terça-feira, 30 de abril de 2013

A ilusão da separação

Compreender o processo de interdependência não é natural ao ser humano. Essa noção é contrária às certezas adquiridas a partir das experiências geradas somente por nosso ego. Pensamos e vivemos como entidades separadas dos outros e do mundo. Acreditamos que todo objeto se especifica por uma realidade própria. O sentimento de posse reforça essa impressão de separação.
 
Entretanto, nada existe em si, nada têm existência separada. Tudo depende de causas e condições que, ao se acumularem, ao se atualizarem em um determinado momento, criam essa ilusão.
 
Dalai Lama
 

segunda-feira, 29 de abril de 2013

A Realização Espiritual e o Conhecimento

O conhecimento em si não produz a realização espiritual, aliás, nem o conhecimento sobre o Zen produz a realização. A iluminação em si é uma visão que é produzida através da meditação, é sofrendo sentado na almofada que podemos obter a libertação. A realização puramente através de algum conhecimento, pode vamos dizer, aproximar, melhorar as visões da humanidade mas não produz realização espiritual.
 
O conhecimento produz o poder do próprio conhecimento. E que, pode, sim, dependendo da mente que usou, ser maravilhoso ou não.

Monge Genshô
(em seu blog "O Pico da Montanha é onde estão os meus pés")
 

domingo, 28 de abril de 2013

Perigo

 
Você estará em perigo, se se deixar invadir pelo desgosto, tristeza, ansiedade e desânimo. Eles o isolam, o tornam egoísta. Se colocar-se como vítima, se tiver como única preocupação você mesmo, vai ficar deprimido. Diante de tais circunstâncias, imagine que outras pessoas estão sendo confrontadas pelas mesmas provações. E que algumas podem estar enfrentando sofrimentos ainda muito piores. Isso pode servir como uma grande ajuda para você.
 
Dalai Lama
 

sábado, 27 de abril de 2013

O sofrimento como meio para evoluir

 
A sabedoria consiste em considerar que toda circunstância difícil e dolorosa é um meio de evoluir pela via espiritual. O sofrimento não traz somente aspectos negativos. Se ansiamos operar em nós grandes transformações interiores, ele é indispensável.
 
Dalai Lama
 

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Nossa natureza imatura

Nossa natureza imatura é responsável por nossa infelicidade. Essa infantilidade nos condiciona. Nós nos detemos em acontecimentos sem importância e nos concentramos em um conjunto de detalhes que causam grandes sofrimentos. É essencial transformar nosso olhar, para só levarmos em conta aquilo que dá um sentido real à nossa existência.
 
Dalai Lama
 

quinta-feira, 25 de abril de 2013

A natureza enganadora dos fenômenos

Compreender a natureza enganadora dos fenômenos permite enfrentar mais facilmente as dificuldades que atravessamos.
 
Dalai Lama

quarta-feira, 24 de abril de 2013

A infelicidade é uma ilusão


"Qualquer infelicidade que você esteja sentindo se baseia em uma imagem mentalmente construída."
 
Yongey Mingyur Rinpoche

Quem fere é escravo das emoções

Se alguém faz alguma coisa que lhe parece injusta e inaceitável, lembre-se de que isso se deveu à conexão de numerosas causas e condições independentes da vontade dele. Se ele não está livre das condições, por que sofrer com isso? Se as emoções não o aprisionassem, e dado que o desejo comum aos dois é evitar aquilo que pode provocar infelicidade, ele teria optado por criar só a felicidade.
 
Dalai Lama
 

terça-feira, 23 de abril de 2013

Nossos inimigos nos educam

 
 
Ao adotar uma via espiritual, seus inimigos são determinantes para a prática dela. Eles representam ocasião e oportunidade únicas de progredir, pois ajudam a desenvolver a paciência, a tolerância, o amor e a compaixão.
 
Nossos amigos não nos permitem cultivar a paciência, esta força e determinação do espírito. Só os inimigos detêm a capacidade de nos educar.
 
Dalai Lama
 

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Verdadeiramente humildes

Seremos verdadeiramente humildes se formos capazes de, deliberadamente, não reagir com uma atitude baseada na violência diante de uma determinada situação na qual teríamos a possibilidade de o fazer.
 
Dalai Lama
 

domingo, 21 de abril de 2013

A paciência é uma força

 

A paciência é uma força. Ela resulta de nossa capacidade de permanecermos firmes e inabaláveis, sejam quais forem as circunstâncias.
Aceitar nossa parte de responsabilidade nas provações pelas quais passamos, permite desenvolver a paciência.
 
Dalai Lama
 

sábado, 20 de abril de 2013

A forma mais elevada de paciência

A forma mais elevada de paciência consiste em aceitar as provações com alegria. Esta é a forma de paciência que nos permite desenvolver a perseverança. Assim procedendo, estaremos, progressivamente, realizando nossa natureza fundamental de seres humanos.

Dalai Lama

sexta-feira, 19 de abril de 2013

O nosso ódio fere a nós mesmo

Os ensinamentos budistas dizem que sentir ódio de um inimigo equivale a enfiar uma espada no próprio ventre com o objetivo de atingir uma pessoa que se encontra atrás de nós.
 
Dalai Lama

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Ser tolerante é uma disciplina

Ser tolerante é uma disciplina. Consite em escolher, voluntariamente, não se vingar, não prejudicar, não ser violento, quando seria possível fazer exatamente o contrário.

Dalai Lama

quarta-feira, 17 de abril de 2013

A violência em matar um animal

A violência que consiste em matar um animal é inútil e prejudicial à harmonia do mundo. Ao reagir dessa forma, estaremos intervindo sobre o equilíbrio do universo.
 
Dalai Lama
 

terça-feira, 16 de abril de 2013

Todo ser humano é um Buda

Um grão de amor e de compaixão reside em todo ser humano, mesmo no mais cruel e mais perverso. É esse grão que fará dele, um dia, um Buda.
 
Dalai Lama
 

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Deixar vencer o outro

De um ponto de vista social, quando uma pessoa o prejudica e o desacredita, é recomendável reagir.

Do ponto de vista do praticante que espera transformar o espírito, é sempre preferível deixar vencer o outro.

Dalai Lama

domingo, 14 de abril de 2013

As três qualidades fundamentais de um discípulo

 O discípulo deve ter três qualidades fundamentais: 1 sinceridade, 2 inteligência capaz de discriminar entre forças benéficas e desencaminhadoras do caminho e 3 um intenso anseio de obter entendimento espiritual e experiência.
 
Gyalwa Sonam Gyatso, o terceiro Dalai Lama
(citado em "O Caminho Para a Iluminação")
 

sábado, 13 de abril de 2013

Os três treinamentos superiores

Para alcançar a liberação do samsara, devemos aperfeiçoar os três treinamentos superiores: autodisciplina, concentração meditativa e sabedoria da vacuidade.
 
Dalai Lama
(em "O Caminho Para a Iluminação")
 
 

sexta-feira, 12 de abril de 2013

O sofrimento dos animais

 
É lamentável considerar essencialmente como alimento a maior parte dos animais. Eles também são seres sensíveis de quem devemos cuidar. Assim como nós, são ligados à vida e amam o seu eu. O sofrimento que experimentam quando são pescados, conduzidos ao abatedouro, mortos para satisfazer nossos hábitos e necessidades de carne, é evidente. Se pensarmos em seu sofrimento, passaremos a rejeitar a idéia de nos nutrirmos deles.
 
Se pudermos, se nossas condições de vida permitirem nos alimentarmos de outra maneira, se nossa saúde for boa, se o meio ambiente for adequado, será preferível que nos tornemos vegetarianos. Pois não esqueçamos que o sofrimento dos animais sobre esta Terra é incomensurável.
 
Dalai Lama
 

quinta-feira, 11 de abril de 2013

A proteção do conhecimento espiritual

 

Quando olhamos para a fonte de todos os problemas que confrontam a vida humana, em geral culpamos tudo, menos a causa-raiz: nossa falta de disciplina e realização espiritual.  Especialmente nessa era degenerada, em que a atmosfera do mundo é tão negativa e as condições a nossa volta favorecem o mau carma e as distrações inúteis, não ter a proteção do conhecimento espiritual significa estarmos totalmente indefesos contra a mente negativa.
 
 Agora é o momento de extrair a essência da vida.
 
Dalai Lama
(em "O Caminho Para a Iluminação")
 

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Purificar a mente

Purificar a mente significa opor-se a todas as fontes de distúrbio emocional e delusão e extirpá-las - tanto aquelas inatas quanto as formadas de modo conceitual - junto com as sementes dos instintos cármicos prévios que acumulamos em nosso fluxo mental ao longo de vidas desde tempos imemoriais.
 
Quando as delusões são totalmente removidas, já não se possui as condições mentais que levam à criação de mais carma negativo futuro; e, quando as sementes de carma negativo são purificadas, já não se carrega mais dentro de si as causas de frustração e miséria. É por isso que as pessoas que buscam a felicidade e desejam superar o sofrimento são sábias ao se empenhar em métodos espirituais.
 
Dalai Lama
(em "O Caminho Para a Iluminação")
 

terça-feira, 9 de abril de 2013

Dar felicidade para nós e para os outros

 

Como se pode romper o ciclo de evolução compulsiva e descontrolada? Apenas indo à causa-raiz, a mente deludida que nos amarra e controla e faz com que nos envolvamos na interminável cadeia de comportamentos sem sentido e negativos que nada mais fazem além de fatigar o espírito.
 
O Buda disse: "A mente é precursora de todos os eventos". Pessoas espiritualmente desenvolvidas beneficiam a si mesmas e aos outros como uma expressão espontânea de seu estado de ser exaltado, ao passo que pessoas não desenvolvidas apenas trazem sofrimento e confusão para si mesmas e para os outros.
 
Se queremos dar felicidade para nós mesmos e se queremos dar felicidade aos outros em nossos contatos com eles, não há alternativa a não ser cultivar um estado de harmonia espiritual dentro de nosso fluxo mental.  

Dalai Lama
(em "O Caminho Para a Iluminação")

segunda-feira, 8 de abril de 2013

A necessidade de desenvolvimento espiritual

 
A morte guarda esperanças muito reduzidas para pessoas comuns sem experiência espiritual.
 
O controle sobre a própria evolução futura deve ser conquistada em vida e não na hora da morte. O Buda disse: "Somos o nosso próprio salvador, ou somos o nosso próprio inimigo." Até o momento vivemos em grande parte sob o poder das delusões e, como resultado, embora desejemos a felicidade de modo instintivo, criamos apenas causas de frustração e dor. Desejamos evitar o sofrimento, mas como nossa mente não é cultivada na sabedoria, corremos direto para o sofrimento, como uma mariposa capturada pela luz de uma chama.
 
O problema é principalmente nossa falta de desenvolvimento espiritual. Como resultado dessa deficiência, a mente é controlada basicamente por emoções aflitivas e ilusões. Apego, aversão e ignorância, em vez de um espírito livre, amor e compaixão, são as forças diretivas. Reconhecer essa simples verdade é o começo do caminho espiritual.
 
Dalai Lama
(em " O Caminho Para a Iluminação")
 

domingo, 7 de abril de 2013

Por quê atraídos?

Pergunta – Uma coisa muito difícil de eu entender é a questão do carma. Eu já andei por alguns caminhos de busca espiritual e finalmente, no Zen, eu encontrei um local de paz, um local que eu posso chamar de casa, minha pergunta é por que algumas pessoas encontraram, assim como eu, esse local e outras não? Por que alguns percebem e outros não?

Monge Genshô – As pessoas recebem o que procuram. Você se sente atraída por esse local, sentiu-se atraída pelo Dharma e pelo budismo e veio até aqui. Você ouve as palavras, as palestras e aquilo parece exatamente o que você queria ouvir. É como se fosse uma lembrança antiga, como se você tivesse chegado em casa e essa sensação é porque existe em você uma marca cármica anterior. No passado, muito provávelmente em outra vida, você ouviu o Dharma e por isso ele lhe é familiar. Você perguntou por que algumas pessoas sentem-se atraídas e outras não? Algumas vem, ficam por um tempo depois vão embora, isso é bastante natural, porque para treinar por longo tempo é necessário marca cármica forte e uma grande vontade.

As escrituras antigas dizem assim, “treinar como se seus cabelos estivessem pegando fogo”. Ou seja, com desespero pelo despertar, como foi o caso de Buda, ele desesperadamente queria encontrar a resposta, então treinou duramente para isso. As histórias dos mestres antigos são as mesmas, longo tempo de procura e treinamento duro, árduo. Por que você não desiste? Porque cria uma marca cármica profunda que faz você persistir na busca. Se essa marca não fosse suficientemente forte você ficaria um pouco e iria embora, mesmo assim a semente fica e em outra vida se manifestará. Mas isso poderá levar muito tempo.

Monge Genshô
(do blog "O Pico da Montanha é onde estão os meus pés)


sábado, 6 de abril de 2013

O erro de valorizar o eu

 
Continuamos crendo teimosamente que a valorização do eu é a melhor proteção na vida, mas o oposto é que é verdade. O apego ao eu cria a valorização do eu, que por sua vez produz uma arraigada aversão ao mal e ao sofrimento. No entanto, o mal e o sofrimento não têm existência objetiva; o que lhes dá existência e poder é somente a nossa aversão a eles. Quando você entende isso, entende que é a nossa aversão que atrai para nós toda a negatividade e os obstáculos que podem se nos opor, enchendo nossas vidas de expectativas, ansiedade nervosa e medo.
 
Esgote essa aversão esgotando a mente voltada para si mesma e seu apego a um eu inexistente, e você vencerá todo poder que os obstáculos e negatividades possam ter sobre você.
 
Mesmo porque, como é possível atacar alguém ou alguma coisa que simplesmente não existe?
 
Sogyal Rinpoche
 

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Exercer o espírito

 
Exercer o espírito é uma disciplina que inclui ao mesmo tempo intelecto, sentimento, coração e espírito. Essa disciplina interior ajuda a transformar nossa atitude, nossas concepções e maneiras de nos situarmos na existência. No começo ela nos ensina a diferenciar os fatores que levam à felicidade daqueles que levam ao sofrimento. Em seguida, a só cultivar os que são fonte de Felicidade.
 
Dalai Lama
 

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Nossos desejos impedem a felicidade

A felicidade deste mundo está submetida a nossos desejos, por isso é instável. A característica do desejo é jamais ser satisfeito e nos conduzir a querer receber e possuir sempre mais. Essa insatisfação permanente cria sofrimento, pois a felicidade resultante da realização do prazer não dura. Temos medo de vê-la desaparecer, porque sabemos que somos como crianças que crêem que, acumulando instantes de felicidade, escapam à infelicidade. Assim, a diversidade de objetos sobre os quais projetamos nossas fantasias e esperanças de felicidade será sempre insondável e frustrante.

Dalai Lama

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Após a passagem

 
O nosso corpo parece existir de modo tão convincente, nosso "eu" parece existir e "você" parece existir, e todo o nosso mundo dualista e ilusório, que nunca cessamos de projetar a nosso redor, parece sem dúvida sólido e real. Quando morremos, toda essa complexa construção se desfaz dramaticamente em pedaços.
 
O que acontece, para dizer de modo simples, é que no seu nível mais sútil a consciência continua sem o corpo e atravessa uma série de estados conhecido como "bardos". O ensinamento nos diz que, precisamente pelo fato de que nos  bardos não temns mais um corpo, não há nenhuma razão para temer qualquer experiência que venhamos a ter após a morte, ainda que ela seja apavorante. Afinal de contas, como pode alguma coisa atingir "ninguém"?
 
O problema é que nos bardos a maior parte das pessoas continua agarrada a um falso sentido de eu, com uma dependência fantasmática da solidez física; e essa continuidade daquela ilusão que esteve na raíz de todo sofrimento na vida, na morte expõe essas pessoas a mais sofrimento, especialmente no "bardo do vir-a-ser".
 
Sogyal Rinpoche
 
 

terça-feira, 2 de abril de 2013

Como morrer


Lembre-se de que todos os hábitos e tendências acumulados na base de nossa mente ordinária estão prontos para ser ativados por qualquer influência. Sabemos que basta a menor provocação para trazer as nossas reações instintivas e habituais à superfície. Isso é especialmente verdadeiro no momento da morte.

Desse modo, o estado da nossa mente no momento da morte é absolutamente importante. Se morrermos com a mente estruturada de maneira positiva podemos melhorar nosso próximo nascimento, apesar de nosso carma negativo. E se estamos aborrecidos e angustiados, isso exerce um efeito prejudicial, mesmo que tenhamos vivido bem nossa vida.

A maneira ideal de uma pessoa morrer é tendo aberto mão de tudo, interna e externamente, de modo que reste o menos possível de anseio, ganância, e apego a que a mente possa, no momento essencial, se agarrar.

Sogyal Rinpoche
(em "O Livro Tibetano do Viver e do Morrer")

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Quando você chega ao momento da morte

 

 "Livre-se do apego e da aversão. Mantenha pura sua mente. E una sua mente com o Buda", todos os meus mestres transmitiam isso como conselho, porque é de fato a essência daquilo que é necessário quando você chega ao momento da morte.
 
Sogyal Rinpoche
(em "O Livro Tibetano do Viver e do Morrer")