A prática necessária para
reconhecermos nossa natureza de Buda é muito mais complexa do que apenas
sentar-se em meditação (shikantaza). Inúmeras
existências vividas sob o véu da ignorância têm ofuscado nossa verdadeira
natureza. Por isso, separar o que é verdadeiro do que é falso não é tarefa
fácil: muitas vezes, na realidade, o primeiro critério que adotamos é o falso.
O Buda passou por uma série de professores e seus ensinamentos apenas para
rejeitá-los depois como sendo insuficientes. Ele nunca atribuiu seu despertar à
prática da meditação sentada. Nem orientou aos que o seguiam para que apenas se
sentassem.
Na prática da meditação sentada, a
postura, a respiração consciente e a atenção às oscilações mentais constituem a
essência da técnica, enquanto que o silêncio interior sustentado é seu
objetivo. No entanto, esta prática ignora por completo a força animativa que dá
vida ao corpo biológico em si, e que é o verdadeiro alvo do Zen. Ela também
ignora o fato de que esta força animativa espiritual só pode ser alcançada pela
contemplação introspectiva, na qual se penetra através da casca ilusória da
mente que gera os fenômenos. E ao penetrá-la, realizar a nossa natureza de
Buda.
(extraído do blog The Zennist)
Nenhum comentário:
Postar um comentário