quarta-feira, 8 de janeiro de 2020


Na tradição Soto Zen, meditamos com os olhos levemente abertos, encarando uma parede em branco. Como Bodhidharma, que se diz ter enfrentado a parede por nove anos antes de seu primeiro aluno aparecer nos montes de neve, somos chamados de observadores de parede. Às vezes a parede que enfrentamos é uma parede branca nua, onde não estamos olhando para nada. Essa parede é chamada de parede, simplesmente. Outras vezes, nos viramos e enfrentamos outro tipo de parede, onde estamos olhando tudo. Essa parede chama-se mundo. Sempre parece haver algum tipo de parede à nossa frente; a questão é se podemos ou não encará-la.

Qualquer que seja o cenário, nossa prática é a mesma. Nossa prática é encarar tudo o que a vida é e tudo o que a vida não é. Tudo o que pensamos e sentimos, e tudo o que não sentimos também.


Karen Maezen Miller

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