Descansar nessa paz imensa é morrer da grande morte para
renascer mais vivo, novo. Por muito tempo, acreditei que somente os santos e
sábios tinham direito a isso. Mas a ascese talvez seja muito mais simples do
que parece. Cem vezes por dia, posso me exercitar em deixar morrer o pequeno eu,
deixar um pouco de lado o mundo das ideias. O silêncio, como a natureza da
nossa mente, não pode ser manchado. Podemos berrar, insultá-lo da pior forma,
nada pode perturbá-lo. Do mesmo modo, no âmago mais profundo, permanece uma
parte sempre indene, que nenhum golpe do destino pode estragar. Cada um de nós,
por mais ferido que esteja, pode mudar, descer até essa alegria.
Alexandre Jollien
(em “O Caminho da Sabedoria – Conversas entre um Monge, um Filósofo e Psiquiatra Sobre a Arte de Viver”)
(em “O Caminho da Sabedoria – Conversas entre um Monge, um Filósofo e Psiquiatra Sobre a Arte de Viver”)
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