A
única maneira de escapar de onde estamos metidos é mudar nossa mente. Mudando a
mente, muda tudo. Parece que a pessoa não teve escolha, mas teve no passado,
não acontece nada conosco que não mereçamos. Nada. Tudo que acontece, merecemos
de alguma forma, no mínimo, por termos nascido neste mundo, por termos
escolhido esse mundo, essas casualidades, guerras, terremotos, ódio, egoísmo.
Mas porque escolhemos esse
mundo? Porque nos sentimos atraídos por ele. É a mesma coisa que acontece com
as pessoas na cidade. A pessoa chega em uma cidade e pode fazer o que quiser,
várias coisas. Ela chega à essa cidade desconhecida, pode se sentir atraído a
entrar numa igreja, museu, parque, mas também pode perguntar “onde tem um
boteco que eu possa beber?” As escolhas são dele. Ele vai para o lugar onde se
sente atraído. Nosso carma se sente atraído para se manifestar num mundo em
particular, numa família em particular, um país em particular, onde existam as
condições parecidas com aquilo que nos atrai, que sempre nos atraiu, com corpo
e impulsos daquilo que já nos atraiu. Estamos presos aos nossos impulsos e não
conseguimos escapar. Então a vida que vivemos é construída por nós mesmos e
quando dizemos, “não teve escolha”, sim, teve, talvez não agora, agora parece
uma grande injustiça, mas existe uma causa passada, porque não existe efeito
sem causa. Quando algo cai no chão podemos dizer que nada criou a condição para
que ela caísse? Todos os efeitos têm causa, mesmo os que parecem injustos.
Monge Genshô
(em seu blog "O Pico da Montanha é onde estão os meus pés")
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