Esse apego a um ego onde não há ego, esse apego a um eu onde
não há eu é bem sem sentido. Nossa mente é apenas um viajante, uma consciência
que já nasceu antes como um deus ou qualquer coisa.
Se pensarmos sobre a origem deste nosso corpo, as atos
positivos e negativos que executamos em nossas vidas anteriores são a causa
principal; e a condição adicional é a consciência se inserindo entre o esperma
e óvulo de nossos pais.
Então, esta mente é a mente de outro, e este corpo é o
corpo de outros; e, ainda assim, concebemos isso como sendo “eu”.
Desde um tempo sem início nos habituamos a conceber este
“eu” como algo existindo no passado, no presente e no futuro. Por causa disso
tentamos conseguir para nós ganho, elogios, boa reputação e fama — os quatro
aspectos vantajosos das oito preocupações mundanas* — reservando todo ganho e
vitória para nós mesmos.
Deixamos toda perda e derrota para os outros. Dirigimos a
perda, crítica, infâmia e obscuridade — os quatro aspectos desvantajosos das
oito preocupações mundanas — aos outros. Como resultado desse erro, temos
vagado pelo samsara até o presente.
Khenpo Ngawang Pelzang
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