Ao sentar-se para meditar, diga: "Isso não é da minha conta!" a cada pensamento que surgir.
Ajahn Chah
Nos meus 20 anos, quando era um artista iniciante à procura de um guia espiritual, li os poemas e ensaios de Dogen, que me deixaram impressionado. Aqui está a passagem que mais me inspirou: "Nascimento (vida) é como andar de barco. Você levanta as velas e voga com o remo. Apesar de você remar, o barco lhe permite navegar e sem o barco você não poderia navegar. Mas você anda no barco e seu andar faz o barco ser o que é. Investigue um momento como esse. Em tal momento, não há nada a não ser o mundo do barco. O céu, a água, e a margem são todos o mundo do barco."
Kazuaki Tanahashi
Dogen, um mestre Zen do século XIII, disse: “Milagres são praticados três mil vezes pela manhã e oitocentas vezes ao entardecer.”
Dogen não considerava milagres como fenômenos mágicos ou sobrenaturais que podiam ser invocados por rituais ou preces. De acordo com ele, milagres são tais atividades diárias como buscar água e carregar lenha.
Kazuaki Tanahashi
Quando eu tenho um problema, quando tenho tristeza, me aproximo do Thay. Ele me escuta, então pega minha mão e nós andamos no jardim. Ele mostra a beleza: "Ouça o som do riacho, veja o bambu, o céu azul, a flor". Ir além da rede de nosso pensamento e tocar a Dimensão Última são os ensinamentos essenciais da prática Zen. Tocar a vida profundamente no aqui e agora.
Thay Phap An
Você sabe que um bebê precisa ficar doente um determinado número de vezes para adquirir a imunidade de que necessita. Ao sofrer, você também sabe que irá sobreviver, porque já desenvolveu anticorpos. Não se preocupe. "Saúde perfeita" é apenas uma idéia, nada mais. Aprenda a viver em paz com os problemas que tiver. Tente transformá-los, mas não sofra demasiado.
Thich Nhat Hanh
Trata-se de vivenciar nossa vida em comunhão com todos os seres, sem obstáculos. Quando abraçarmos plenamente essa visão, responderemos à nossa situação particular de uma maneira que inclua todos e tudo. Isso terá um impacto radical na forma como entendemos nosso relacionamento com todos os seres. Deixaremos de usar outras coisas e seres como ferramentas para nosso conforto ou mesmo para nossa própria existência, tal como a concebemos.
Shinshu Roberts
Por um lado, Dōgen ensina que o zazen é o método maravilhoso corretamente transmitido para alcançar o Caminho, e é a expressão contínua da iluminação. Por outro lado, o poder místico (definido como a atividade cotidiana plenamente realizada) também é uma porta do dharma e uma expressão da realização.
Essencialmente, não há conflito. Praticamos o zazen formal porque é a prática de um buda, bem como um método para alcançar o Caminho. Nós também, como budas, carregamos baldes de água, transportamos feixes de lenha, bebemos chá, usamos o banheiro, dirigimos até o supermercado e preparamos refeições. Interagimos com nossos colegas de trabalho e lidamos com a vida ao lado de nossos parceiros. Toda a prática-realização consiste em estar plenamente presente consigo mesmo e com todos os seres para criar a vida. Isso também é zazen.
Shinshu Roberts
Um dia, enquanto olhava pela janela durante uma tempestade, observei a chuva caindo sobre os galhos de uma árvore. Perguntei-me como a chuva caindo sobre uma folha poderia ser considerada não-obstrução. Observando essa dinâmica, percebi que a não-obstrução se trata da prática de abandonar a mente egocêntrica.
A questão não é a chuva empurrando ou quebrando fisicamente um galho de árvore; é que a chuva não tem a experiência de ser obstruída, e o galho da árvore não tem a intenção de obstruir. Nenhum dos dois está envolvido com uma mente egoísta. O que acontece é simplesmente a natureza da árvore e da chuva como uma entidade interativa que se separa em chuva e galho.
Shinshu Roberts
Acreditar que há ago de errado que precisa ser eliminado em você é ilusão. A questão é se você sabe disso integralmente ou não. O Caminho já é plenamente revelado. Nada precisa ser eliminado ou buscado. Após experienciar isso, não há nada mais que você precise fazer, a não ser seguir o fluxo das causas e condições.
Subul
Permita que sua mente se acalme em um estado de relaxamento e liberdade.
Nesse estado, observe o movimento dos pensamentos e descanse nele, relaxado. Através disso, a estabilidade surgirá.
Livre do apego à quietude e sem medo dos pensamentos que surgem, esteja consciente de que não há diferença entre quietude e movimento – a mente surge da própria mente.
Permaneça nesse estado, exatamente como ele é, relaxado, sem apego, sem se agarrar a nada. Nesse estado – a realidade como ela é – a verdadeira natureza da sua mente, a sabedoria, aparece como uma abertura luminosa.
Você ficará mudo de admiração, e um silêncio natural surgirá. Não se apegue a esse silêncio como se fosse algo – permaneça natural, relaxado e livre. Sem se apegar ou rejeitar o que surge na mente, simplesmente permaneça...
Gendun Rinpoche
Sem o egocentrismo, não experimentaríamos sofrimento. Como consequência do nosso desejo de proteger o nosso senso de identidade, praticamos muitas ações prejudiciais e egocêntricas no passado, e essas ações agora se manifestam na forma de experiências dolorosas. Dessa forma, o nosso sofrimento torna-se um catalisador no caminho: ele nos desperta e nos mostra aonde as ações egocêntricas nos levam. Ele nos impede de continuar agindo da mesma maneira. Nossa experiência de sofrimento é uma fonte inesgotável de ensinamentos preciosos e nos impulsiona no caminho. Se adotarmos essa perspectiva, seremos capazes de enfrentar o sofrimento com uma atitude mental aberta e serena. Essa transformação da nossa atitude é fundamental para todos os métodos que podemos empregar para aproveitar as dificuldades em nosso caminho.
Gendun Rinpoche
Dentro da mente vazia similar ao céu as tendências habituais e as emoções perturbadoras são apenas como nuvens e névoa. Ao aparecerem, elas aparecem dentro da mente vazia; ao permanecerem, permanecem dentro da expansão da mente vazia; e quando se dissolvem, se dissolvem dentro da mesma expansão da mentre vazia.
Padmasambhava
Não importa o que aconteça, todas as experiências são apenas nuvens no céu da pureza primordial. Às vezes o céu está nublado, às vezes está limpo. Não importa se o sol brilha em um céu limpo embelezado por arco-íris, ou se chove, ocorre uma tempestade ou neva, tudo são apenas experiências.
Tulku Urgyen Rinpoche
Quando nos fixamos em nosso sofrimento, nossa mente fica tensa e nossa dor piora ainda mais. Logo esquecemos como é estar livre do sofrimento e nos tornamos cada vez mais suscetíveis a ele. Eventualmente, por puro hábito, até nós mesmos o mantemos. Para encontrar a saída desse círculo vicioso, devemos direcionar nossa atenção para o sofrimento dos outros e perceber que todos os seres no universo têm que suportar provações semelhantes e muitas vezes mais difíceis do que as nossas. Então, geramos o desejo de que todos eles possam se livrar do sofrimento. Também podemos imaginar que incorporamos o sofrimento e o desespero deles em nossa própria experiência dolorosa e, ao fazer isso, abrimos o caminho para a felicidade para eles. Que todos encontrem a verdadeira felicidade! Se praticarmos dessa maneira, nunca mais sofreremos de verdade, pois estamos prontos para aceitar o sofrimento com alegria, transformá-lo e usá-lo como um meio de ajudar os outros.
Lama Gendun Rinpoche
Quando surgirem dificuldades no caminho, devemos relembrar nosso voto de refúgio: "Meu corpo, minha fala e minha mente não me pertencem mais — ao buscar refúgio, jurei dedicá-los à libertação de todos os seres". Assim, não nos sentiremos mais pessoalmente atacados, pois estaremos trabalhando em benefício de todos os seres e não em benefício próprio. Circunstâncias difíceis e sofrimento nos estimularão a desenvolver ainda mais poder espiritual e a nos dedicar ainda mais à libertação de todos os seres.
Lama Gendun Rinpoche
O ponto crucial ao lidar com as dificuldades é não solidificá-las. Sejam doenças, obstáculos ou emoções, estamos sempre inclinados a considerá-los reais. Fixamo-nos em nossos problemas e começamos a atribuir-lhes grande importância, de modo que, eventualmente, eles parecem gigantescos e tomam conta de toda a nossa consciência. Apegar-se ao sofrimento dessa forma apenas intensifica nossa dor e desânimo. Em vez de solidificar nossos problemas, devemos nos lembrar de que estamos vivenciando um carma que, em algum momento, se esgotará. A situação problemática é apenas temporária e não possui uma realidade absoluta e permanente. É apenas uma manifestação em nossa mente que, como tudo o mais, é onírica e impermanente.
Lama Gendun Rinpoche
Considerar a nós mesmos e a todos os seres como de igual importância nos permite desenvolver uma paciência genuína. Se fizermos isso, nossa mente não será mais agitada pelo apego e pela aversão, mas repousará em perfeita equanimidade, um estado de tranquilidade espontânea, leveza e felicidade. Possuir tal equilíbrio é um sinal de que a mente do despertar verdadeiramente surgiu em nós. Sempre que tivermos dificuldade em manter essa atitude, devemos considerar a pessoa que evoca a raiva em nós como nosso mestre espiritual. Ela nos ajuda a purificar nosso carma e nos faz perceber o quanto ainda nos falta paciência. Devemos ser gratos por isso, pois sem as valiosas dicas que recebemos por meio dela, jamais seríamos capazes de produzir as qualidades essenciais no caminho para o estado búdico.
Lama Gendun Rinpoche
Devemos considerar situações desafiadoras como um teste de progresso em nosso desenvolvimento espiritual. Quando adotamos essa perspectiva, não temos mais problemas com críticas e ataques pessoais; simplesmente os encaramos como testes que nos dão uma indicação de quão profundamente enraizado está realmente o nosso compromisso com a ação compassiva. Eles nos dizem se ainda estamos apegados à busca da paz pessoal ou se estamos verdadeiramente determinados a agir exclusivamente em benefício dos outros.
Lama Gendun Rinpoche
Oferecemos nossa ajuda sem estipular condições e sem discriminar entre aqueles que nos são gratos e aqueles que nos rejeitam. Independentemente de quão desafiadoras sejam as reações dos outros, devemos sempre tratá-los com a mesma atitude. Por isso, devemos praticar a paciência para não abandonarmos a mente desperta em um acesso de raiva. A paciência é essencial se quisermos ajudar os outros. Onde mais poderíamos praticar a paciência melhor do que em situações difíceis?
Lama Gendun Rinpoche
No Dharma, nos preocupamos com apenas um inimigo: a negatividade que nos governa internamente. Não há inimigos externos que precisem ser combatidos. Quando conquistamos nosso inimigo interno das emoções egocêntricas, derrotamos simultaneamente todos os inimigos externos, já que nenhum deles é igual em força ao inimigo interno. De onde vêm nossos inimigos? Todos eles vêm da raiz do nosso autoapreço. Enquanto houver o pensamento de um "eu", também haverá inimigos.
Lama Gendun Rinpoche
Começamos a colocar o bem-estar dos outros acima do nosso e paramos de nos preocupar com nossos próprios interesses egocêntricos. Essa aspiração planta em nós a semente da mente do despertar, e todas as situações e encontros se tornam oportunidades que permitem que ela cresça ainda mais. Para manter essa nova perspectiva viva em nós e fortalecê-la, retornamos continuamente à motivação que está em sua raiz. Todas as manhãs, reservamos um momento de recolhimento no qual damos uma direção clara ao nosso dia e o dedicamos a essa prática em benefício dos outros. Se não fizermos isso um dia, depois não por vários dias e, finalmente, não por semanas, essa mentalidade se perderá, até que, com o tempo, a esqueçamos completamente. Precisamos dessa recolhimento diário, na qual conscientemente nos detemos nas qualidades do refúgio e da mente do despertar e renovamos nossa motivação. Então, seremos capazes de utilizar o dia inteiro para nossa transformação interior e viver à luz do Dharma.
Lama Gendun Rinpoche
Ao pensar no sofrimento de todos os seres, praticamos a mente do despertar, até que, em todas as situações, o bem-estar deles se torne automaticamente mais importante para nós do que o nosso. Sempre que circunstâncias favoráveis, alegria e felicidade surgem para nós, imediatamente as dedicamos ao benefício de todos os seres e, dessa forma, orientamos nossa mente para o maior benefício possível para todos. E toda vez que nos deparamos com situações e dificuldades prejudiciais, imediatamente as assumimos, para o benefício de todos os seres. Com essa intenção, agimos como bodhisattvas que praticam continuamente a troca entre si e o outro. Essa atitude de dar todo o benefício aos outros e assumir todas as dificuldades e perdas é um contrapeso saudável à nossa tendência habitual de buscar o nosso próprio benefício acima de tudo.
Lama Gendun Rinpoche
Quando, livres de interesses e fascínios pessoais, observamos a vida dos outros, podemos ver seus medos e seu sofrimento sem fim, que é um pouco diferente para cada um. Podemos observar muitas variedades de sofrimento e, ao mesmo tempo, reconhecer uma base comum que se aplica a todos os seres. Essa base comum é a ignorância onipresente, e se expressa em uma alternância constante entre esperança e medo. Em vez de nos deixar tristes ou deprimidos, ver isso deveria gerar em nós cada vez mais energia para trabalhar pela libertação de todos os seres e dar a chave para isso ao maior número possível deles.
Lama Gendun Rinpoche
A compaixão surge da nossa consciência do sofrimento alheio – e, se olharmos com atenção, veremos apenas sofrimento em todos os lugares. Perceberemos que mesmo aqueles que vivem em circunstâncias favoráveis e aparentemente felizes ainda sofrem. Não devemos nos deixar enganar pelas aparências: há sofrimento mesmo onde não há fome ou sede, nem guerra, nem preocupações materiais.
Lama Gendun Rinpoche
As virtudes são frutos da autodisciplina e não caem do céu por si mesmas, como a chuva ou a neve.
A modéstia é a base de todas as virtudes. Deixe que seus vizinhos o descubram antes de você se dar a conhecer a eles.
Um coração nobre nunca se impõe. Suas palavras são como joias raras, raramente exibidas e de grande valor.
Para um estudante sincero, todo dia é um dia de sorte. O tempo passa, mas nunca fica para trás. Nem a glória nem a vergonha podem abalar o sábio.
Zengetsu
O aluno perguntou à mestre Huang Po sobre a prática porque acreditava que havia algo que precisava praticar. Mas o Caminho é como a água que flui sempre para adiante, encontrando naturalmente seu caminho mesmo na escuridão da noite. Da mesma maneira, o Caminho não tem nada a ver com tentar ou não praticá-lo intencionalmente.
Subul
A meditação é uma das maiores artes da vida, talvez a maior, e não se pode aprendê-la com ninguém. Essa é a sua beleza. Não tem técnica e, portanto, nenhuma autoridade! Quando você aprende sobre si mesmo, observa a si mesmo, observa a maneira como anda, como come, o que diz, as fofocas, o ódio, o ciúme, se você está ciente de tudo isso em si mesmo, sem qualquer escolha, isso faz parte da meditação.
Portanto, a meditação pode ocorrer quando você está sentado em um ônibus ou caminhando na floresta cheia de luz e sombras, ou ouvindo o canto dos pássaros ou olhando para o rosto de sua esposa, marido ou filho.
Jiddu Krishnamurti
Meditação é estar cônscio de cada pensamento e de cada sentimento, nunca dizer que ele é certo ou errado, porém simplesmente observar e acompanhar seu movimento. Nessa vigilância, compreendeis o movimento total do pensamento e do sentimento. E dessa vigilância vem o silêncio. O silêncio criado pelo pensamento é estagnação, coisa morta, porém o silêncio que vem quando o pensamento compreendeu a sua própria origem, natureza, esse silêncio é meditação na qual o meditador está de todo ausente, porque a mente esvaziou-se do passado.
Jiddu Krishnamurti
Mas a escolha dá liberdade? Por que temos que escolher? Se você é realmente lúcido, se tem uma compreensão exata das coisas, então não há escolha. Disso resulta uma ação correta.
Apenas quando há dúvida e incerteza é que começamos a escolher. A escolha, então, se vocês me permitem dizê-lo, constitui um empecilho para a liberdade.
Jiddu Krishnamurti
Toda exigência nasce da dualidade: "Sou infeliz, e tenho de ser feliz". Nessa própria exigência - tenho de ser feliz - está a infelicidade. Quando uma pessoa se esforça para ser boa, nesse próprio "ser bom" está o seu oposto - ser mau. Tudo o que se afirma contém o seu próprio oposto; o esforço que se faz para dominá-lo torna mais forte aquilo contra o qual se luta.
Jiddu Krishnamurti
O que abrirá a Porta é o percebimento e a atenção diários – percebimento e atenção da maneira como falamos, do que dizemos, de nossa maneira de andar, do que pensamos, de como agimos, enfim, de tudo. Isto é como limpar e manter em ordem um aposento. Mas, manter o aposento em ordem é importante a um respeito e totalmente sem importância a outro respeito. Deve haver ordem no aposento, porém, a ordem não abrirá a Porta. O que abrirá a Porta não é a nossa volição ou o nosso desejo. Não se pode de modo nenhum chamar o outro "estado de espírito". O que se pode fazer é apenas manter o aposento em ordem, o que significa ser virtuoso por amor à virtude e não pelo que isto nos trará, isto é, ser categoricamente equilibrado, racional e ordenado, e não hipoteticamente. Então, talvez, digamos assim, se tivermos sorte, a Porta se abrirá e a brisa entrará. Ou pode ser que não. Tudo dependerá do estado de nossa mente. E este estado da mente só pode ser compreendido por nós mesmos, ao observá-lo sem tentar moldá-lo, sem ser parcial, sem contrariá-lo, sem jamais concordar, justificar, condenar, julgar, quer dizer, estar vigilante e atento sem fazer nenhuma escolha. E, em razão deste percebimento sem escolha, a Porta, talvez, se abrirá, e conheceremos aquela dimensão em que não existem o conflito nem o tempo.
Jiddu Krishnamurti
A dimensão na qual vivemos nossa vida cotidiana, de dor, de prazer, de medo, condiciona a mente, limita-lhe a natureza. Quando essa dor, esse prazer e esse medo deixam de existir, a mente passa então a funcionar numa dimensão diferente, na qual não existe conflito, nenhuma ideia de diferença.
Jiddu Krishnamurti
A maioria de nós percorre a vida desatentamente, reagindo sem pensar, de acordo com o ambiente em que fomos criados. Tais reações acarretam mais servidão, mais condicionamentos. Mas no momento em que aplica toda a atenção ao seu condicionamento, você se verá inteiramente livre do passado. Ele se desprenderá naturalmente de você.
Jiddu Krishnamurti
No momento em que alcança qualquer alvo, você perde o atributo da inocência e da humildade; no momento em que chega a uma conclusão ou começa a examinar com base no conhecimento, está tudo acabado, porque estará traduzindo tudo o que é vivo em termos do velho.
Mas, ao contrário, se não tiver nenhum ponto de apoio, nenhuma certeza, nenhuma perfeição, terá liberdade para olhar, e quando se olha uma coisa com liberdade, ela é sempre nova.
Jiddu Krishnamurti
Quando você está completamente atento não existe um centro, um "eu". Assim o cérebro se torna quieto. Porém, não é o silêncio cultivado pelo pensamento, mas sim pela inteligência. Neste silêncio acontece o inominável, o sagrado, imutável, não tocado pelo pensamento. É o caminho da compaixão. E, então, aquilo que é sagrado é eterno. Isso é meditação. É uma vida sagrada de grande beleza e integridade.
Jiddu Krishnamurti
Quando a pessoa é realmente livre, há energia; quando ela é livre, não pode fazer nada errado. Não existe agir correta ou incorretamente quando há liberdade. Você é livre e, desse centro, age. Por conseguinte, não existe medo, e a mente sem medo é capaz de infinito amor. E o amor pode fazer o que quer.
Jiddu Krishnamurti
Tendo percebido que não podemos depender de nenhuma autoridade exterior para promover a revolução total na estrutura de nossa própria psiquê, apresenta-se a dificuldade infinitamente maior de rejeitarmos nossa própria autoridade interior, a autoridade de nossas próprias e insignificantes experiências e opiniões acumuladas, conhecimentos, idéias e ideais.
Jiddu Krishnamurti
Ao contemplarmos aquela beleza, uma grande serenidade penetrou em nós. A mente ficou muito quieta, sem qualquer reação, sem um único movimento, e era surpreendente sentir aquela imensa tranquilidade. "Sentir" não é a palavra correta. Aquele silêncio, aquela serenidade, não nos chegava pela consciência; estava além dela.
Estávamos tão imóveis que nosso corpo se tornou completamente parte da terra, parte de tudo que era sereno.
Éramos tudo. Éramos a luz, e a beleza do amor. Mas dizer "éramos parte de tudo" também está errado. A palavra "nós" não é adequada porque, na verdade, nós não estávamos ali. Apenas existiam aquela paz, aquela beleza e um extraordinário senso de amor.
Jiddu Krishnamurti
A meditação não tem princípio e nem fim; nela não há nem sucesso e nem fracasso, nenhuma acumulação e nenhuma renúncia; é um movimento sem finalidade, para além do tempo e do espaço. Experienciar a meditação é negá-la, pois aquele que experiencia está preso ao tempo e ao espaço, à memória e ao reconhecer.
Jiddu Krishnamurti
A libertação do karma não é algo que se alcança através de um método ou prática, mas sim através de uma compreensão radical.
Isso significa compreender o "Eu", o ego, como um centro de memórias, sofrimentos e experiências que se perpetuam através do pensamento e da ação condicionada.
Quando o "Eu" deixa de ser a fonte de ação e o centro da mente, e quando o conflito cessa, a mente pode estar livre do ciclo do carma e alcançar a tranquilidade, vindo a conhecer o eterno.
Jiddu Krishnamurti
Meditação é a atenção total ao que se estiver fazendo. Se estiver se vestindo, preste atenção. Se estiver conversando com alguém, dê sua atenção total. Na atenção não há “eu” no centro. Somente quando não há atenção é que o ego se forma, e junto com ele as dores, a tristeza, as divisões. Pois meditação é a total ausência de eu. Quando há essa atenção, a mente é totalmente calma, silenciosa, sem pressão.
Jiddu Krishnamurti
No profundo silêncio da noite e na quietude e tranquilidade das montanhas, há um grande mistério. Ele está ali presente em todas as coisas vivas. se você se senta em silêncio, sob uma árvore, sente a ancestralidade da terra com seu mistério incompreensível. Em uma noite, quando não há agitação, quando as estrelas estão luminosas e próximas, você percebe o espaço se expandindo e a misteriosa ordem que existe em todas as coisas, o imensurável e o nada, do movimento das escuras colinas e do pio de uma coruja. Nesse silêncio total da mente, esse mistério se expande na ausência do tempo e do espaço.
Krishnamurti
Você não tem paz de espírito porque está buscando uma ideia de paz de espírito total. Isso é um equívoco.
Esteja atento à sua mente em cada momento, não importa quão desconfortável possa ser. A grande paz mental é realizada apenas na prática dentro dessa mente que não está em paz.
Aqui, o mestre Kodo Sawaki descreve uma dificuldade íntima: a tensão causada pelo desejo de estar em paz. O paradoxo é que a verdadeira serenidade nasce quando nos permitimos estar no caos e praticamos ali mesmo, com o que há.
(extraído do perfil Zen: iluminação silenciosa)
De nenhuma forma eu poderia ser mais feliz do que sou agora. Desde a hora que me levanto até a hora que vou para a cama, sou grato por tudo que me acontece.
No Zen é dito: "Todo dia é um bom dia." Agora a pergunta é: o que você precisa fazer para tornar cada dia realmente um bom dia? O que você precisa possuir para realmente aproveitar cada dia? Absolutamente nada!
Você não precisa fazer ou possuir nada para ser feliz. Você constantemente se deixa levar pela ideia de que precisa fazer tal coisa ou que você quer ter aquela outra coisa. Quando você finalmente perceber que essa ideia é uma quimera, cada dia será realmente um bom dia e qualquer ano será um bom ano.
Kodo Sawaki Roshi
Não importa o quanto você tente controlar o caminho, a vida sempre te leva aonde você precisa estar. Hoje, depois de duas décadas de prática budista, continuo surpreso ao ver como as coisas raramente acontecem como eu imaginava. Mas, nesse desapego, surgem pessoas, ensinamentos e lugares que eu jamais teria imaginado quando estava no meu antigo escritório. Continuo, com muito a aprender, mas com a convicção de que, apesar das minhas deficiências, este é o verdadeiro caminho. E que, no fim, tudo se resume a confiar e servir, para o bem de todos.
Senpo Oshiro
Estar sereno significa manter a mente pacífica, ainda que seu corpo esteja se movendo ou fazendo alguma atividade. Não há sujeito, nenhum objeto: uma mente de perfeita quietude. Essa é a mente plenamente pacífica do Buda. Quando estiver sentado, mente pacifica; ao cantar, mente pacífica. Ao se curvar, comer, falar, caminhar, ler ou dirigir, mente pacífica e serena. Isso é manter a mente-que-não-se-move, a mente-que-apenas-faz.
Seung Sahn
Sua mente é como o mar. Quando vem o vento, surgem várias ondas. Quando o vento diminui, as ondas ficam cada vez menores, até que o vento cessa completamente e o mar fica sereno como um espelho límpido. As montanhas e as árvores, então, são refletidas na superfície do mar. Agora há muitas ondas-pensamentos em sua mente. Mas se você continuar a praticar a mente-que-não-sabe, os pensamentos ficarão cada vez menos fortes, até que finalmente sua mente permanecerá sempre clara. A mente clara é como um espelho: o vermelho surge e o espelho é vermelho; surge o amarelo e o espelho é amarelo; uma montanha aparece e o espelho é a montanha. É muito importante não se apegar ao pensamento e tampouco ao não-pensamento. Você não deve deixar que nada que surja em sua mente o abale. Apenas não se preocupe e mantenha a mente-que-não-sabe.
Seung Sahn
Então eu te pergunto: as montanhas e você são o mesmo o são diferentes? Se você disser "o mesmo" eu te baterei trinta vezes; se disser "diferentes" eu também baterei em vocês trinta vezes. Por quê?
A mente una com o universo é antes do pensamento. Antes do pensamento não existem palavras. "Mesmo" e "diferente" são palavras opostas que vêm da mente, e a mente separa todas as coisas.
Seung Sahn
Você diz que já leu muitos livros sobre o Zen. Isso é bom. Mas se você estiver pensando, não pode entender o Zen. Tudo que você lê, tudo que pode ser dito - tudo isso é pensamento. Mas se você lê com a mente que abandonou o pensamento, então os livros Zen, a Bíblia, os sutras, todos eles são a verdade. O latido de um cão ou o canto de um galo: tudo está ensinando a cada momento e são melhores lições que os livros Zen. Pois o Zen é manter a mente que está antes do pensamento.
Seung Sahn
Onde está o verdadeiro mestre? Você deve encontrar o seu verdadeiro mestre. Se você mantiver uma mente clara como o espaço, então todas as coisas são o seu verdadeiro mestre. O céu é o seu mestre. As árvores são o seu mestre. O cão que ladra é seu mestre. Tudo é seu mestre, pois o seu mestre está sempre bem em frente a você.
Seung Sahn
Quando sua mente está completamente vazia, ela é como um espelho cristalino. Apenas reflete o sol e a lua. Refletindo apenas, você alcança o mundo-momento, o qual é, simplesmente, verdade. Refletir apenas. Esse é o ensinamento de Buda. É o nosso verdadeiro eu. É a verdade, o Caminho correto e a vida correta.
Seung Sahn
Se você quiser entender o reino dos budas, mantenha uma mente tão clara cono o espaço. Deixe todos os pensamentos e desejos exteriores desvanecerem-se e deixe que sua mente vá, desobstruidamente, onde quiser.
O que é manter uma mente clara como o espaço? Ela é de natureza iluminada. Logo, sem cultivar, você já é completo. Entendimento, entendimento. Clareza, clareza.
Seung Sahn
O entendimento sobre a verdade pode não lhe ajudar. Pode não salvar a sua vida. Em vez disso, de momento a momento, o que você está fazendo, exatamente agora? Mantenha sempre uma mente clara, e quando estiver fazendo alguma coisa, apenas faça. Mesmo que você compreenda que o céu azul é verdade, que a árvore verde é verdade, se não mantiver uma mente clara a cada momento, tal entendimento não funcionará corretamente para ajudá-lo em sua vida. Portanto, de momento a momento, uma mente que faz é muito importante. Mente-agora. Sem sujeito ou objeto. Você apenas age claramente, para ajudar todos os seres. Isso também é Grande Amor, Grande Compaixão e o Caminho do Grande Bodisatva.
Seung Sahn
Iluminação é só uma palavra. Se você usar Iluminação, então iluminação existe. Mas se iluminação existe, ignorância existe também. E então surge o mundo de opostos: bom e mau, certo e errado, iluminado e ignorante... Todos os opostos criados por sua mente.
Mas a verdade é absoluta e ela é antes de qualquer conceito de opostos surgir. Por isso, se voce faz alguma coisa, você terá aquela coisa e ela será um obstáculo. Mas se você não fizer nada, você terá tudo.
Seung Sahn
Uma vez eu disse a um aluno, "Você deve praticar assim: cada vez que uma aflição ou dificuldade surgir, abra espaço para o Buda. Convide o Buda para esse espaço e ele fará o que precisa ser feito." Deixe o Buda caminhar o seu caminhar, deixe o Buda respirar o seu respirar, deixe o Buda cantar a sua canção, e tudo ficará bem. "Querido Buda, por favor dê esse passo por mim. Eu não darei o próximo passo; deixarei que você o dê. Não darei a próxima respiração; deixarei que a dê. Por favor, sorria por mim." Quando dizemos isso, podemos superar as dificuldades rapidamente. Por que ficar preso às suas dificuldades? Por que nos mantemos tão rígidos, mesmo que isso mantemha sofrendo? Por que não permitimos que o Buda nos auxilie?
Thich Nhat Hanh
Toda a nossa herança genética e espiritual - o sofrimento, a felicidade, os enganos, e os insights de nossos ancestrais - continuam em cada célula de nossos corpos. Nós temos o Buda, temos os nossos mestres, e temos nosso pai e nossa mãe em cada célula de nosso corpo. Quando caminhamos, todos eles caminham também. Não pense : "Eu sou aquele que está andando." Quem é você, afinal? Você é intrinsecamente vazio, e precisa ver isso. Insight é a habilidade de ver isso.
Thich Nhat Hanh
Somente praticando com toda seriedade você poderá ter um despertar repentino para a natureza essencial, e depois, gradualmente, subir a escada do despertar. Esse é o caminho que leva à compreensão de que todos os fenômenos em seu íntimo e ao redor de você não têm substância verdadeira, são meros conceitos criados pela mente. Quando realiza isso, você não permite mais que sua mente corra atrás de qualquer coisa. Você permite que os fenômenos apenas apareçam e se transformem de acordo com sua verdadeira natureza, e deixará de lado as ideias de criação e aniquilação. Então, embora seus ouvidos ouçam, seus olhos vejam, sons e várias formas ainda surjam, você estará calmo, imperturbável e aberto. Você está sempre livre.
Mestre Guishan
Todo ser vivo possui o coração da iluminação. As sementes da iluminação existem dentro de cada um. Os seres vivos não precisam buscar a iluminação fora de si mesmos, pois toda a sabedoria e poder do universo já está presente dentro deles. Essa foi a grande descoberta do Buda e morivo para todos se regojizarem.
Thich Nhat Hanh
Embora, ordinariamente, pensemos que uma folha nasça na primavera, Gautama podia ver que ela já estava lá por um longo, longo tempo, na luz do sol, nas nuvens, na árvore e nela mesma. Vendo que a folha jamais havia nascido, pôde ver que ele próprio também jamais havia nascido. Ambos, a folha e ele mesmo, tinham apensa se manifestado - nuncam tinham nascido e, assim, eram incapazes de morrer. Ele pôde ver que a presença unica de qualquer fenômeno tornava possível a existência de todos os demais fenômenos. Um incluía todos e todos estavam contidos no um.
Thich Nhat Hanh
Olhando profundamente para a folha, com clareza, Sidarta viu a presença do sol e das estrelas - sem o sol, sem a luz e o calor, ela não existiria. Isso é assim porque aquilo é daquela maneira. Também viu na folha a presença das nuvens - sem nuvens não poderia haver chuva, e sem a chuva, a folha não poderia ser. Ele viu a terra, o tempo, o espaço e a mente - todos estavam ali presentes. Realmente, naquele exato momento, o universo inteiro existia naquela folha. A realidade da folha era um maravilhoso milagre.
Thich Nhat Hanh
No zen, a religião é a sua própria vida, sempre, em cada instante.
Fixar a atenção neste nomento, sem esperar nada dele, sem fazer depender nada dele, sem adicionar ou excluir nada. Simplemente aproveitar este momento.
A sua visão da vida deve ser tão clara que você poderia aproveitar inclusive se tivesse que morrer neste preciso instante.
Kodo Sawaki Roshi
Dōgen não vê o universo como um “cenário” neutro no qual os seres vivem.
Ele afirma que o universo está praticando o Caminho agora mesmo — através de tudo: montanhas, rios, pessoas, tempo, silêncio.
“As montanhas e rios da Terra inteira são o corpo e a mente do Buda.”
(Sansuikyō – Sutra das Montanhas e Rios).
Dōgen dissolve a dicotomia “eu vs. mundo”:
Quando o ego se desfaz, você não está no universo — você é o universo se expressando aqui e agora.
É uma visão não dual:
Você não está separado do cosmos;
Você é parte integrante da dança do Dharma — como o vento, a pedra, o silêncio, a estrela.
A única maneira de ultrapassarmos a roda do samsara é transformar toda a nossa vida em uma prática do Dharma. Há muitas qualidades que precisamos no caminho, incluindo generosidade, paciência, bondade amorosa, compaixão e, especialmente, a capacidade de estar atento, de estar consciente, de estar presente. Toda a nossa vida deve se tornar a nossa prática. Todas as pessoas que encontramos são a nossa prática. Tudo nos ensina algo se estivermos abertos a aprender. Então, quando toda a nossa vida for a nossa prática, não poderemos dizer: "Não tenho tempo.
Jetsunma Tenzin Palmo
Quando algum problema físico ou mental acontece, minha mente se torna amarga e sombria, ou busca alívio freneticamente.
Que importância tem isso? É a mente que é amarga e inquieta, não você. Veja, coisas de todos os tipos acontecem nesta sala. Sou em quem faço acontecer? Elas apenas acontecem. Com você é a mesma coisa - a trama do destino desenrola e atualiza o inevitável. Você não pode mudar o curso dos acontecimentos, mas você pode mudar sua atitude.
O mundo é a morada dos medos e dos desejos. Nele não se pode encontrar paz. Para ter paz, você tem que ir além do mundo.
O tempo acerta todas as contas. A lei do equilíbrio reuna suspensa.
Sri Nisargadatta Maharaj
Ao ler o Shōbōgenzō, ficou claro para mim a visão sobre o ser humano, quando consciente e desperto:
- Somos um espelho do universo, capaz de perceber sua inseparabilidade de tudo;
- Somos ponto de manifestação: quando sentamos em zazen, o universo inteiro senta conosco.
“Sentar-se em zazen é fazer girar a roda do Dharma. Mesmo que o corpo pareça imóvel, as dez direções estão se movendo contigo.”
Isso significa que, quando nos aquietamos verdadeiramente, participamos da respiração cósmica.
Dōgen rejeitou a visão linear de que primeiro se pratica e depois se alcança a iluminação. Em vez disso, ele afirma que praticar já é expressar a iluminação, e iluminar-se é praticar. Não existe um caminho no qual a prática seja apenas um meio para um fim (iluminação); ambos são simultâneos.
“Sentar-se em zazen é já estar iluminado como Buda.”
Essa ideia é radical: elimina o objetivo como meta futura e foca no aqui e agora.
Este é um dos textos mais influentes de Dōgen. Em Genjōkōan, ele diz que todas as coisas estão em constante expressão da realidade tal como ela é. Não há separação entre fenômeno e verdade última.
O termo “genjō” (現成) significa "manifestação/atualização", e "kōan" (公案) remete a um “caso público” – um paradoxo Zen que aponta para a verdade além da lógica.
Dōgen não vê kōan como enigmas intelectuais, mas como expressões vivas da realidade. A própria vida cotidiana é o kōan.
Dōgen desenvolve uma concepção revolucionária do tempo como inseparável do ser. Em seu fascículo Uji, ele declara:
“Ser é tempo. Tempo é ser. O tempo não passa por nós, nós somos o tempo.”
O tempo não é linear ou exterior aos seres — todo ser é uma expressão temporal. Cada momento contém a eternidade, e cada ato cotidiano é a totalidade do ser-tempo.
Não se trata de "passar o tempo", mas de "ser tempo".
Dōgen usa o termo 無所得 (mushotoku) — “sem desejo de ganho”. Esse é um termo chave para o Zen:
“Sentar-se sem buscar nada, sem esperar nada, sem tentar se tornar alguém — esse é o verdadeiro zazen.”
O zazen não serve para “melhorar” sua mente, a sua personalidade ou "melhorar" o que quer que seja.
O zazen é a expressão da mente já desperta, mesmo que você não perceba.
Dōgen nos lembra:
“A flor se abre porque ela já é a abertura.”
Praticar não é uma escada. É uma floração constante do instante. Não se caminha para a iluminação — caminha-se como a iluminação.
Dogen rejeita a ideia tradicional de que se pratica a fim de alcançar a iluminação.
Para Dōgen, esse pensamento dualista é uma ilusão:
"Praticar o caminho é já ser o caminho. Iluminar-se não é resultado da prática — é sua expressão."