quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Uma mente clara e profunda



Estar realmente só, não com as memórias e problemas de ontem, mas estar só e feliz, estar só sem qualquer compulsão exterior ou interior, é deixar a mente ser intocada. Estar só.

Você deve ter uma mente clara, uma mente livre, destravada: isso é essencial, você não pode ter uma mente clara, penetrante, se existe qualquer tipo de medo. O medo obstrui a mente. Se a mente não se defronta com os seus próprios problemas, criados por ela própria, não é uma mente clara, profunda. Defrontar-se com as próprias peculiaridades, estar atento a seus impulsos, profundamente, interiormente, admitir tudo isso sem qualquer resistência, é ter uma mente profunda e clara. Então só assim pode haver uma mente sutil, e não simplesmente uma mente afiada. Uma mente sutil é uma mente vagarosa, hesitante; não uma mente que julga, conclui ou faz fórmulas. Essa sutileza é essencial. A mente deve saber escutar e esperar. Brincar com o profundo. Isso não é para se ter no final, mas essa qualidade da mente é para estar lá desde o começo. Você pode tê-la, dê a ela uma completa e profunda chance de florescer.

Jiddu Krishnamurti
(em “Cartas a Uma Jovem Amiga”)

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