Quando seu ego ilusório e sempre mutável morre, você consegue realizar a verdadeira natureza permanente, o imutável Self de Buda! Somente as aparências mudam. A realidade subjacente a tudo não muda jamais!
Eu queria que meu ego se desvanecesse
como o daquele Bhramim. Eu queria refugiar-me em meu Self de Buda. Levantei-me
e fui para o templo. Prostrei-me diante do altar. De repente tudo parecia
extremamente claro para mim.
Quando me dirigi á saída, parei nos
degraus e olhei maravilhado para o pátio. Um vento forte havia começado a
soprar espalhando folhas das árvores ao redor. Havia centenas delas no ar.
Apesar disso, elas moviam-se lentamente... Simplesmente ali, suspensas no ar...
E tudo em volta estava tão sereno...
Finalmente eu havia visto algo com meus
olhos de Buda! Compreendi que o ego se
move continuamente, como uma corrente de ar ou de água. Mas o que vemos é na
realidade estável, uma matrix no qual todas coisas pulsam, surgindo e
desaparecendo continuamente.
Agora eu compreendia! Meu ego havia
decidido que uma certa porção da matéria era folha de árvore; depois meu ego
decidiu encadear séries de imagens e chamar essas séries de movimento: folhas
ao vento.
Na realidade, não havia um eu nos
degraus do templo. Não havia nem mesmo degraus. Não havia vento, ou folhas ao
vento. Meu ego havia criado limites para tudo, na matéria, no tempo, e deu às
coisas nome e forma. Mas a Realidade, sem a interferência de meu ego, não
possui conceitos, não tem forma definida e não está presa à corrente do tempo!
Agora eu sabia. Nada nasce e nada pode
morrer. Tudo simplesmente é.
Han Shan
(em "The Autobiography of Han Shan")
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