Que maravilhoso é viver nesta unidade, sem mudanças,
mas ao mesmo tempo ver que as coisas condicionadas mudam momento a momento.
Quando chegamos em Porto Alegre, alguém me perguntou: “É sua primeira vez em
Porto Alegre?”, respondi, “Sim”, mas eu estava rindo dentro de minha mente
porque tudo é a primeira vez, sempre, tudo é a primeira vez. Isso significa que
não se pode comparar nada. Nossa vida é uma flor de um caleidoscópio, e em um
caleidoscópio muitas flores aparecem quando nós o rodamos, assim como eu gosto
dessa flor antes de girar, isso é uma delusão de minha atividade mental,
comparando o passado com a nova flor que aparece. É impossível pôr passado e
futuro na mesma mesa, porque toda experiência surge pela primeira vez e não
pode ser comparada com o passado, tudo é a primeira vez.
Nesta unidade além da delusão e da iluminação é que nossa
vida existe. Cada
momento é tão fresco, nunca voltará de novo na história de todo o universo,
cada coisa, um momento. Nossa vida existe nessa vacuidade, nessa sacralidade.
Assim, com essa verdade é que Shakyamuni disse: “quero salvar todos os seres
mas não posso encontrá-los”, porque vocês são o mesmo que Shakyamuni Buda,
parabéns. "
Saikawa Roshi
(postado pelo Monge Genshô em seu blog "O Pico da Montanha é onde estão os meus pés")
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