É por isso que o real é simples, de uma simplicidade que
não é a de uma ideia , mas a de uma singularidade nua e da identidade consigo. É
quando tentamos reduzir essa riqueza e essa singularidade do diverso a nossos
conceitos que tudo, de fato, se torna complicado: porque o real excede em toda
parte o pouco dele que podemos pensar! Mais uma razão para não nos contentarmos
com pensar e para aprender a ver, isto é, a se entregar, silenciosamente, à
inesgotável simplicidade do devir.
André Comte-Sponville
(em “O amor a solidão”)
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