sexta-feira, 18 de setembro de 2020


Emmon: O Buda não teve uma vida condicionada, que precisava chegar a um fim. Por que então o Tathagata atingiu seu nirvana e morreu?

Nyuri: Em tempos de seca e fome, todas as colheitas perecem.


A visão de Emmon sobre Buda é a de um ser imutável, não condicionado por nada e, portanto, absoluto. Por isso, parece-lhe contraditório que o Buda que apareceu fisicamente também deva morrer novamente. Ele não entende que a essência do que muda continuamente é o vazio não-originado e não-nascido, que não morre.

Por exemplo, um espelho reflete tudo exatamente como parece; consequentemente, as imagens refletidas mudam constantemente. O que não muda é a faculdade ou natureza do espelho, de refletir. Já a imagem em um filme fotográfico é estática e imutável e é o filme em si que vai mudando pela exposição. A visão de Emmon do absoluto é análoga à da imagem em um filme. Ele não percebe que o corpo do Buda é como um reflexo no espelho, enquanto a impermanência em si é o verdadeiro Buda.



Soko Morinaga

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