Precisamos
incutir em nós mesmos uma consciência contínua da impermanência, que esteja
viva momento a momento. Isso porque a vida é uma corrida contra a morte, e a
hora da morte é desconhecida. Contemplar a aproximação da morte muda as nossas
prioridades e nos ajuda a abrir mão do envolvimento obsessivo com coisas
ordinárias. Se permanecermos sempre conscientes de que cada momento pode ser o
nosso último, iremos intensificar a nossa prática para não despediçarmos nem
fazermos mal uso da nossa preciosa oportunidade humana. À medida que
amadurece contemplação dessa verdade,
será fácil aprendermos os mais elevados, os mais profundos ensinamentos
budistas. Vamos ter alguma compreensão de como funciona o mundo, como as
apaências surgem e se transformam. Vamos passar de um mero entendimento
intelectual da impermanência para a compreensão de que todas as coisas sobre as
quais baseávamos nossa crença na realidade são apenas um cintilar de mudança. Começaremos
a ver que tudo é ilusório, como um sonho ou uma miragem. Embora os fenômenos
apareçam, na verdade nada estável está de fato presente.
Chagdud Tulku Rinpoche
(em “Portões da Prática Budista”)
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