domingo, 9 de agosto de 2015

Nós somos os responsáveis




Os sofrimentos pelos quais aparentemente não somos responsáveis – as dores que os outros nos causam, as doenças, os desastres naturais – não referem-se a desígnios divinos ou a um destino inevitável, e mesmo nem ao puro acaso. Eles são frutos de nossos próprios atos. Isso pode parecer desconcertante para um ocidental, especialmente quando pensamos em um inocente que sofre ou nas pessoas de bem cujas vidas são uma sucessão de tragédias.

O que precisamos entender é que, de acordo com o Budismo, cada ser é o resultado de um complexo conjunto de causas e condições, boas e más sementes geradas no passado, e é essa combinação de múltiplos fatores que se desenrolam gradualmente, cada um a seu tempo, no curso de nossas vidas. Ter consciência disso já nos torna mais responsáveis por nossas atitudes. Nos permite, por exemplo, evitar ferir aos outros por coisas desagradáveis que ocorrem conosco.

Nós sempre podemos fazer o melhor em qualquer situação, seja ela qual for. E somos nós quem decidimos o que devemos fazer ou não no sentido de lançar os alicerces para a nossa futura felicidade e parar de gerar sofrimento para nós mesmos.

Matthieu Ricard
(em “On The Path of Enlightenment: Heart Advices from The Great Tibetan Masters”)

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