sexta-feira, 30 de agosto de 2013

A ignorância não é eterna



 

 Quando falamos da ignorância, nos referimos ao fato de que não estamos conscientes de nossa natureza de Budha. Nos comportamos como um mendigo que segura uma jóia preciosa, mas a joga fora porque não sabe do seu valor. É por causa da ignorância que não acreditamos no carma, nas conseqüências inevitáveis de nossos atos. Congelados pela ignorância, falhamos em reconhecer a vacuidade e persistimos em acreditar na realidade dos fenômenos. Esta crença é a fonte de todas as percepções ilusórias e é a raiz das oitenta e quatro mil emoções negativas.
 
Porém, ao contrário das trevas de uma caverna subterrânea, escondida da luz solar, a ignorância não é eterna. Como qualquer fenômeno, ela pode emergir apenas da vacuidade e não tem existência independente. Uma vez que vocês tenham reconhecido sua verdadeira natureza, a vacuidade, a ignorância se transforma na sabedoria da dimensão absoluta
 
 
Dilgo Khyentse Rinpoche
 

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Ver com absoluta clareza

Quando eu tenho uma perda e sofro pela perda, é porque aquela perda é de uma coisa que eu agreguei a mim mesmo como preciosa, a um “mim” que em ultima análise é a minha noção de “eu”.

Se eu não possuo nada, porque tudo é vazio, então não tenho perdas. Se conseguir ver o vazio completo, não tem porquê ficar triste. Porque é o vazio de todas as coisas se manifestando. Todos nós somos seres de sonhos. Em ultima analise se você vir claramente, você se livra de todo sofrimento. Se você vir parcialmente, você se livra parcialmente do sofrimento. Pra se livrar completamente, tem que ver com absoluta clareza.


Monge Genshô
(em seu blog "O Pico da Montanha é onde estão os meus pés")

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

A mente orfã

No final, as pessoas se tornam neuróticas. Por que? Porque elas não tem entendimento. Elas apenas seguem seus humores e não sabem como cuidar da própria mente. Quando a mente não tem ninguém para cuidar dela, é como uma criança sem pai nem mãe para cuidar dela. Um órfão não tem refúgio e, sem refúgio, ele é bastante inseguro. Da mesma forma, se a mente não receber o devido cuidado, se não houver o treinamento e o amadurecimento com o entendimento correto, ela fica bastante problemática.  
 
Ajahn Chah
 

terça-feira, 27 de agosto de 2013

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Progredir com os problemas

Na via espiritual, os problemas, os sofrimentos e as provações deixam de ser obstáculos para se tornarem uma maneira de progredir e de adotar um recuo para avaliar as situações, não no imediatismo da emoção, mas no longo prazo.
 
Dalai Lama
 

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Se desejamos felicidade

A melhor maneira de cuidar de si mesmo é cuidar do outro. O mérito criado por viver de forma altruísta torna-se a causa de felicidade. Se desejamos felicidade, devemos sempre nos focar nas necessidades dos outros. Se, por outro lado, desejamos sofrimento, devemos pensar apenas em nós mesmos.

Chagdud Tulku Rinpoche
(em "Sementes de Sabedoria")

terça-feira, 20 de agosto de 2013

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

A motivação é o que importa

Na lei da causalidade, a motivação que precede uma ação importa mais que a ação propriamente dita. Pois é a intenção que induz nossa responsabilidade.

Dalai Lama

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Em contato com a dimensão absoluta da realidade

De acordo com o Sutra de Lótus, temos que viver simultaneamente nas dimensões histórica e absoluta da realidade. Devemos viver nossa vida com profundidade, como uma onda, contatando a substância água que existe em nós. Devemos andar, respirar e comer de forma a estar sempre em contato com a dimensão absoluta da realidade. Então transcenderemos a idéia de nascimento e morte, o medo de existir ou não-existir, e avisão da multiplicidade e da unidade.
 
Thich Nhat Hanh
 

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

A realidade de nosso dia a dia

Quanto maior a bondade, maior a experiência de felicidade. Quanto maior a negatividade, maior o sofrimento e a dor. A realidade de nosso dia a dia é o resultado cármico dos pensamentos que tivemos, das palavras que dissemos e das ações que executamos nesta vida e em vidas passadas.

Chagdud Tulku Rinpoche
(em "Sementes de Sabedoria")

terça-feira, 13 de agosto de 2013

A mente em silêncio


Se ouvirmos com a mente em silêncio, a canção de cada pássaro e o vento de cada árvore terão algo a nos dizer.

Thich Nhat Hanh
(em "A Essência dos Ensinamentos de Buda")

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Não se apegar à felicidade

Na realidade, a felicidade é sofrimento disfarçado, mas de uma maneira tão sutil que não podemos ver. Apegarmo-nos à felicidade é o mesmo que nos apegarmos ao sofrimento, isto não vemos. Quando se apega à felicidade é impossível fugir do sofrimento intrínseco a esta. São inseparáveis. Por isso o Buda nos ensinou a conhecer o sofrimento, a vê-lo como inerente à felicidade, são equivalentes. Desta forma, cuidado! Quando aparecer a felicidade, não se contente nem se entusiasme. Quando surgir o sofrimento não se desespere, não perca a cabeça. Observe que ambos valem o mesmo.
 
Ajahn Chah
 

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Reconhecendo o vazio da mente





 

Como o samsara se manifesta? O que quer que percebamos ao nosso redor com nossos cinco sentidos, todos os tipos de sentimentos de relação e repulsão, se formam em nossa mente. Não são as percepções em si que nos mantém no ciclo de existências, mas sim o modo pelo qual reagimos a elas e o modo pelo qual as interpretamos.  
 

O ódio ou a raiva que possamos sentir por alguém não são inerentes àquela pessoa. Eles existem apenas em nossa mente. Assim que vemos o nosso inimigo, nossos pensamentos se fixam na memória do mal que ele fez para nós, em seus ataques presentes e naqueles que poderá fazer no futuro. Nos tornamos irritados a ponto de não sermos mais capazes de suportar o som de seu nome. Quanto mais liberdade nós damos a estes pensamentos, mais a raiva irá nos invadir e, com ela, a vontade irresistível de pegar uma pedra para lhe jogar, ou de um bastão para lhe bater. Deste modo, um simples instante de raiva nos conduz ao paradoxo do ódio. 
 

O ódio parece muito poderoso para vocês, mas de onde ele tira o poder de dominá-los a esse ponto? É uma força externa, com braços e pernas, armas e guerreiros? Ou é uma força interna, que está dentro de vocês? Se esse for o caso, vocês podem identificá-la em seu cérebro, em seu coração, ou em alguma parte de vocês? 
 

Apesar de ser impossível de localizá-lo, o ódio parece ter uma presença muito concreta que tende a amarrar a mente, a solidificá-la, e desse modo a desatrelar todo um processo de sofrimento para vocês e para os outros. Assim como as nuvens que, apesar de serem insubstanciais para suportar o menor peso, podem encobrir o céu e o sol, do mesmo modo os pensamentos podem obscurecer o brilho da consciência iluminada. Reconheçam o vazio da mente, sua transparência, e ela retornará por si mesma ao seu estado natural de liberdade. Reconheçam o vazio do ódio e ele perderá seu poder de fazer o mal. Ele se tornará a sabedoria que é como o espelho. 

 

Dilgo Khyentse Rinpoche

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Tigres acima, tigres abaixo


Uma mulher foge de alguns tigres famintos que a perseguem. Ela corre e corre, e os tigres se aproximam cada vez mais. Chegando à beira de um despenhadeiro, ela avista mais abaixo um galho suspenso, desce, e agarra-se a ele.  Então olha para baixo e nota que outros tigres, também famintos, aguardam sua queda. Para piorar, ela percebe que um rato está roendo o galho no qual ela se agarra. O que fazer?  

Súbito, ela percebe alguns morangos perto dela, ao alcance de sua mão. Ela pega um dos morangos e o põe na boca, fecha os olhos e desfruta profundamente o seu sabor. Estão deliciosos! 

Tigres acima, tigres abaixo...  Na verdade, esta é a realidade na qual nos encontramos sempre. Cada momento é apenas aquilo que é. Este exato momento é o único momento real de nossas vidas, o único morango que devemos saborear.  

Podemos sentirmo-nos deprimidos por causa disso. Ou podemos, simplesmente, apreciar e deliciarmo-nos com a preciosidade de cada momento de nossas vidas.
 

Pema Chodron
 

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Cada momento pode ser o último

Contemplar a aproximação da morte muda as nossas prioridades e nos ajuda a abrir mão do envolvimento obsessivo com as coisas mundanas.
 
Se permanecermos sempre conscientes de que cada momento pode ser o último, intensificaremos nossa prática espiritual para não desperdiçar nem fazer mau uso da oportunidade de termos uma vida humana.
 
Chagdud Tulku Rinpoche
(em "Sementes de Sabedoria")
 

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Caminhando com o Buda

Quando você conseguir tocar a dimensão maior, estará caminhando com o Buda.  A onda não precisa morrer para tornar-se água, porque ela sempre foi água. Viva cada momento de sua vida profundamente, e entre em contato com a dimensão maior quando estiver caminhando, comendo, bebendo ou contemplando a estrela da manhã.
 
Thich Nhat Hanh
(em "A Essência dos Ensinmantos de Buda")
 

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Tudo é um milagre


Gosto de caminhar pelas trilhas do campo, pelas plantações de arroz ladeadas por gramíneas selvagens, pisando conscientemente o solo maravilhoso. Nessas horas, a existência se torna uma realidade miraculosa e misteriosa. Normalmente, as pessoas consideram um milagre caminhar sobre a água ou no ar. Mas eu acho que o verdadeiro milagre é caminhar no chão. Todos os dias nos envolvemos em milagres que sequer reconhecemos: o céu azul, as nuvens brancas, as folhas verdes, os olhos negros e curiosos de uma criança - nossos próprios olhos. Tudo é um milagre.

Thich Nhat Hahn

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Formações mentais

 
Todas as formações mentais estão latentes, sob a forma de sementes, na nossa consciência armazenadora. Algo feito por alguém faz regar a semente da agitação, e a agitação se manifesta em nossa consciência mental. Por isso, cada formação mental que surgir precisa ser reconhecida. Caso ela seja uma formação saudável, a atenção plena a cultivará. Se não for saudável, a atenção plena encorajará o seu retorno para nossa consciência armazenadora, para que permaneça ali, adormecida.
 
Thich Nhat Hanh
 

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

A atenção plena é o Buda

Sentar e observar a respiração é uma prática maravilhosa, mas não é o bastante. Para que a transformação ocorra, temos que praticar a atenção plena durante todo o dia, e não apenas na nossa almofada de meditação.
 
A atenção plena é o Buda. Da mesma forma que a vegetação é sensível à luz do sol, as formações mentais são sensíveis à atenção plena. Atenção plena é a energia que pode acolher e transformar todas as formações mentais. Ela nos ajuda a abandonar as percepções "invertidas" e nos desperta para o que realmente está acontecendo.
 
Thich Nhat Hanh
(em "A Essência dos Ensinamentos de Buda")