Em seu primeiro
ensinamento após a iluminação, o Buda disse: “Existe sofrimento”. Às vezes interpretamos
isso erroneamente, como se dissesse que estamos condenados a sofrer. Eu tomo as
palavras do Buda como um convite para praticar a não-violência em relação a meus
mundos interno e externo. Com essa afirmação simples porém poderosa, o Buda
sugere que o sofrimento não é algo que possamos consertar, ignorar ou
descartar. Ao invés disso, ele afirma que a prática gera a habilidade de
tornar-se grande o suficiente para incluir tanto a dor quanto a beleza da
condição humana – não apenas a nossa própria, mas também a dos outros.
Nossa habilidade de
testemunhar o sofrimento sem tentar afastá-lo ou sentir-se soterrado por ele
está ligada à liberação. No que consiste a experiência, antes de tentarmos
fugir dela, subjugá-la ou manipulá-la? Essa é a questão para os praticantes.
A transição de “eu estou
sofrendo” para “existe sofrimento” permite que a dor da condição humana nos
toque e libere nossa compaixão e sabedoria mais profundas
Elizabeth Mattis Namgyel
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