Considere
uma flor. Quando vemos a cor brilhante de uma flor ou observamos sua estrutura
complexa, experimentamos sua franqueza e simplicidade. Vemos como a flor reside
no espaço como uma presença vívida. No instante em que a vemos pela primeira
vez, a flor se transmite totalmente, completamente, à nossa percepção. Os
ensinamentos budistas de Abhidharma nos dizem que a percepção direta ocorre em
todos os momentos da experiência sensorial, mas é tão rapidamente envolvida pelas
histórias, pensamentos e ideias da mente conceitual que geralmente sentimos
falta dela. A visão não filtrada é uma visão genuína, despida de conceitos e ideias.
Experimentando
o mundo fenomenal, o mundo natural, dessa maneira, vemos que tudo é continuamente
permeado pela presença, uma plenitude e riqueza que fala sua própria língua.
Algo tão simples como uma brisa pode fornecer uma porta para uma experiência de
nossa natureza mais profunda. Rochas, árvores, grama, montanhas, oceanos e céu
fornecem um poderoso estímulo para que estejamos presentes agora, no momento.
Nenhum pensamento conceitual é necessário para conhecer sua existência. Eles
simplesmente são como são. A natureza fundamental de uma árvore, sua
arborização, está ali para que possamos experimentar e perceber diretamente,
não mediados pela cognição.
Elizabeth Monson