sábado, 5 de janeiro de 2019


Em seu primeiro ensinamento após a iluminação, o Buda disse: “Existe sofrimento”. Às vezes interpretamos isso erroneamente, como se dissesse que estamos condenados a sofrer. Eu tomo as palavras do Buda como um convite para praticar a não-violência em relação a meus mundos interno e externo. Com essa afirmação simples porém poderosa, o Buda sugere que o sofrimento não é algo que possamos consertar, ignorar ou descartar. Ao invés disso, ele afirma que a prática gera a habilidade de tornar-se grande o suficiente para incluir tanto a dor quanto a beleza da condição humana – não apenas a nossa própria, mas também a dos outros.

Nossa habilidade de testemunhar o sofrimento sem tentar afastá-lo ou sentir-se soterrado por ele está ligada à liberação. No que consiste a experiência, antes de tentarmos fugir dela, subjugá-la ou manipulá-la? Essa é a questão para os praticantes.

A transição de “eu estou sofrendo” para “existe sofrimento” permite que a dor da condição humana nos toque e libere nossa compaixão e sabedoria mais profundas


Elizabeth Mattis Namgyel


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