A mais simples definição do que seja a
iluminação budista é: o despertar da ilusão de que somos simplesmente seres
encarnados. Esta é uma resposta bastante marcante e pode provocar o franzir de
cenho em budistas e não-budistas. Pode causar até mesmo certa estranheza em
pessoas que receberam ensinamentos budistas diferentes. E talvez devesse
causar.
Certamente ninguém nega que o Buda
ensinou algo muito profundo. Em diversos discursos, o Buda fez alusões ao transcendente
e que nossa verdadeira natureza está além dos limites do corpo temporal. Além
disso, há o problema do apego: é quase impossível superar o apego que nos
mantém presos à ilusão do corpo físico.
Fundamentalmente, somos livres. Na
realidade nós verdadeiramente nunca nascemos e nem iremos morrer. Mas por estar sob a poderosa tirania da ilusão,
estamos, por assim dizer, pregados ao sistema nervoso do corpo físico, o que
nos dá pouca esperança de realizar a nossa liberdade fundamental.
Isso nos leva ainda a outro problema.
Nós nunca experimentamos conscientemente
o poder vital que anima nosso corpo, e que é distinto do corpo físico com o
qual nascemos. Além disso, desconhecemos que esse poder é imortal. Hoje só
acreditamos nesse corpo e que temos de suportar seus fardos. Se o poder vital
que estimula continuamente o nosso sistema nervoso fosse subitamente
amplificado, provavelmente nos
aterrorizaríamos, por desconhecimento daquilo que realmente nos move.
(extraído do blog The Zennist)
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