quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Dalai Lama: compaixão e força


Enquanto eu me acomodava ao lado do Dalai Lama, sentia na sua postura e na sua linguagem corporal o poder de um líder. Eu me lembrava da firmeza e do carinho com que segurara a minha mão na primeira vez que nos vimos. Sua bondade não diminuía em nada o seu poder, um lembrete valioso de que a compaixão é uma característica de força, não de fraqueza, um ponto no qual eles insistiram no decorrer de nossas conversas.

Quando o Dalai Lama o cumprimenta, ele pega a sua mão e a acaricia carinhosamente, como um avô talvez. Ele olha nos seus olhos e sente profundamente o que você está sentindo, e toca a sua testa com a dele. Seja qual for o sentimento no seu coração e refletido na expressão do seu rosto, seja euforia ou aflição, ela espelha a expressão do próprio rosto. Mas quando ele se encontra com outra pessoa, essas emoções se foram e ele está completamente disponível para o próximo encontro e o próximo momento. Talvez seja isso que chamam de estar totalmente no presente, disponível a cada instante e para cada pessoa com quem nos encontramos, livres de lembranças do passado que remoemos, nem atraídos pelas preocupações com o futuro.


Dalai Lama
(em “Contentamento”)



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