O observador, o centro,
é a memória do que foi, seja de ontem ou de mil anos. O centro é tradição, o
estado condicionado reunido pelo tempo, cronológica e psicologicamente. O centro
é o acúmulo de conhecimento e experiência. O centro é sempre o passado,
portanto não é uma coisa viva; é uma memória morta do que aconteceu. O centro
cria um espaço muito pequeno ao seu redor, preocupado incessantemente consigo
mesmo, com suas atividades, suas proposições, suas ideias. Esse espaço pode se
expandir por meio de vários truques do pensamento, da compulsão, pelas drogas,
mas é o espaço que o centro criou e, portanto, não há liberdade nem paz.
Somente quando há espaço há liberdade, e esse espaço não pode existir enquanto
houver um observador. Sem esse espaço e sem liberdade, o homem está sempre
buscando, procurando, querendo.
Jiddu Krishnamurti
(1895-1986)
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