Sua pequenina cabana ficava nas
montanhas e frequentemente ele ia às aldeias vizinhas brincar com as crianças,
beber saquê com camponeses ou visitar amigos. Dormia quando queria, bebia à
vontade e era comum que participasse das festas que ocorriam no verão. Mendigava
as poucas coisas simples que precisava, e caso recebesse a mais, passava
adiante. Nunca guardava nada. Jamais fazia sermões ou exortava alguém, mas sua
vida exalava pureza e alegria. Ele próprio era um sermão vivo.
Respeitava a todos e reverenciava aqueles
que trabalhavam, em especial os agricultores. Seu amor pelas crianças e flores
é conhecido entre os japoneses. Era comum ele passar um dia inteiro
brincando com crianças ou admirando as flores, esquecendo-se completamente de
esmolar. Se alguém o convidasse para uma partida de go ou pedisse para recitar um de seus poemas, atendia de
bom grado. Estava sempre sorrindo, e aqueles a quem visitava diziam que “era
como se a primavera houvesse surgido em meio a um escuro e frio dia de
inverno”.
(John Stevens a respeito de Ryokan, em “One Robe One Bowl”)
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