quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Ryokan, um autêntico mestre Zen




Sua pequenina cabana ficava nas montanhas e frequentemente ele ia às aldeias vizinhas brincar com as crianças, beber saquê com camponeses ou visitar amigos. Dormia quando queria, bebia à vontade e era comum que participasse das festas que ocorriam no verão. Mendigava as poucas coisas simples que precisava, e caso recebesse a mais, passava adiante. Nunca guardava nada. Jamais fazia sermões ou exortava alguém, mas sua vida exalava pureza e alegria. Ele próprio era um sermão vivo.

Respeitava a todos e reverenciava aqueles que trabalhavam, em especial os agricultores. Seu amor pelas crianças e flores é conhecido entre os japoneses. Era comum ele passar um dia inteiro brincando com crianças ou admirando as flores, esquecendo-se completamente de esmolar. Se alguém o convidasse para uma partida de go ou pedisse para recitar um de seus poemas, atendia de bom grado. Estava sempre sorrindo, e aqueles a quem visitava diziam que “era como se a primavera houvesse surgido em meio a um escuro e frio dia de inverno”.


(John Stevens a respeito de Ryokan, em “One Robe One Bowl”)

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