As crianças às vezes me perguntam: “Por que você medita?” Eu medito
porque eu amo isso. Mas eu não amo apenas a meditação sentada, eu também amo
meditar enquanto ando ou mesmo em pé. Suponha que na hora da refeição você
precise ficar na fila, esperando sua vez de comprar ou servir alguma comida.
Você pode aproveitar a oportunidade para praticar a respiração consciente,
atento a sua inspiração e expiração, desfrutando de si mesmo e da presença das
pessoas ao seu redor. Com a energia da atenção plena, cada ação em nossa vida
diária pode se tornar prazerosa.
Eu pratico esta lição todos os dias. Um dia, quando eu era um monge
noviço, meu professor me pediu para fazer algo por ele. Eu estava muito animado
para ajudar, porque amava muito meu professor. Então eu corri para fazê-lo. Mas
por estar tão animado, eu não fui atento o suficiente e bati a porta ao sair.
Meu professor me chamou de volta e disse:
“Meu filho. Por favor, saia e feche a porta novamente. Mas desta vez,
faça-o melhor do que antes.”
Ouvindo suas palavras, eu sabia que minha prática fora desleixada.
Então me curvei ao meu professor e caminhei até a porta com todo o meu ser,
cada passo com atenção plena. Saí e, com muita atenção, fechei a porta atrás de
mim. Meu professor não teve que falar uma segunda vez. Agora, toda vez que abro
e fecho uma porta, faço isso com atenção plena, lembrando do meu professor.
Muitos anos depois, eu estava em Kentucky com Thomas Merton, o monge
trapista, e contei-lhe essa história. Ele disse:
“Bem, eu notei isso sem você me dizer; eu vi o jeito que você fecha a
porta.”
Thich
Nhat Hanh
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