sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Uma Constante Revelação - Jiddu Khrishnamurti


Como o mergulhador desce fundo no mar,
Pela pérola,
Arriscando sua vida na busca do transitório,
Deves tu mergulhar profundamente dentro de ti mesmo,
Na busca da eternidade.

Como o alpinista aventureiro que escala para conquistar,
Assim tu deves subir até aquela altura vertiginosa,
De onde todas as coisas são vistas em suas verdadeiras proporções.

Como o lótus que, rompendo o lodo, ao céu se eleva
Assim tu deves colocar de lado todas as coisas transitórias
Se queres descobrir esse reino de felicidade.

Como a árvore majestosa cuja força depende de suas raízes ocultas
E brinca com os vendavais que passam,
Assim tu deves assentar tua força oculta profundamente em ti mesmo,
E brincar com o mundo que passa.

Como a corrente de água rápida conhece sua fonte,
Assim tu deves conhecer teu próprio ser.

Como o manso lago azul cuja profundidade nenhum homem conhece,
Assim deve tua profundidade ser insondável.

Como os mares contêm um sem-número de coisas vivas,
Assim estão em ti os segredos escondidos dos mundos.

Como na encosta da montanha, nas várias altitudes, diferentes flores crescem,
Assim em ti existem gradações de beleza.

Como a terra é cheia de tesouros escondidos que o homem jamais viu,
Assim em ti há segredos ocultos, desconhecidos de ti mesmo.

Como os ventos possuem uma força imensa e inesgotável,
Assim em ti se encontra uma grande e invencível energia.

Como os cumes das montanhas dançam à luz do sol,
Assim tu deves dançar à luz do conhecimento de ti mesmo.

Como existe uma visão que sempre vai mudando na trilha tortuosa da montanha,
Assim em ti há uma constante revelação.

Como a estrela distante que cintila na noite escura,
Assim é aquele que descobriu a si mesmo.

Jiddu Krishnamurti
(em “A Busca”)

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