sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Cada passo é minha casa



Mas não me pergunte aonde eu estou indo,
Pois eu viajo por esse mundo ilimitado,
Onde cada passo que eu dou é minha casa.


Dogen Zenji

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Unidade



Aquele que experimenta a unidade da vida vê a si próprio em todos os seres, e todos os seres em si próprio, vendo tudo com um olhar imparcial.

Buda

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Comprometimento com a prática

No Dharma, não podemos nos limitar a uma mera compreensão intelectual. O comprometimento com a prática é indispensável. Para progredir, precisamos começar a praticar verdadeiramente.

Os grandes praticantes do passado alcançaram rapidamente a iluminação porque abandonaram completamente os assuntos mundanos. A prática do Dharma tornou-se a coisa mais importante em suas vidas; eles estavam plenamente convencidos da futilidade das coisas do mundo. Por isso, alguns deles se iluminaram em apenas uma vida. Eles não praticavam buscando alcançar somente calma e estados mentais pacíficos, ou para sentirem-se confortáveis nessa vida. Eles estavam comprometidos com algo muito mais fundamental: a libertação do ciclo de existência e morte. Após refletir cuidadosamente sobre a natureza real das experiências nesse mundo condicionado, tornaram-se plenamente convencidos que essa mesma existência condicionada é permeada de sofrimento, e por isso abandonaram definitivamente a luta por uma suposta felicidade mundana. Para eles, o que está além dessa vida tornou-se mais importante do que seus elementos triviais. Por isso, tomaram a decisão irrevogável de concentrar-se no que está além de qualquer mudança: a inalterável natureza da mente, que é a fonte da verdadeira felicidade.

Lama Gendun Rinpoche
(em “Heart Advice of a Mahamudra Master”)

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Cada um vivencia um mundo

A variedade de misturas cármicas de felicidade e sofrimento é tão vasta como o número de seres que as vivenciam. Como cada ação individual gera sua consequência individual correspondente, o que cada um de nós vivencia é um assunto muito pessoal. Por isso, as diferentes pessoas vivem diferentes experiências pessoais, únicas, mesmo em circunstâncias externas semelhantes. Cada um vivencia um mundo diferente.

Lama Gendun Rinpoche
(em “Heart Advice of a Mahamudra Master”)

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Realidades imaginárias

Mahamati, as características únicas e aquelas compartilhadas em cada fenômeno devem-se às energias-de-hábito criadas pela mente, que com suas percepções errôneas apega-se continuamente às ilusões, deixando assim de usufruir a vida real. Além disso, a realidade imaginária surge do apego a uma realidade dependente de causas, assim como um ilusionista que finge evocar o surgimento de diversos fenômenos os quais são ilusórios. 

De maneira idêntica, Mahamati, as infinitas projeções da realidade imaginária têm origem numa realidade que é sempre dependente de causas. O surgimento dessas infinitas projeções deve-se à energia-de-hábito. É assim, Mahamati, que as realidades imaginárias surgem.

Mahamati, o que Buda faz é apresentar o estado que transcende as realidades imaginárias criadas pela mente e que é atingido quando se alcança a iluminação.

Buda
(baseado no Lankavatara-Sutra)

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

O que somos



Tudo o que somos é o resultado daquilo que pensamos,
está baseado em nossos pensamentos,
é feito dos nossos pensamentos,
Se um homem fala ou age com pensamento puro,
a felicidade o segue como uma sombra que nunca o abandona.


Buda



quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

A mente prende e a mente liberta

A mente pode libertar a mente. E é a mente quem prejudica a si própria, dizendo “Isso não pode ser feito.” O que o faz pensar assim são os pensamentos que você acumulou no passado. São esses pensamentos, acumulados em você por eras e eras, que dão origem ao que chamamos máculas e ilusões. Esses pensamentos acumularam-se e eventualmente manifestam-se de acordo com as circunstâncias. Então, como então livrar-se desses pensamentos? Se você simplesmente ignorá-los, tudo ficará bem. Você é capaz de fazer isso.

Daehaeng Sunim
(em “Wake Up and Laugh”)

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Eleve suas palavras


 “Eleve suas palavras, não a sua voz.
É a chuva quem semeia as flores, não o trovão.”

                                                                           (Rumi)

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Bolhas

Quando o apego aos sentidos existe, o sofrimento está presente. Mas uma vez que se entenda que os sentidos são essencialmente vazios, onde poderia o sofrimento se instalar?

Por exemplo, quando o vento sopra sobre as águas, surgem bolhas. Enquanto estão como bolhas, não se vêem como água. Mas quando as bolhas se desfazem e elas voltam a ser água, não são mais bolhas. Nesse caso, as bolhas representam os seres e a água representa a natureza búdica (que é nossa essência comum).


Hui-chung, monge Chan chinês
(citado por Red Pine em “The Heart Sutra”)

A força das intenções

O pré-requisito para um futuro livre e feliz é aprender com nossos erros passados e evitar repeti-los no futuro. Para isso devemos renunciar à agir negativamente sob quaisquer circunstâncias – mesmo ao custo de nossas vidas.  Não precisamos realizar nada especial para isso, como fugir da vida comum ou mortificar nosso corpo; precisamos somente controlar nossa mente. Mudamos nossas condutas quando mudamos nossas intenções. A intenção é a força por trás de todas as ações. É daí que devemos começar.

Lama Gendun Rinpoche
(em “Heart Advice of a Mahamudra Master”)

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

A mente deve ser como um espelho

A mente deve ser como um espelho, refletindo as coisas, mas sem julgá-las ou retê-las. As concepções por elas mesmas não têm substância, deixe-as surgirem e irem embora livremente.


Ashvaghosha

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Buda é a mente

Quando você sabe que a consciência de Buda está dentro de você e não a procura externamente, então a mente em si é Buda, e Buda é a mente. Quando a mente está clara, você percebe Buda e compreende a mente que percebe. A mente não está à parte de Buda; Buda não está à parte da mente.


Shan-hui

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Huang Po: Descubra a real natureza da Mente

O que é o Buda?

Huang Po: A Mente é o Buda, e a cessação do pensamento conceitual é o Caminho. Se você parar de criar conceitos e pensamentos sobre existência e não-existência, alto e baixo, eu e o outro, atividade e passividade, e assim por diante, você descobrirá que sua Mente é intrinsecamente o Buda, que o Buda é intrinsecamente a Mente, e que a Mente assemelha-se a um vácuo. Buscar qualquer outra verdade além dessa só o levará à dor. Mesmo que pratique por inúmeras vidas, tentando toda sorte de técnicas e práticas em busca da Iluminação, ainda assim estará apenas distanciando-se ainda mais de sua meta.

Pois buscar e praticar ainda assim gera carma, e quando o bom carma produzido tiver se extinguido, você tornará a nascer de novo no mundo dos fenômenos. Apenas descubra a real natureza de sua Mente, onde não há eu e outro, e você de fato se tornará um Buda.

Huang Po
(em ¨The Zen Teaching of Huang Po")

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Ligado a tudo

Se você descobrir seu potencial e acreditar em sua essência original, sabendo que toda energia origina-se dessa essência; e se depositar essa compreensão em sua prática diária, verá que você está ligado a tudo no universo. Tudo é assunto seu, tudo é seu corpo, todas as dores são suas, todos são sua família. Assim, nada pode ser tratado descuidadamente.

Quem cultiva a mente não pode ser desatento com nada, pois seu ser está ligado a tudo e comunica-se com tudo no universo: budas, bodhisattvas, até simples insetos. Se alcançar esse estágio, você será um só com tudo o mais. Quando comunica-se com tudo dessa maneira, mesmo numa situação de vida ou morte, você será um com tudo, e “mãos invisíveis” o ajudarão. Nesse estágio o mundo inteiro terá se tornado o Reino de Buda.

Daehaeng Sunim
(em “Wake Up and Laugh”)

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Sem mente, sem problemas



Nossa mente é como um copo de água límpida. Se você derramar sal na água, ela se tornará salgada; se puser açucar, ficará doce; se jogar fezes, ela será água com fezes.

Mas originariamente a água é límpida, pura.

Sem pensamentos, sem mente.

Sem mente, sem problemas.


Zen Master Seung Sahn

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Maravilhoso!

Não existe um reino de Buda
nem o universo;
Não existem as diversas formas de vida
nem as estações;
Não há oriente e ou ocidente,
nem vazio e não-vazio.

Não há lugar sem vento, água,
e botões de flores.
Não há lugar que não seja vibrante e vivo.

As montanhas que surgiram antes
e as montanhas que surgirão,
transformam-se e manifestam-se,
surgem e partem livremente 
                                  sem se mover.

Os pés seguem sendo pés
e as mãos seguem sendo mãos.

Maravilhoso!
Maravilhoso!

Daehaeng Sunim
(em “Wake Up and Laugh”)

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

O que abandonar

Não criar pensamentos conceituais é Zen. Uma vez que você saiba disso, caminhar, parar, sentar ou deitar, tudo que você faça é Zen. Saber que o que a mente produz é vazio é ver o Buda. Os Budas não possuem mente conceituais.

Abandonar a si mesmo sem arrependimentos é a suprema caridade. Transcender movimento e quietude é a mais sublime meditação. Os mortais seguem em movimento incessante, os santos preferem a quietude. Mas a meditação mais elevada excede a ambas.

Usar a mente para enxergar a realidade é ilusão. Não usá-la na busca da realidade é consciência. Livrar-se do poder escravizador das palavras é libertação. Permanecer imaculado diante do pó das sensações é praticar o Dharma. Transcender vida e morte é abandonar falsas seguranças. Não precisar passar por novas existências é completar o Caminho. Não criar ilusões é iluminação. Não prender-se à ignorância é sabedoria. Não ter aflições é o Nirvana. E não criar ilusões na mente é ter atingido a outra margem.

Bodhidharma
(em “The Zen Teaching of Bodhidharma”)

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Todos os caminhos e direções estão abertos

A razão pela qual você sofre não se deve a algum carma ruim criado em vidas passadas. Você sofre porque não conhece a Realidade. “Eu sou o mestre de minha  vida e posso lidar com tudo!”, não são apenas palavras. Você deve sinceramente confiar que sua essência original, que é seu mestre interior, pode cuidar de qualquer situação, confiando que o resultado que vier será o melhor.

A maioria das pessoas não consegue imaginar o poder que há em suas mentes originais, sua verdadeira natureza. Como a mente não tem limites e nem é separada de nada, pode alcançar tudo, ainda que seja além da Terra e do Universo.

Não é pelo fato da montanha ser muito alta que sua mente não consegue ultrapassá-la. E não é devido à profundidade dos mares que não consegue atravessá-los. As montanhas de prata e os muros de ferro são espessos, mas não é por isso que sua mente não penetra neles. É a maneira como você usa sua mente que limita e bloqueia você. Todos os caminhos e direções estão abertos! Deixe que sua mente tome o Caminho ensinado por Buda! Deixe sua mente aprender a usar os mundos visível e invisível.

Daehaeng Sunim
(em “Wake Up and Laugh”)