O budismo tibetano
chama de rigpa a verdadeira natureza da nossa mente. É o estado de pura
consciência. É a sabedoria que existe para além de todas as limitações e
através da qual conseguimos conhecer tudo.
O que vemos agora é o
reflexo da nossa ignorância. Escapa-nos sempre alguma coisa e, por isso, temos
sempre uma visão errada. Isto nos causa grande sofrimento. Vemos tudo através
da lente da mente conceitual, que lança sempre uma sombra e tem muitas
limitações. Não conseguimos ver através dessa lente, e consequentemente não
conseguimos ver a nossa verdadeira natureza. Precisamos ir mais fundo,
mergulhar na parte mais profunda do oceano. Quando lá chegarmos, saberemos e
veremos tudo sem pensar. Esta é a percepção direta, como quando observamos com
os olhos. Os olhos nunca pensam. Veem todas as coisas ao mesmo tempo.
Esta prática não
integra técnicas nem conceitos e nem meditação. Ao praticar rigpa,
deixamos simplesmente tudo como está e observamos. A mente é como água. Quando
está parada, torna-se naturalmente límpida. Quando deixamos tudo tal como está,
sem julgamentos ou reações e simplesmente presenciamos o que existe, começamos
a reconhecer a natureza da mente. Não fazer nada e deixar tudo como está é o
mais difícil! Usamos nossa mente para observar a nossa mente. É assim que
conseguimos conhecer-nos profundamente. Quando conhecemos a mente, conhecemos
tudo.
anônimo
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