas com os outros têm um estado mental muito mais feliz e pacífico do que as que estão continuamente tentando fabricar as suas próprias alegrias e satisfações.

Jetsnuma Tenzin Palmo
(em “No Coração da Vida”)

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Reagir com inteligência





Tivemos inúmeras vidas, em que plantamos um milhão, um bilhão de sementes negativas e positivas, e nunca se sabe quando elas irão brotar. Mas o que surge não é o mais importante. É o modo como reagimos ao que está acontecendo conosco que importa. Será que respondemos de uma forma inteligente, com ações hábeis, ou não?

Jetsnuma Tenzin Palmo
(em “No Coração da Vida”)