A liberdade das amarras dos sons e das formas concilia-se naturalmente com a essência da mente-que-busca-o-caminho.
Dogen
Manter uma mente cotidiana neste mundo ou em qualquer outro. O ontem sai deste momento e o hoje sai deste lugar. Com o ir vai o ilimitado céu, com o vir vem a terra inteira.
A mente cotidiana abre o portão da câmara íntima. Porque milhares de portões e infindas portas se abrem e se fecham todos de uma vez, isso é a mente cotidiana.
Dogen
As condições não o despertam e o conhecimento não o desperta. O pensamento do esclarecimento desperta por si mesmo. O pensamento do esclarecimento não é nem existente, nem não-existente, nem bom, nem mal, nem neutro. Ele nasce exatamente no momento que deve nascer, não é limitado por condições.
Dogen
A mente estuda o caminho correndo descalça - quem pode vislumbrá-la? A mente estuda o caminho dando saltos mortais - com ela todas as coisas se resolvem. Neste momento, uma parede ao se esfarelar vos permite estudar as dez direções, e o portão sem portão vos permite estudar os quatro quadrantes.
Dogen (1200-1253)
Como aqueles que entramno caminho devem aplicar suas mentes?Todas as coisas são originalmente incriadase atualmente imortais.Apenas deixe sua mente ser livre;você não precisa restringi-la.Veja diretamente e ouça diretamente;venha diretamente e vá diretamente.Quando você tiver que ir, então vá;quando você tiver que ficar, então fique.Este é o verdadeiro caminho.Uma escritura diz:“A existência condicional éo local da iluminação,na medida em que você a conhece como ela realmente é.”
Niu-t'ou Hui-chung (683-769)
Temos tendência para pensar em termos de fazer e não em termos de ser. Pensamos que quando não estamos a fazer nada, estamos a perder tempo. Mas não é verdade. O nosso tempo é acima de tudo para sermos.
Por isso, além de dizermos "Não fique só aí sentado - faz alguma coisa!", também podemos dizer: "Não fique só aí a fazer coisas - senta-te!" Parando, ficando quieto e praticando mindfulness (atenção plena) é possível trazer toda uma nova dimensão de ser. Podemos transformar a nossa raiva e ansiedade e cultivar a nossa energia de paz, compreensão e compaixão como base para a ação. As energias de sabedoria, inclusão, compaixão, ausência de medo, paciência e não-discriminação são todas as qualidades dos seres despertos.
Podemos ser ainda muito ativos, mas fazendo tudo a partir de um lugar de paz e de alegria. Este é o tipo de ação que é mais necessário. Quando conseguimos chegar aqui, o trabalho que fazemos será de grande ajuda para nós mesmos e para o mundo.
Thich Nhat Hanh
Uma vez eu disse a um estudante, "Você deve praticar dessa maneira: sempre que alguma aflição ou dificuldade surgir, abra espaço para o Buda. Convide o Buda para esse espaço, e ele fará o que você precisa fazer. Essa é uma prática que eu aplico com sucesso. Deixe que o Buda caminhe o seu caminhar; deixe que o Buda respire o seu respirar; deixe que o Buda cante a sua canção, e tudo ficará bem.
Thich Nhat Hanh
1. Proteja a manhã (e comece-a gentilmente). Treine-se para começar o dia com algumas respirações suaves e um sorriso, *antes* mesmo de sair da cama (ou verificar o telefone). Faça o voto de viver cada hora do dia profundamente, com compaixão.
2. Saboreie seu chá ou café , lentamente e reverentemente, como se fosse o eixo em torno do qual a Terra gira. Siga sua respiração, relaxe o corpo, olhe pela janela, ouça seu batimento cardíaco (isso nada mais é do que meditação).
3. Aproveite cada passo do preparo do café da manhã . A vida é feita de pequenos momentos. Não há para onde se apressar, nada para fazer. É isso! Aproveite a presença de seus entes queridos e a maravilha de ter o suficiente para comer.
Thich Nhat Hanh
7. Veja a galáxia na sua colher. De onde veio esse metal? Ou o vidro? Ou a argila no prato? Quais foram suas vidas anteriores? Onde ela estará em 10.000 anos?
8. Sem lama, sem lótus. Conforme você raspa as sobras sujas, ou joga fora as cascas no composto, visualize quais flores elas podem nutrir no ano que vem.
9. Alimente a compaixão. Seja gentil consigo mesmo e com os pratos. Transforme isso em um ato de amor, dado livremente. Toque a gratidão por ter comida para comer, sabão para lavar e entes queridos ainda vivos para sujar os pratos!
10. Esqueça todos esses pontos para que você possa esfregar em paz e liberdade.
Sister True Dedication
Cada vez que você cai, você se levanta. Esta é a maneira de crescer, de fazer a vida se abrir para você.” Todos nós podemos aprender com nossa experiência direta. Claro, temos nossas velhas energias de hábitos, mas sempre podemos cultivar novas maneiras saudáveis de pensar, falar e agir. Cada passo, cada respiração e cada viagem lhe dá essa chance. Nossa felicidade depende de nós, da nossa maneira de responder aos eventos, não de outras pessoas. Nosso sofrimento também depende de nós. Sabendo disso, não mais culpamos ou reclamamos; estamos determinados a começar de novo conosco mesmos. Porque outra oportunidade está se apresentando.
O outono é lindo. Somos uma Sangha, uma família. E nossa família é grande. Somos a continuação do Buda e dos ancestrais. Que o Buda e os ancestrais dêem a cada um dos meus amados uma grande quantidade de energia.
Amorosamente,
Thầy Nhất Hạnh
Treine-se para começar o dia com algumas respirações suaves e um sorriso, *antes* mesmo de sair da cama (ou verificar o telefone). Faça o voto de viver cada hora do dia profundamente, com compaixão.
2. Saboreie seu chá ou café , lentamente e reverentemente, como se fosse o eixo em torno do qual a Terra gira. Siga sua respiração, relaxe o corpo, olhe pela janela, ouça seu batimento cardíaco (isso nada mais é do que meditação).
Amigos, gostaria de compartilhar com vocês como me sinto agora, dois dias após a passagem de nosso querido Thay. Não sou de compartilhar muita coisa a meu respeito, até porque não me considero especial a ponto de ter que dividir publicamente com frequência o que sinto, penso e acredito. Mas nesse momento falarei de mim apenas para chegar a quem realmente importa: nosso amado Thay.
Há dias vinha como que presentindo que sua passagem estava próxima. Por favor, não me refiro a premonição, ou algum tipo de percepção especial. Apenas a forte sensação de que meu mestre amado ia partir. Foi como se meu espírito estivesse sendo preparado para o que, eu sabia, estava prestes a acontecer.
Quando soube da passagem de Thay na noite de sexta feira, eu estava já recolhido, pronto para retomar a leitura que sempre faço antes de dormir. Quando soube da notícia não pude evitar as lágrimas (lágrimas essas que voltam agora, quando compartilho isso com vocês), e nem tentei evitá-las. Meu mestre, a pessoa mais doce que já vi, o ser mais íntegro que conheci, aquele que por diversas vezes me consolou, esclareceu e orientou nos momentos difíceis, e que me encantou, exemplificou, instruiu, esclareceu e maravilhou com sua doçura, poesias e, principalmente, exemplo, havia partido.
Por favor, entendam, e isso precisa ficar muito claro: não foi apenas "uma grande alma" que partiu. Um Buda esteve entre nós, um homem que personificou tudo aquilo que às vezes as notícias do dia a dia insistem em tentar nos fazer desacreditar: a força da doçura sobre a grosseria; o poder da compaixão sobre o egoísmo; a poesia que existe para quem tem olhos para ver, e não se perde na feiúra de algumas paisagens. Repito: nós tivemos a grande fortuna de ter conhecido um Buda!
Naquela noite não consegui ler, nada, nem mesmo algum trecho de um livro de Thay. Apenas chorei em silêncio, e também em silêncio decidi, naquele momento e com certeza inabalável, que a partir dali eu seria o aluno dedicado como jamais fui, por mais que tenha praticado. Decidi isso por mim, decidi em honra de Thay, e decidi por compaixão a todos aqueles a quem eu puder de alguma forma ser útil. E desde então como que uma clareza, uma atenção plena sem esforço, uma gratidão e compaixão e sentimento de unidade com tudi e todos está presente em mim. Essa é mais uma das maravilhas de nosso Thay: ser capaz de transformar, de dar força, mesmo depois de sua passagem. Sei que outros discípulos ao redor do mundo sentiram o mesmo, como que energizados e revigorados e fortes em suas práticas, em honra a nosso mestre querido.
E por isso, digo aqui que se alguém um dia puder ver em mim leveza, compaixão, doçura, e talvez alguma sabedoria... Se algum dia algumas dessas qualidades manifestarem-se em mim, eu possa afirmar com humildade, saudade e, acima de tudo, gratidão: " Por favor, acredite, o mérito não é meu, mas de meu mestre, o mais suave, doce e forte que viveu em nossa era: Thich Nhat Hanh."
🙏eu (23.01.2024)
7. Veja a galáxia na sua colher. De onde veio esse metal? Ou o vidro? Ou a argila no prato? Quais foram suas vidas anteriores? Onde ela estará em 10.000 anos?
8. Sem lama, sem lótus. Conforme você raspa as sobras sujas, ou joga fora as cascas no composto, visualize quais flores elas podem nutrir no ano que vem.
9. Alimente a compaixão. Seja gentil consigo mesmo e com os pratos. Transforme isso em um ato de amor, dado livremente. Toque a gratidão por ter comida para comer, sabão para lavar e entes queridos ainda vivos para sujar os pratos!
10. Esqueça todos esses pontos para que você possa esfregar em paz e liberdade.
Querida família,
O Buda nos deu muitas oportunidades: Cada viagem é uma oportunidade. Cada estadia é uma oportunidade. Cada manhã é uma oportunidade. Cada passo é uma oportunidade. Cada sessão sentada é uma oportunidade. Sabemos como aproveitar a oportunidade quando ela se apresenta?
Thich Nhat Hanh