No Dharma, não podemos nos limitar a uma mera compreensão
intelectual. O comprometimento com a prática é indispensável. Para progredir,
precisamos começar a praticar verdadeiramente.
Os grandes praticantes do passado alcançaram rapidamente a
iluminação porque abandonaram completamente os assuntos mundanos. A prática do
Dharma tornou-se a coisa mais importante em suas vidas; eles estavam plenamente
convencidos da futilidade das coisas do mundo. Por isso, alguns deles se
iluminaram em apenas uma vida. Eles não praticavam buscando alcançar somente
calma e estados mentais pacíficos, ou para sentirem-se confortáveis nessa vida.
Eles estavam comprometidos com algo muito mais fundamental: a libertação do
ciclo de existência e morte. Após refletir cuidadosamente sobre a natureza real
das experiências nesse mundo condicionado, tornaram-se plenamente convencidos
que essa mesma existência condicionada é permeada de sofrimento, e por isso abandonaram
definitivamente a luta por uma suposta felicidade mundana. Para eles, o que
está além dessa vida tornou-se mais importante do que seus elementos triviais. Por
isso, tomaram a decisão irrevogável de concentrar-se no que está além de qualquer
mudança: a inalterável natureza da mente, que é a fonte da verdadeira felicidade.
Lama Gendun Rinpoche
(em “Heart Advice of a Mahamudra Master”)
(em “Heart Advice of a Mahamudra Master”)