Quando as ondas da nossa
mente se acalmam, podemos ouvir o sermão sem palavras da água, das gotas, das
ervas das árvores, dos seixos e das montanhas nos ensinando a transitoriedade
de todas as coisas.
Quando o olhar da mente
é límpido, vemos tudo como realmente é, de modo natural. Mas assim que os olhos
se distraem com objetos externos, não vemos mais.
Se escutarmos o rio sem
atenção, a água que corre parece ter um ritmo constante e ininterrupto. Entretanto,
nenhuma gota d’água passa duas vezes pela mesma pedra.
A vida humana não é
diferente. Acreditar que ontem é igual a hoje é resultado de nossa insegurança
e insensibilidade. São nossos olhos deludidos que veem o passado igual ao
presente. Os olhos iluminados veem claramente a imagem das coisas em eterno
movimento e reconhecem que um instante é
diferente de qualquer outro.
Shundo Aoyama Roshi
(em “Para Uma Pessoa
Bonita – Contos de Uma Mestra Zen”)
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