Emmon: O Buda não teve
uma vida condicionada, que precisava chegar a um fim. Por que então o Tathagata
atingiu seu nirvana e morreu?
Nyuri: Em tempos de
seca e fome, todas as colheitas perecem.
A visão de Emmon sobre
Buda é a de um ser imutável, não condicionado por nada e, portanto, absoluto.
Por isso, parece-lhe contraditório que o Buda que apareceu fisicamente também
deva morrer novamente. Ele não entende que a essência do que muda continuamente
é o vazio não-originado e não-nascido, que não morre.
Por exemplo, um espelho
reflete tudo exatamente como parece; consequentemente, as imagens refletidas
mudam constantemente. O que não muda é a faculdade ou natureza do espelho, de refletir.
Já a imagem em um filme fotográfico é estática e imutável e é o filme em si que
vai mudando pela exposição. A visão de Emmon do absoluto é análoga à da imagem
em um filme. Ele não percebe que o corpo do Buda é como um reflexo no espelho,
enquanto a impermanência em si é o verdadeiro Buda.
Soko Morinaga
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