terça-feira, 16 de setembro de 2014

Apego ao eu onde não há eu


Esse apego a um ego onde não há ego, esse apego a um eu onde não há eu é bem sem sentido. Nossa mente é apenas um viajante, uma consciência que já nasceu antes como um deus ou qualquer coisa.

Se pensarmos sobre a origem deste nosso corpo, as atos positivos e negativos que executamos em nossas vidas anteriores são a causa principal; e a condição adicional é a consciência se inserindo entre o esperma e óvulo de nossos pais.

Então, esta mente é a mente de outro, e este corpo é o corpo de outros; e, ainda assim, concebemos isso como sendo “eu”.

Desde um tempo sem início nos habituamos a conceber este “eu” como algo existindo no passado, no presente e no futuro. Por causa disso tentamos conseguir para nós ganho, elogios, boa reputação e fama — os quatro aspectos vantajosos das oito preocupações mundanas* — reservando todo ganho e vitória para nós mesmos.

Deixamos toda perda e derrota para os outros. Dirigimos a perda, crítica, infâmia e obscuridade — os quatro aspectos desvantajosos das oito preocupações mundanas — aos outros. Como resultado desse erro, temos vagado pelo samsara até o presente.


Khenpo Ngawang Pelzang

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