Em
vez de negar o sofrimento constitutivo de tudo o que existe, a cultura pode se
dedicar a fortalecer o homem, tornando-o capaz de enfrentá-lo. Podemos vencer a
dor sentindo-a plenamente, utilizando como estimulante a arte, especialmente a
música, o pensamento afirmativo, a contemplação da natureza, o corpo, os jogos,
as festas. O humano pode utilizar a dor como impulso para a vida. O terreno
firme onde sempre acreditamos pisar, a materialidade do mundo, a verdade, a
realidade, hoje sabemos, é água corrente, fluxo sobre o qual construímos imensas
parafernálias discursivas e técnicas que desabam. Mas quem disse que precisamos
de chão firme para pisar? Talvez seja a hora de aprender a andar em cordas
bambas, exercendo a vida por um fio.
Viviane
Mosé
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