sexta-feira, 17 de agosto de 2012

A renúncia verdadeira


"Se alguém refletir genuinamente sobre renúncia, não se trata de desistir de coisas externas como dinheiro, deixar a casa ou a família. Isso é fácil. A renúncia verdadeira é abrir mão de nossos queridos pensamentos, de todo nosso deleite nas memórias, esperanças e devaneios, nossa tagarelice mental. Renunciar a isso e ficar nu no presente, isso é renúncia.

O fato é que dizemos que queremos a iluminação, mas na verdade não queremos. Apenas porções de nós quer a iluminação: o ego que pensa como isso seria bom, confortável e prazeiroso. Mas realmente abandonar tudo e ir atrás? Poderíamos fazer isso em um instante, mas não fazemos.

E a razão é que somos muito preguiçosos. Ficamos paralisados pelo medo e letargia — a grande inércia da mente. A prática está lá. Qualquer pessoa no caminho budista certamente conhece essas coisas. Então, como é que não estamos iluminados? Não temos ninguém para culpar a não ser nós mesmos.

É por isso que ficamos no Samsara, porque sempre achamos desculpas. Em vez disso, devemos nos despertar. Todo caminho budista é sobre despertar. Ainda assim, o desejo de continuar dormindo é tão forte. Independente de quanto dizemos que iremos despertar para ajudar todos os seres sencientes, na verdade nós não queremos isso. Gostamos de sonhar."

Jetsunma Tenzin Palmo
(em "Cave in The Snow")

Nenhum comentário:

Postar um comentário