Esse ser humano chamado “eu” não vive somente dentro desse
saco de pele e ossos. Independentemente do seu nível de percepção e consciência,
o ser humano vive dentro de um continuum
do Universo, que está em permanente movimento. Isso não vale somente para nós, mas para tudo
o que existe no Universo. O eu mesquinho surge quando acreditamos que somos
apenas esse tecido vivo dentro de um saco de pele e tentamos agir em função
disso, desvinculados do Universo.
Mas, na realidade, mesmo um pequeno mal-estar que passe a
ser motivo de reclamações contumazes faz parte de uma pulsação que preenche
todo o Universo, assim como o clima do dia faz parte do clima da região e a maré
é a consequência das forças gravitacionais dos astros celestiais. Chamamos de
nosso verdadeiro eu aquele que harmoniza a si mesmo com as vibrações do Universo,
rompendo as cascas do ego, sempre vigiando e cuidado do “eu” menor e egocêntrico
a partir de um ponto de vista mais elevado, amplo e universal. E é nesse “nosso
verdadeiro eu” que Buda nos ensina a depositar nossa fé e confiança – ele é nossa
ilha de refúgio.
Shundo Aoyama Roshi
(em “A Coisa Mais Preciosa da Vida”)
(em “A Coisa Mais Preciosa da Vida”)
Nenhum comentário:
Postar um comentário