terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

O que abandonar

Não criar pensamentos conceituais é Zen. Uma vez que você saiba disso, caminhar, parar, sentar ou deitar, tudo que você faça é Zen. Saber que o que a mente produz é vazio é ver o Buda. Os Budas não possuem mente conceituais.

Abandonar a si mesmo sem arrependimentos é a suprema caridade. Transcender movimento e quietude é a mais sublime meditação. Os mortais seguem em movimento incessante, os santos preferem a quietude. Mas a meditação mais elevada excede a ambas.

Usar a mente para enxergar a realidade é ilusão. Não usá-la na busca da realidade é consciência. Livrar-se do poder escravizador das palavras é libertação. Permanecer imaculado diante do pó das sensações é praticar o Dharma. Transcender vida e morte é abandonar falsas seguranças. Não precisar passar por novas existências é completar o Caminho. Não criar ilusões é iluminação. Não prender-se à ignorância é sabedoria. Não ter aflições é o Nirvana. E não criar ilusões na mente é ter atingido a outra margem.

Bodhidharma
(em “The Zen Teaching of Bodhidharma”)

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